Príncipe Impossível – Capítulo 01 – Sim/Não
Estava a caminho do trabalho. O sol estava forte, mas os óculos escuros impediam os raios de machucar maus olhos. O Porsche conversível branco cruzava as ruas de Los Angeles chamando a atenção das pessoas. Não por mim. eu era só um cara no banco do carona. Era a motorista que chamava a atenção. Ela era confiante, era deslumbrante e era divina. Era a linda negra de cabelos escuros que o dirigia. Ela conseguia chamar a atenção a metros de distância. Morgan tinha esse poder.
Estávamos indo para o trabalho e Morgan sempre me dava carona. Era legal já que eu nunca chegava atrasado. É o que acontece quando você pega carona com sua chefe todos os dias. Morgan estacionou o carro em frente aPegasus e nós dois saímos caminhando em direção a entrada. Antes de entrarmos tiramos os óculos escuros e olhamos diretamente para a estatua enorme no meio da fonte. Um enorme cavalo branco com asas. O cavalo voador da mitologia grega. Antes de entrarmos Morgan e eu pegamos café expresso de um carrinho que ficava sempre próximo a essa fonte. Nós tomamos um galo, pagamos pelo café e antes que déssemos dois passos em direção a entrada Kiff passou por nós.
– Bom dia Morgan, bom dia Griffin – falou Kiff nos acompanhando até a entrada.
– Bom dia Kiff – falou Morgan segurando a bolsa com uma mãe e o copo com a outra.
– Como vai Kiff – falei para meu colega de trabalho. Ele trabalha no TI. É um gênio dos computadores.
– Vou me apressar – falou Kiff apertando o passo e indo na nossa frente, mas alguns passos depois ele parou e olhou para Morgan. Morgan e eu paramos e ficamos olhando para ele.
– O que foi Kiff? – perguntou Morgan parecendo assustada.
– Morgan, eu estou aqui desde muito cedo e… – falou Kiff parando de falar. Ele não sabia bem se devia dizer as próximas palavras.
– Desembucha – falou Morgan.
– Gray está de volta – falou Kiff.
A expressão de Morgan mostrou o quão decepcionada ela ficou com aquela noticia. Gray é o ex-marido de Morgan. Até ai tudo bem. Não seria um problema se eles não fossem parceiros de negócios. Gray estava viajando a quase um mês de férias e quando isso acontecia Morgan brilhava e parecia radiante. Agora que ela ouviu aquelas palavras o brilho se foi.
Não sei bem o que aconteceu entre os dois. Eu sou o mais novo na equipe de Morgan. Estou a pouco mais de seis meses. Tudo o que sei é que eles forma casados e decidiram abrir a empresa de Investigação Particular e anos depois se divorciaram. Como acordo ambos decidiram continuar como parceiros de negócios.
– Obrigada Kiff – falou Morgan sendo sarcástica.
– Não me culpe por te avisar – falou Kiff sorrindo e seguindo na nossa frente.
Morgan respirou fundo e nós seguimos caminhando pelo corredor. Passamos pela entrada no enorme prédio e seguimos para o elevador. A Pegasus Investigação Particular se localizava nos andares 6 e 7.
– Você não vai perguntar? – perguntou Morgan quando entramos no elevador.
– Não é da minha conta – falei tomando outro gole do meu café.
– Exato – falou Morgan – mas você vai ouvir falar mais cedo ou mais tarde então é bom você ouvir de mim e não as de versões que circulam pela empresa.
– Não precisa Morgan…
– É o seguinte – falou ela me interrompendo – Gray e eu fomos casados por onze anos. Ele foi o meu primeiro namorado na universidade. Nós cursamos no mesmo ano – cada um no seu curso é claro – nós nos formamos, nos casamos, tivemos dois filhos – ela estava se referindo a Vincent e Stephanie – e então, onze anos depois eu o pego na cama com a minha melhor amiga – falou ela quando o elevador abriu as portas.
– Sinto muito – falei enquanto as portas do elevador se abriam. Assim que elas se abriram por completo nós demos de cara com Eve. Eve era a terceira sócia da Pegasus. Ela era alta, tinha olhos claros e longos cabelos ruivos.
– Bom dia – falou Eve com um sorriso.
– Não sinta pena de mim – falou Morgan com um sorriso pra mim – eu já superei.
Morgan ignorou o bom dia de Eve e ela pareceu sem graça. Foi quando eu percebi que Eve era a melhor amiga de Morgan. Não sei como ela consegue trabalhar todos os dias sabendo que o marido dormiu com a melhor amiga e os três são parceiros de negócios.
