Conto – Príncipe Impossível – Capítulo 42: Príncipe Morto
Estava na sala de espera aguardando por noticias de Rachel. Ela tinha entrado em cirurgia faz pouco mais de uma hora. O irmão de Scott – que é cirurgião plástico – disse que conseguiria deixar o rosto de Rachel do mesmo jeito que era antes sem nenhuma cicatriz. Ele usaria uma técnica para conseguir recuperar os nervos do rosto dela permitindo que ela sorria novamente. Ele usaria os nervos da perna dela para fazer essa recuperação. Sam o filho de Rachel estava bem. Ele ficou no berço durante o ataque.
Oliver não estava em casa durante o ataque ele viajou durante um fim de semana para um evento da empresa dele em Seattle, mas ele já estava a caminho de casa. Liguei para ele e contei o que tinha acontecido. Estava sentado em uma poltrona pensativo e Gray se sentado em uma poltrona paralela a minha em uma certa distância. Ele olhava para mim e eu olhava para baixo sem expressão. Estava tudo silencioso.
– para de olhar pra mim Gray – falei olhando para ele.
– desculpa é que eu não posso deixar de pensar que poderia ser você.
– porque se importa?
– eu me importo com você.
– não o suficiente. Você me transmitiu Clamídia.
– eu vou te receitar alguns antibióticos. Dei uma olhada no seu exame e para o seu caso eu vou receitar Ciprofloxacino.
– muito obrigado. Se você puder me fazer o favor de fazer uma segunda receita eu vou entrega-la a Rupert. Ele já tem vergonha de ser gay se por acaso ele também estiver infectado ele vai ter vergonha de ir ao médico.
– tudo bem. Eu faço as receitas – falou Gray se levantando – vou até meu consultório e já volto com as receitas.
Gray saiu da sala de espera e alguns minutos depois Eve e Morgan entraram rapidamente.
– Griffin! você está bem?
– o que estão fazendo aqui?
– Gray ligou e disse o que aconteceu – falou Morgan.
– você o viu? – perguntou Eve.
– sim, mas ele estava de máscara.
– você está bem? – perguntou Morgan se sentando ao meu lado.
– estou sim. Quem não está bem é Rachel.
– não me refiro a isso.
– ele te contou?
– contou.
– ótimo. Não basta me trair ele ainda tem que um humilhar e contar pra todo mundo que eu conheço.
Eve saiu da sal e pegou o celular para ligar para alguém deixando Morgan e eu sozinhos.
– não sei o que dizer.
– não diga nada. Não há nada que possa ser dito que vai fazer eu me sentir melhor.
– tudo bem, só vou ficar aqui com você.
– ele te contou que eu estou com Clamídia?
– contou. Ele contou tudo.
– eu não estou acreditando que ele fez isso comigo. Fez na minha cama e ainda não usou preservativo. Ele é um hipócrita.
– você quer que eu mate ele?
– o que?
– eu mato ele – falou Morgan – se tem alguém que consegue matar alguém e sair impune somos nós dois.
Dei uma pequena risada do que ela disse, mas logo o sentimento voltou a possuir meu corpo. Nunca imaginei que a traição doesse tanto.
– acho melhor você se hospedar na minha casa – falou Morgan.
– eu vou ficar bem Morgan.
– esse assassino entrou e saiu do seu prédio sem ser visto. A policia disse que as câmeras não filmaram ele entrar em nem sair. Como não há câmeras dentro do seu prédio eles não conseguiram nada nas câmeras de fora. Ele deve conhecer o prédio e saber os pontos cegos das câmeras.
– eu vou ficar bem Morgan. Ele não vai voltar ao prédio porque ele sabe que câmeras serão instaladas. È mais fácil ele ir até a sua casa para atacar. Pelo menos no meu prédio ele não vai atacar mais. Ele não vai cometer esse erro.
– eu quero apresentar você a uma pessoa – falou Eve entrando de volta na sala. Ela veio com um homem de terno ao seu lado.
– boa noite – falou o homem apertando a mão de Morgan e depois a minha – eu sou o detetive Stan Holloway e sou o detetive encarregado do caso do Escultor.