– Bom dia Eve – falei saindo do elevador.
Eve, Gray e Morgan eram amigos de longa data. Os três se conheceram na Universidade enquanto cursavam cursos específicos. Os três fundaram a Pegasus, uma empresa de investigação particular. Uma das melhores de Los Angeles. Todas as paredes do andar era de vidro então você podia ver os funcionários trabalhando. Atendendo telefones, fazendo reuniões, socializando na copa entre outras coisas.
Enquanto eu caminhava para minha sala eu vi Holly. Ela era do jurídico e dependendo do caso em que trabalhávamos ela também fazia trabalho de campo. Era mulher de vinte e seis anos de pele morena e cabelos cacheados. Ela sorriu ao me ver e acenou de sua sala.
Assim que entrei em minha sala, liguei o computador e me sentei á cadeira respirando fundo. Olhei em cima da mesa um porta retrato que tinha lá. Tinha a foto de um homem e uma mulher sorrindo. Poderia ser meu pai e minha mão, ou meus irmãos, mas eu nem sei quem eram. Eu comprei esse porta retrato quando consegui esse emprego esperando colocar uma foto lá, mas no fim das contas deixei a foto dos modelos. Era patético não ter uma foto para colocar, mas era melhor ter algo lá. No fim das contas todo mundo acha que aqueles dois na fotografia são meus familiares e eu os deixei acreditarem. Sempre que alguém pergunta eu digo que são meus pais.
Estava distraído entre o porta retrato e o computador quando alguém bateu no vidro da minha sala e em seguida abriu a porta.
– Griffin, temos um cliente – falou Gray o ex de Morgan. Ele não gostava muito de mim. nunca gostou. Ele era um homem de pele branca, alto e estava sempre com os cabelos grisalhos bem penteados sempre com um topete na frente. Seus cabelos na verdade eram meio espetados. Era um homem alto e robusto. Tinha um peito largo e tinha sempre alguns cabelos saindo pelos botões da camisa. Ele sempre tinha essa expressão de superioridade.
– Já estou indo – falei me levantando da cadeira e seguindo Gray até a sala de conferência que é onde encontrávamos nos clientes em potencial. Dei alguns passos para fora da sala e Holly se colocou a caminhar ao meu lado.
– Bom dia – falou ela com um sorriso.
– Ótimo dia – falei seguindo ela até que entramos na sala.
Havia vários funcionários na Pegasus, mas a Equipe de Morgan era formada por cinco pessoas. Gray Forbes, que apesar de ser formado em Medicina exercia a parte burocrática. Ele era médico cirurgião no Hospital Coração de Maria e tinha uma relação boa com a policia já que tinha salvo a vida de vários deles. Eve Mallory era formada em Química e era encarregada de investigar a rotina de nossos ‘Alvos’. Era assim que chamávamos as pessoas que iriamos investigar em cada caso. Ela tinha trabalhado por um tempo como Perita Criminal para o FBI. Kiff Sullivan era formado em ciências da computação e, como eu disse antes, era um gênio. Ele fazia o trabalho Legal e Ilegal por baixo dos panos. Ele era basicamente um Hacker. Holly McQueen trabalhava no jurídico. Ela era consultada antes de tudo o que fazíamos para saber se infringia alguma lei. Eu sou o quinto membro dessa equipe. Griffin Blake. Sou formado em Perícia Contábil e eu era um excelente Contador Forense. Eu investigava os gastos do nosso alvo. E é claro, eu também fazia trabalho de campo quando era necessário.
Morgan Provoost é formada em direito e possui 55% de toda a empresa então ela tecnicamente a chefe de todos, mas apesar disso Eve e Gray tem direito ao voto. Eles não pegam um caso e não tomam nenhuma decisão a menos que todos os três concordem.
Kiff, Holly e eu nos sentamos um do lado do outro enquanto Gray e Eve sentaram separados um do outro. Estávamos aguardando Morgan chegar com o cliente.
– Como foi seu fim de semana? – perguntou Holly pra mim.
– O mesmo de sempre. Televisão, cama, cozinha e mais televisão – falei rindo – e você?
– Eu me encontrei com Josh de novo – falou ela rindo.
– Não acredito – falei repreendendo-a.
Josh era um ex namorado. Holly tinha uma relação de amor e ódio com ele. Eles viviam brigando, mas viviam na cama. Holly se odiava por alguns dias, mas acabava se encontrando com ele de novo.
– Quando você estiver deprê ás três da manhã não me ligue – falei para Holly brincando.
– Pode me ligar – falou Kiff para Holly.
– Pervertido – falou Holly para Kiff.
– Bom dia – falou Morgan entrando na sala de conferências. Ela estava acompanhada de um homem de cabelos grisalhos e olhos azuis e uma mulher de longos cabelos loiros.
Todos nós respondemos o bom dia de Morgan.
– Pessoal, esses são Stanley e Sophie Fairbanks.
Todos nós os cumprimentamos e eles se sentaram a mesa.
– Então… Stanley e Sophie – falou Morgan sentando-se – porque vieram a Pegasus.
– Nós realmente não queríamos que tivesse chegado a esse ponto – falou Stanley parecendo perturbado – Sophie e eu somos casados a muitos anos.
– Dezesseis anos – falou Sophie.
– Sim… – falou Stanley parando pro um instante – nós temos um filho… Dylan. Ele tem dezesseis anos, sempre foi um excelente aluno, um excelente filho, mas á alguns meses ele mudou. Tem estado irritado, bravo, as notas na escola caíram…
– Nós precisamos saber se ele está usando drogas – falou Sophie chateada.
– Vocês conversaram com ele? – perguntou Eve.
– Sim, nós conversamos com ele, mas ele negou.
– E porque vocês não acreditam? – perguntou Gray.
– Por isso – falou Stanley tirando alguns papéis do bolso. Ele colocou em cima da mesa e eu percebi que eram faturas de um cartão de crédito. Essa era minha área. Eu peguei as faturas e olhei rapidamente cada uma delas. Eram fatures de quatro meses atrás.
– O que tem de errado com elas Griffin? – perguntou Morgan.
– A cada duas semanas cerca de U$ 300,00 dólares foram comprados em uma empresa chamada Middlex Inc. Nos últimos quatro meses.
– E que empresa é essa?
– É uma franquia de farmácias – falou Gray. Ele é médico, então sabia dessas coisas.
– Vocês acham que ele está comprando remédios?
– Sim – falou Stanley.
– Se ele está comprando – falou Holly – provavelmente tem receita médica, o problema é…
– Quem está fornecendo receitas? – completou Morgan.
– Seja quem for, vai ter a licença caçada – falou Holly.
– Se o nosso filho está se drogando, nós podemos lídar com isso, mas não podemos conversar com ele porque se não ele nunca vai entregar quem e essa pessoa vai continuar a fornecer receitas para viciados. Nós queremos que nosso filho melhore, mas não podemos deixar impune quem fornece receitas irresponsavelmente – falou Sophie – sei que parece errado usar ele de isca, mas estamos pensando nas outras crianças.
– E então? – perguntou Stanley – vocês vão nos ajudar?
– Vocês podem nos dar licença? – falou Morgan se levantando e essa era a hora em que os três decidiam se pegariam o caso ou não. Geralmente Holly, Kiff e eu ficávamos na sala distraindo o cliente, mas dessa vez foi diferente.
– Griffin? – falou Morgan chamando minha atenção. Ela fez sinal com a cabeça e eu pedi licença e segui ela, Eve e Gray até a sala de Morgan.
Nós entramos e Morgan respirou fundo.
– O que você acha? – perguntou Morgan.
– Eu acho que não devemos pegar o caso – falou Gray.
– Eu não falei com você, estou perguntando ao Griffin.
– O que? – perguntou Gray – ele não tem direito ao voto.
– O que você acha Griffin? – perguntou Morgan ignorando o ex marido. Eve ficava neutra e apenas ouvia o que tinha a ser dito.
– Eu não acho que o filho deles seja viciado.
– O que? – perguntou Gray irritado – você ouviu o que o casal disse. O filho deles é viciado, eles tem que internar o filho e não contratar uma empresa pra descobrir onde ele tem se drogado. Eles querem usar o filho como isca. A partir do momento que eles sabem e deixam continuar isso se torna irresponsabilidade.
– Deixa ele falar – falou Morgan repreendendo-o. – continue Griffin.
– Bem, que viciado usa o cartão de créditos dos pais pra comprar drogas? Viciados não pensam. Viciados agem por impulso. Eles roubam, vendem as coisas de casa.
– Então você acha que eles estão mentindo?
– Não. Acho que o filho está acobertando alguém. Talvez esteja sendo chantageado, talvez seja um amigo, mas definitivamente não é o filho deles.
– Então é isso? – falou Gray – essa é sua grande conclusão.
– Pelo amor de deus Gray… – falou Morgan irritada.
– Olha, com todo o respeito Gray – falei interrompendo Morgan, você nunca gostou de mim e nunca escondeu isso, mas eu pulei duas séries no colegial, me formei em primeiro da minha classe em Harvard, eu posso ter só vinte e três anos, mas eu sou bom. Eu sou muito bom e sabe porque? Porque a cada duas semanas durantes os últimos quatro meses o filho daquele casal tem comprado exatamente U$ 321,34. Não acha estranho comprarem sempre U$ 321,34?