– muito prazer – falei apertando a mão dele sem me levantar.
– eu gostaria que você desse um depoimento do que viu hoje a noite. Isso ajudaria muito no caso.
– claro. O que você quiser – falei me sentando direito na cadeira.
– o que você viu além de um homem mascarado. Tem algum detalhe que você pode nos dizer?
– não. Tudo o que vi foi um homem de estatura médica com uma máscara. Só sei que é um homem porque é o que dizem no jornal. Eu não vi nada de especial, não vi nada que os outros não viram. Não vou ajudar tanto quanto vocês acham. Talvez Rachel tenham mais detalhes do que eu.
– tudo bem – falou o detetive saindo da sala.
– se você se lembrar de alguma coisa pode falar comigo – falou Eve se sentando do meu lado – eu estou ajudando a policia no caso desse estuprador em série.
– tudo bem, mas eu não vi nada Eve. Tudo o que eu disse ao detetive foi o que vi. Talvez Rachel saiba mais.
– tudo bem. Nós vamos espera-la acordar – falou Eve saindo da sala.
– vamos embora? – perguntou Morgan – você parece cansado. Precisa descansar depois do dia que teve. Já é tarde – falou Morgan olhando no relógio.
– quantas horas?
– quase meia noite.
– nossa as horas passaram voando – falei me lembrando do encontro que tinha com Rupert. Procurei meu celular nos bolsos, mas acho que eu os esqueci no meu apartamento.
– Morgan? – perguntou Gray envergonhado voltando á sala.
– oi Gray – falou ela com cara de reprovação.
– toma aqui Griffin – falou Gray me entregando duas receitas – você precisa tomar esses remédios três vezes ao dia durante duas semanas. Depois disso nós podemos fazer outros exames para saber se a bactéria foi eliminada do seu organismo.
– o que é isso? – perguntou Morgan.
– é o meu coquetel para eliminar a Clamídia do meu sistema – falei obrando as receitas duas vezes colocando-as no bolso.
– Griffin onde ela está? – perguntou Oliver entrando de supetão na sala de espera.
– Oliver! – falei em levantando e dando um abraço nele – ela está em cirurgia.
– como ela está? Você a viu?
– sim – falou Gray abraçando-o Oliver.
– ela tem um corte no rosto – falei segurando a mão de Oliver.
– será que ela foi…
– não – falei acalmando Oliver – ele não a estuprou. Eles fizeram os exames nela.
– graças a deus – falou Oliver tentando se acalmar – se algo assim tivesse acontecido com ela… eu nunca me perdoaria.
– vai ficar tudo bem.
– e Samuel? Onde ele está meu filho?
– ele está bem. Foi admitido na pediatria. Eles fizeram alguns exames nele para saber se algo aconteceu, mas ele está bem – falou Gray – ele está dormindo agora, mas você pode ir acordá-lo e visita-lo se quiser.
– não – falou Oliver – deixa ele dormir – falou ele sentando e limpando os olhos – ele deve estar traumatizado.
– ele vai ficar bem. O pior já passou – falei tentando acalmar Oliver.
– ela está nas mãos de um ótimo cirurgião plástico – falou Gray – ele vai deixar ela nova em folha. Ela não terá nem cicatriz.
– obrigado – falou Oliver agradecendo. Ele estava chorando preocupado com tudo o que tinha acontecido – eu devia estar em casa.
– isso não é culpa sua Oliver – falei tentando confortá-lo.
– se eu estivesse lá talvez ele não atacasse.
– você não sabe disso. É bem provável que se você estivesse lá eu teria atacado os dois – falou Gray.
– como você sabe? – perguntou Oliver.
– não foi revelado esse detalhe a imprensa, mas antes de fazer o corte ou estuprar suas vítimas o Escultor aplica uma remédio que causa paralisia temporária então ele teria conseguido dominar os dois.
– porque eles não revelaram isso a imprensa? – perguntou Oliver.
– as vezes eles escondem alguns detalhes – falou Eve – quando um suspeito é interrogado as vezes ele sabe de detalhes de um crime que não foram revelados á imprensa. Isso pode ajudar a descobrir quem é culpado ou não.
– entendi – falou Oliver.