– Como você viu isso? – falou Eve surpresa – você mal olhou pro papel.
– Eu disse. Eu sou bom – falei olhando para Gray – eu só preciso olhar para as contas de uma pessoa pra saber tudo sobre ela. Aqueles pais podem achar que estão usando o filho como isca, o que é irresponsável, mas confiem em mim. O filho deles não está se drogando – falei olhando em direção a sala onde eles estavam.
– Eu voto a favor – falou Eve.
Gray olhou pra mim e depois olhou para Eve.
– Vamos pegar o caso, mas se você estiver errado…
– Sem ameaças Gray – falou Morgan abrindo a porta da sala.
Nós quatro saímos da sala de Morgan e voltamos até a sala de conferências.
– Ficamos felizes em pegar o caso de vocês – falou Morgan.
– Obrigado – falou Stanley e Sophie abraçando Morgan e agradecendo por termos pego o caso deles.
Morgan saiu com o casal para colher mais informações sobre o filho deles e o restante continuou na sala de conferências.
– Eu posso olhar os registros do computador do filho deles e ver se eu descubro alguma coisa.
– Tudo bem – falou Eve – eu vou sair em trabalho de campo. Vou dar uma olhada no quarto do garoto e depois vou segui-lo tirar fotos e colher algumas provas.
– Vamos precisar fazer trabalho de campo dessa vez? – perguntou Holly.
– Nem pensar – falou respondeu Gray ao invés de Eve – não quero mais que vocês façam esse tipo de trabalham. Vocês devem ficar no escritório a partir de agora.
– Quem disse isso? – perguntou Eve.
– Eu estou dizendo – falou Gray saindo da sala irritado.
– Não ligue pra ele – falou Eve.
– Eu nunca liguei – falei pegando as faturas do cartão e indo para a minha sala.
Eu realmente não me importava com o que Gray dizia sobre mim. ele não precisava gostar de mim. O sentimento era mutuo. Eu só queria fazer o meu trabalho, que é algo que eu faço muito bem.
Depois de algumas horas na minha sala analisando as faturas, Morgan me trouxe alguns dados de Stanley e eu solicitei um detalhamento da fatura. Era um trabalho cansativo, mas produtivo.
Gray tinha saído á horas para ir em todas as farmácias da Middlex Inc para ver se conseguia alguma coisa. Eve foi até a casa da família investigar o quarto do garoto e ver se descobria algo.
Era um trabalho árduo e minucioso. Comparava o detalhamento das faturas e foi então que percebi algo estranho. Os dias, os horários e o endereço das farmácias em que as compras foram feitas. Era tudo muito certo, era um ritual. Tudo acontecia exatamente da mesma forma, exceto por dois detalhes. Os horários e os locais de compra. Eram sempre diferentes um do outro.
Estava distraído tentando encontrar uma ligação entre tudo aquilo quando Morgan bateu na porta da minha sala.
– Griffin, vamos fazer uma reunião para ver o que descobrimos – falou Morgan.
– OK – falei olhando no relógio. Era quase oito horas da noite. Algumas luzes estavam acesas no andar. A maioria tinha ido embora pra casa. Exceto pelo time de Morgan.
Ao chegar na sala de conferências todos estavam lá. Sentei-me ao lado de Holly, com de costume.
– Então – falou Morgan cruzando os dedos – o que descobriram hoje sobre o nosso alvo – falou Morgan colocando uma foto do garoto na mesa – Dylan Prescott Fairbanks, 16 anos, estudante do primeiro ano do colegial.
– Eu fui a todas as farmácias da Middlex Inc. – falou Gray – eles não podem liberar informações sobre os clientes.
– Ótimo – falou Morgan decepcionada – vamos em frente.
– eu não acabei – falou Gray – eu não consegui nada com as farmácias, mas eu descobri que Dylan não vai sozinho comprar as drogas. Ele vai sempre acompanhado, conversei com um amigo policial e mostrei a foto de Dylan e ele disse que conhece ele. Ele sempre faz o mesmo caminho indo e voltando pra casa. Ele sempre está cm alguém. Uma garota de cabelos pretos.
– Então ele está acobertando uma amiga? – perguntou Morgan.
– É o que parece.
– Isso faz sentido – falou Kiff – eu acessei o notebook do Dylan e descobri que nos últimos meses ele vem pesquisando nomes de médicos em Los Angeles. Ele procurei várias vezes a cinco meses e de repente as pesquisas pararam. Acho que foi quando ele encontrou o médico que está prescrevendo as receitas.