– com licença – falou alguém chegando sala. Desviei meus olhos de Oliver e vi Rupert parado a minha frente.
– Rupert? – falei me levantando.
Eu vi a cara que Gray fez ao ver Rupert parado ali na frente dele. Ele tinha uma mistura de ciúmes e raiva como se o culpado de tudo o que deu errado em nosso relacionamento fosse culpa de Rupert.
– você está bem? – perguntou ele dando um passo na minha direção – você não apareceu no jantar e quando eu te liguei você não atendeu o celular. Fui até seu prédio e quando cheguei lá eu vi a policia. Eles disseram que houveram uma vítima do Escultor no seu andar. Eu pensei que tinha sido você – falou Rupert vagarosamente se aproximando de mim me dando um abraço.
– com licença – falou Gray saindo da sala com raiva.
– eu estou bem – falei abraçando-o de volta.
– que bom – falou Rupert me soltando.
– foi a esposa dele que foi atacada – falei apontando Oliver.
– sinto muito – falou Rupert.
– obrigado – falou Oliver limpando os olhos.
– olá – falou Morgan ficando de pé.
– Rupert essa daqui é Morgan.
– muito prazer – falou Rupert apertando a mão dela.
– igualmente.
– Eu sou Eve – falou ela estendendo a mão.
– prazer te conhecer Eve – falou Rupert sorrindo para Eve.
– nós podemos conversar lá fora por favor?
– claro – falou Rupert.
Nós saímos da sala e atravessamos o saguão do hospital até que chegamos no jardim do lado de fora. Estava vazio e era um pouco escuro. Era um ótimo lugar para conversar.
– você está mesmo bem? – perguntou Rupert tocando meu ombro.
– estou sim – falei lembrando do irmão dele – você se encontrou com Roger?
– sim. Ele veio e nós jantamos.
– você falou sobre mim para ele?
– não. você disse que não era pra falar então fingi que o encontro era só entre ele e eu. Nós jantamos e ele foi para o hotel já que estou separado.
– OK – falei respirando fundo – e preciso te contar uma coisa.
– o que foi?
– é muito embaraçoso ter que te contar uma coisa dessas.
– pode dizer.
– eu fiz alguns exames de sangue por causa da camisinha que estourou e acabei descobrindo que eu tenho Clamídia.
– OK – falou Rupert pensativo.
– não significa que você tenha pegado, mas acho que você deve fazer o exame para confirmar e se der positivo eu já tenho uma receita pra você – falei tirando do meu bolso entregando a ele.
– como conseguiu uma receita extra?
Respirei fundo.
– é aquele médico que saiu da sala com raiva? – perguntou Rupert – ele é o outro cara?
– sim. É ele – falei nervoso.
– e então? – perguntou Rupert – como nós ficamos?
– acho melhor nós pararmos por aqui.
– você acha? – perguntou Rupert.
– acho. Você é um homem bom Rupert. você não me merece. Fico feliz por ter te fornecido a coragem para se assumir, mas você não vai querer ficar comigo.
– você vale a chance.
– eu não vou ficar por aqui.
– como assim?
– estou pensando em me mudar de volta para Washington.
– porque?
– não quero mais ficar aqui. Me apaixonei aqui e tive meu coração despedaçado e pisado. Recebi uma proposta de emprego de uma antiga empresa que trabalhei. Eles me ofereceram o dobro do salário. Eu ainda não dei a resposta, mas estarei ligando amanhã dizendo que aceito.
– OK – falou Rupert rindo – fico feliz que você esteja fazendo uma escolha em que você fique feliz. No final do dia é tudo o que importa.
– você vai encontrar alguém que te escolha um dia, mas esse alguém não é eu – falei tocando o rosto de Rupert e dando um selinho na boca dele.
– espero que sim – falou ele fazendo um carinho no meu rosto – foi bom te conhecer.