– E você Eve? – perguntou Morgan – encontrou alguma coisa quando revistou o quarto do garoto?
– Além de revistas pornográficas? Sim – falou ela colocando um papel em cima da mesa – um endereço.
Gray olhou o endereço e rapidamente ligou os pontos.
– Esse é o endereço de uma clínica particular. Paradise Wellcare Center. Uma clinica corporativa de vários médicos e especialidades diferentes.
– Então descobrimos onde atua o médico que está prescrevendo receitas – completou Morgan satisfeita – e você Griffin?
– Eu descobri algumas coisas Morgan – falei me levantando e pegando uma caneta para escrever no quadro branco – Dylan tem feito compras no valor de U$ 321,34 uma vez por semana a cada duas semanas á cinco meses. O engraçado é que isso parece uma rotina. Ele compra sempre o mesmo valor e sempre em uma quarta-feira no mesmo intervalo de tempo. Mas duas coisas não seguem um padrão: Os horários e os locais de compra. A fatura mostra que ele fez compras em horários diferentes e em farmácias diferentes da rede Middlex Inc nos últimos meses. Eu sei que ele só compra em redes da Middlex porque o custo beneficio é mais barato… – falei parando para pensar um pouco.
– O que você acha Griffin? – perguntou Morgan.
– Eu não sei…
– Ele não sabe – falou Gray – perfeito.
– Eu acho que sei, mas não tenho certeza.
– É só dizer o que acha – falou Morgan – você nunca errou antes.
– Ele comprou em quatro farmácias diferentes eu sei que três delas ficam próximo do colégio onde estuda – falei anotando no quadro – e essa fica perto do endereço que a Eve achou – falei também anotando – mas essa farmácia não faz sentido.
– Faz sim – falou Holly – essa farmácia provavelmente fica próximo da casa onde a garota mora.
– Faz sentido – falei anotando o que Holly disse e em seguida anotei as datas das compras e foi quando percebi que as compras seguiam um padrão.
Ele comprava nas quatro farmácias, mas nunca repetia nenhuma delas. A primeira era a farmácia perto da escola, depois a perto da clinica, depois a segunda farmácia perto do colégio e por último a farmácia próxima de onde a garota morava. Depois dessa tudo se repetia.
– segue um padrão – falou Kiff.
– Exato – falei fechando a caneta – e eu sei o porque. Ele faz isso porque se comprar em um só lugar o farmacêutico vai desconfiar e agora nós sabemos que faz duas semanas desde a última vez que ele fez compras.
– Então sabemos que a próxima compra será em dois dias – falou Eve.
– E sabemos que será nessa farmácia – falei apontando para a farmácia desconhecida que era provavelmente perto da casa da garota que ele acobertava.
– Ótimo trabalho todos – falou Morgan – tudo o que precisamos fazer é esperar chegar a quarta-feira. Nós sabemos quando e onde e vamos descobrir quem – falou Morgan olhando pra mim – vamos precisar de você Griffin.
– Trabalho de campo?
– Sim.
– Mas Gray disse que eu não faço mais esse tipo de trabalho.
– E quando foi que você decidiu isso? – perguntou Morgan para Gray – pensei que nós decidíssemos tudo em conjunto.
– OK – falou Gray – vamos votar então.
– Eu voto para que eles façam trabalho de campo. É bom para eles saírem um pouco do escritório e eles podem adquirir experiência.
– Eu voto contra – falou Gray – é perigoso.
Todos olharam para Eve que ficou surpresa ao saber que teria que escolher um lado.
– Olha, eu sei que você acha que isso é certo, mas é um trabalho perigoso e você só vai perceber isso quando algo muito errado acontecer – falou Eve –eu voto contra.
– Então está decidido – falou Gray se levantando – sem trabalho de campo parra vocês – falou ele apontando para Holly, Kiff e para mim.
Morgan pareceu irritada por Eve escolher o lado de Gray. Ela se levantou e saiu da sala e em seguida Eve e Gray saíram também.
– O que acabou de acontecer aqui? – perguntou Kiff rindo e Holly também começou a rir.
– Pelo o que parece nós fomos proibidos de sair do escritório – falei me sentando com eles.
– Ótimo – falou Holly se levantando – o que vocês acham de sairmos para beber?
– Eu topo – falou Kiff animado.
– Eu estou exausto, eu preciso…
– Sem desculpas – falou Holly segurando em minha mão e nós saímos da sala. Kiff nos seguiu.