– o mesmo – falei vendo Rupert desaparecer pelo jardim. Minha cabeça doía muito. Me sentei em um banco de madeira e me recostei pensativo – meu deus me ajuda – falei sentindo um calafrio na espinha. Não acredito em Deus, mas agora eu preciso acreditar. Preciso acreditar que existe uma força maior lá no alto que possa responder o porque de eu ainda amar Gray. Ele me traiu da forma mais horrível do mundo, mas eu não pude ficar com Rupert porque eu ainda amo Gray e sinto que eu nunca seria capaz de amar Rupert ou outro alguém. É possível amar tanto alguém assim e ser capaz de perdoar?
Levantei-me do banco e fui em direção ao hospital. Dei apenas alguns passos e senti alguém me agarrar por trás. Alguém passou o braço por meu pescoço e me dominou. Tentei me livrar, mas senti uma picada no pescoço. Alguém enfiou uma agulha enorme no meu pescoço e injetou um liquido branco como leite. Quase que no mesmo instante senti um arrepio no meu corpo e então me senti fraco como se não conseguisse me mexer. Perdi as forças da perna e fui colocado deitado no chão. Fiquei fraco e cansado e vi o homem parado logo acima de mim com a mesma máscara horripilante. A máscara de Ventríloquo.
Ele me encarou através da máscara e colocou o dedo na boca pedindo que eu ficasse quieto. Não precisava pedir. Eu não conseguia mover meu corpo e senti a escuridão chegando. Vi que quem quer que seja retirou a máscara, mas eu não pude ver seu rosto porque desmaiei.
Estava em um sono profundo. Comecei a recuperar a consciência e senti uma dor no meu corpo. Minha cabeça doía mais do que antes. Tentei me mover, mas não conseguia. Não porque eu estava paralisado, mas meus braços pareciam amarrados. Abri os olhos devagar e vi que estava sentado no chão da casa de Gray.
– o que? – falei comigo mesmo. Minha boca babava. Tentei levar a mão para limpar e percebi que elas estava amarradas.
– Griffin? – falou alguém atrás de mim.
– sou eu – falei olhando para baixo. Percebi que estava sentado no chão e que tinha alguém sentado atrás de mim na mesma posição. Nossos braços estavam amarrados um no outro. Como um espelho. Uma outra corda passava amarrando em nossas barrigas – quem é?
– sou eu.
– Gray?
– sim.
– o que está acontecendo?
– não sei – falou Gray – tudo o que lembro é que fui embora do hospital e vim pra casa dormir. Acordei sentado aqui no chão. Não sabia quem estava atrás de mim porque não consigo ver.
Olhei no relógio de parede que tinha na sala de Gray e vi que ele marcava pouco mais das três da manhã.
– acha que consegue se soltar? – perguntou Gray.
– não. está muito bem amarrado – falei tentando puxar. Minhas pernas estavam amarradas um na outra e desconfiei que as pernas de Gray estariam do mesmo jeito.
– será que foi o Escultor? – perguntou Gray parecendo assustado com a ideia..
– Foi. Ele me pegou na porta do hospital.
– ele te pegou no hospital e ninguém viu?
– eu estava no jardim. Ele aplicou alguma coisa no meu pescoço. Eu desmaiei. Não teve ter sido difícil sair andando por ai com alguém desacordado afinal é um hospital – falei tentando me soltar.
– você escolheu ele? – perguntou Gray.
– o que?
– você escolheu Rupert?
– quer mesmo falar disso agora que fomos sequestrados?
– eu sinto tanto – falou Gray começando a chorar.
– pelo amor de deus Gray não chora. Nós fomos sequestrados e talvez sejamos mortos e você está chorando?
– eu não quero que você passe por isso.
– do que você está falando?
– não escolha nada – falou Gray ainda chorando.
– do que está falando Gray?
Antes que Gray dissesse alguma coisa ouvimos algumas passos descendo as escadas. Olhei para a escada e vi o Escultor. Ele usava a mesma roupa preta e uma máscara no rosto. Eu arrepiei ao vê-lo com a faca.
– olá – falou o Escultor para mim. A voz dele estava distorcida. Provavelmente estava usando algum aparelho para modificar a voz. Ele parou de frente para mim.
– porque está fazendo isso? – perguntei para o homem mascarado a minha frente.
– estou apenas esculpindo quem você é.
– pare com essa babaquice – falei firme. Minha voz tremia porque eu estava com medo. Não queria admitir.
– deixa ele em paz – falou Gray. Ele tinha parado de chorar e agora estava nervoso atrás de mim dando ordens ao maníaco com uma faca.
– cala a boca Gray – falei com medo de que o louco com a faca se zangasse com Gray e machucasse ele.
– não se preocupe Griffin – falou o escultor trazendo a faça até o meu rosto e parando bem de frente aos meus olhos – Gray já foi esculpido.
– do que está falando seu maluco?
– ele não te contou? – perguntou o escultor dando a volta e indo até Gray – você não contou a ele?
– cala a boca – falou Gray.
– do que ele está falando Gray? O que ele quis dizer com “você já foi esculpido”?
– era tarde… – falou Gray fazendo uma pausa – eu prometi a você que não faria plantões a noite por causa dos ataques que estavam acontecendo, mas naquele dia houve um acidente e eu acabei entrando em uma cirurgia que durou mais de doze horas.
– sim, eu me lembro. Foi a umas três semanas atrás.
– Assim que sai do centro cirúrgico fui tomar um banho. Não gosto de ir para casa antes de tomar um bom banho para tirar todas as bactérias do hospital. Fui até o quarto de repouso dos médicos para tomar um banho e foi quando ele apareceu – falou Gray olhando para o escultor – ele enfiou uma agulha no meu pescoço e eu fiquei caído no chão do banheiro sem poder me mover, sem conseguir gritar… a água do chuveiro caia em minhas pernas. Eu sou um homem forte, mas ele aplicou algo em mim por isso não consegui me mover.
– você é uma vítima do Escultor? – perguntei para Gray, mas ele não me respondeu – Gray?
– sim – falou Gray.
– mas você não tem um corte no rosto – falei respondendo minha própria pergunta.
– ele não me deu escolha – falou Gray – ele não me perguntou o que eu queria. Ele me virou de barriga para baixo e me estuprou.
– você não merecia a escolha – falou O Escultor indo até apoltrona da sala de Gray e se sentando.
– ele te estuprou?
– sim – falou Gray – para uma mulher é ruim ser estuprada, mas para um homem é bem pior. Todos esperam que um homem seja forte o suficiente para não ser estuprado, mas eu estava congelado. Não consegui me mover.
– foi assim que você pegou a Clamídia?
– a sua camisinha não foi a única estourar – falou Gray limpando a garganta tentando não chorar – depois que me estuprou ele me deixou caído no chão do banheiro. Vinte minutos depois Gordon me encontrou caído no chão. Eu ainda não tinha recuperado todas as forças. Fiz ele prometer que não contaria a ninguém sobre o estupro. O sangue escorria no chão.
– então você nunca me traiu?
– não. Eu nunca faria isso com você. Não queria que ninguém soubesse sobre o estupro então não fiz o exame de corpo de delito. Gordon insistiu, mas eu me recusei a fazer. Na época não sabia que a camisinha dele tinha estourado, mas quando você disse que seu exame deu positivo para Clamídia eu percebi que tinha sido mesmo eu que tinha te transmitido.
– porque não me disse?
– As pessoas iam me julgar Griffin. Ele não me deu escolha e as pessoas olhariam para mim e teriam nojo porque elas pensariam que eu escolhi ser estuprado. Meu único erro nisso tudo foi não ter feito um exame para saber se eu tinha sido contaminado. Eu devia ter feito um exame.
– porque você me jogou pra cima do Rupert? Porque não me contou a verdade?
– eu tinha nojo de mim mesmo. Fiquei deprimido e percebi que estava te deixando chateado com tudo aquilo então decidi que você merecia alguém melhor. Pedi para Gordon dar em cima de você, mas você não aceitou. Você sempre foi muito fiel. Foi então que eu decidi usar Rupert. Me lembrei do cartão que encontrei no seu terno e decidi usar isso contra você. Precisava que a ideia de terminar o namoro viesse de você. Se eu terminasse com você sem dar um motivo você nunca se recuperaria.
– você é um idiota Gray. Podia só ter me contado. Nós passaríamos por isso juntos.
– no fim das contas você estava certo sobre uma coisa Griffin. Gordon passou a noite no seu apartamento no dia que você dormiu com Rupert, mas não pelos motivos que você pensa. Você não voltou para casa naquela noite e só de pensar em você fazendo sexo com outro homem eu me senti mal e muito mais deprimido. Decidi acabar com a minha vida. Eu fui até seu armário ode uísque e enchi um copo. Bebi uma garrafa inteira e junto alguns comprimidos. Liguei para Gordon e pedi que ele te mandasse uma mensagem quando você voltasse e encontrasse meu corpo, mas ao invés disso ele foi até o seu apartamento para impedir que eu me matasse. Eu já estava desmaiado quando chegou então ele enfiou o dedo na minha garganta e me fez vomitar tudo. Gordon me ajudou. Ele passou a noite comigo impedindo que eu tentasse de novo.
– Scott sabe sobre isso?
– não.
– ele é seu melhor amigo. Porque não contou pra ele?
– eu não queria que ele soubesse. Foi fácil confiar em Gordon afinal nós não passávamos de estranhos até o ocorrido. A ideia de alguém saber que eu fui estuprado… não queria que ninguém soubesse. Especialmente você. Não queria parecer fraco.
– não precisava ter feito tudo isso.
– foi fácil mentir pra você. Tudo o que eu fiz foi dizer que tranzei com Gordon. Você citou toda a teoria do que aconteceu. Tudo o que eu fiz foi confirmar.
– chega de papo – falou o Escultor se levantando do sofá e vindo até mim – é hora de decidir Griffin. Você quer um sorriso eterno ou o estupro?
– não faça isso com ele – falou Gray – faça comigo de novo.
– você não pode salvá-lo Gray. Ele precisa lidar com as próprias decisões – falou o Escultor se ajoelhando na minha frente.
– não diga nada – falou Gray.
– ele precisa escolher – falou o escultor – vamos lá Griffin. Mostre para o mundo o verdadeiro você.
– Estupro – falei para o escultor.
– não Griffin. o que está fazendo? – falou Gray
– nós podemos superar isso juntos Gray. Nós vamos ter a mesma dor.
– não faça isso Griffin – falou Gray.
– ele já escolheu – falou o Escultor colocando a faca no chão. Ainda ajoelhado ele abriu a braguilha da calça e eu vi ele tirar de lá de dentro seu membro. Estava duro. Ele tirou do bolso uma camisinha e começou a abri-la para colocar em seu membro e foi quando eu vi a faca no chão. Era uma faca usada para degolar animais. Usada muito por caçadores. Tentei me soltar, mas estava apertando demais. As únicas coisas soltas eram minhas pernas então decidi usá-las para me defender. Não seria uma vítima sem lutar.
Com a camisinha no pênis o escultor pegou uma seringa que tinha em cima de uma mesa com um jarro de flores e veio até mim. Uma vez que ele aplicasse aquele paralisante eu não teria chances. Ele se ajoelhou a minha frente em cima das minhas pernas e essa era minha chance. Com todas as forças forcei minhas pernas para cima e chutei o meio das pernas dele. O escultor largou a seringa e caiu de lado gemendo.
– o que foi isso? – perguntou Gray.
– me empurra pra trás Gray.
Ray forçou o corpo para trás e assim que consegui chegar para frente até que consegui pegar a faca. A virei ao contrário e comecei a cortar a corta que amarrava minhas mãos. Ao mesmo tempo em que cortava a corta eu comecei a cortas minha mão. Senti uma dor forte queimando enquanto a faca cortava minha carne. O sangue começou a escorrer e o Escultor se sentou no chão se recompondo.
Movi a faca mais rápido para cortar a corda e com isso eu dei um grito alto enquanto ao faca cortava minha mão. A carne queimava e eu babava de dor. Precisava fazer aquilo independente da dor que sentia.
– consegui – falei soltando a faca enquanto soltava minha mão. Agora minha mão esquerda estava solta.
O Escultor viu que eu tinha me soltado e pegou a seringa. Ele levantou a seringa no alto para aplicar no meu pescoço e quando ele desceu a mão eu me defendi. A agulha atravessou a palma da minha mão no ar e o liquido foi todo desperdiçado quando ele apertou a seringa. Quando ele percebeu que a agulha tinha atravessa era tarde demais. Ele puxou a seringa da minha mão e veio por cima tentando pegar a faca, mas eu a joguei longe próximo das escadas.
Ele foi até as escadas para pegar a faca e eu consegui tirar a corda que unia os nossos corpos. Gray tirou as cordas da perna dele e eu fiz o mesmo. O Escultor pegou a faca e veio até nós. Gray terminou de desatar o nó do outro braço, mas o Escultor foi rápido e conseguiu dar uma facada no meu braço.
– Drogaaaaa! – gritei de dor.
Gray conseguiu se soltar e pulou em cima do escultor. A faca ficou enfiada no meu braço.
– que merda! – falei vendo Gray e o Escultor lutarem no chão da casa dele. Gray dava socos, mas o Escultor conseguiu derrubar Gray e subir em cima dele. Ele deu um soco na cara de Gray que ficou tonto.
A faca estava enfiado em meu braço e eu precisava tirá-la para ajudar Gray. Segurei no cabo da faca e gritei de dor puxando-a o mais forte que consegui. Ela tinha uma serrilha ao contrário e enquanto eu puxava a faca ela cortava novamente só que dessa vez de dentro pra fora.
Quando eu finalmente consegui tirar a faca do braço levei um susto ao ver o Escultor pular em cima de mim. Gray estava caído no chão tonto, mas consciente. Ele bateu meu braço no chão até que eu soltei a faca, mas ele não pegou a faca porque estava cm raiva e queria me ver sofrer. Ele levou as mãos até o meu pescoço para me matar vagarosamente.
Comecei a engasgar enquanto ele apertava cada vez mais forte meu pescoço. Comecei a debater meus braços no chão, mas não encontrava a faca. Segurei nos braços dele tentando tirá-los, mas ele era muito forte e estava em vantagem afinal ele tinha as mãos em volta do meu pescoço.
Levei minhas mãos para o alto e tentei apertar o pescoço dele, mas não consegui. Senti o cansaço chegar ao meu corpo novamente. Estava prestes a desmaiar. Meus braços caíram no chão e eu desisti de lutar. A paz finalmente ia me encontrar. O Escultor estava com raiva de mim porque eu tinha consegui escapar. De todas as vitimas tinha sito o primeiro a conseguir lutar e ele estava com raiva e quando psicopatas estão com raiva eles cometem erros. O erro foi ter atacado dois de uma vez. Gray conseguiu recuperar as forças e pegou a faca no chão. Ele levantou rapidamente o braço e mirou no pescoço. A faca atravessou o pescoço e saiu do outro. O sangue do escultor começou a escorrer pela faca e cair no meu rosto e na minha boca. Ele perdeu as forças e caiu de lado.
Comecei a tossir recuperando o ar em meus pulmões. Nem sabia o que tinha acontecido. tudo o que via na minha frente era o teto. Fui recuperando o fôlego e vi que Gray estava sentado no chão escorado na parede. Ele tinha quebrado um dos braços porque ele estava torto para um lado. Consegui me sentar e ainda recuperando o fôlego olhei para o escultor precisava saber que mele era. Levei a minha mão até a máscara e a puxei. Estava bem presa, mas consegui retirar. Respirei fundo ao ver o rosto dele. Respirei fundo tentando normalizar a respiração.
– quem é o desgraçado? – perguntou Gray também ofegante com muita raiva em suas palavras.
– Jake – falei olhando para Gray.
Olhei para a janela e vi as luzes de um carro de policia se aproximando. É claro que com toda a gritaria alguém chamou a policia. Percebi que estava a salvo e me permiti desabar. Deixei meu corpo cair no chão e respirei fundo aliviado. Minha mão ardia, meu braço doía e meu pescoço queimava. Estava finalmente a salvo, mas nenhuma dor que eu sinta se compara a dor que Gray sentiu. Sinto pena de Morgan. Seu príncipe encantado morreu.
COMO ASSSSSSSSIM
GENTEEEEEEEEEE
QUE FODA, QUE BARRA, AI TIU DEIXA OS DOIS MORREREM NAO KKKKKKKKMKKKKKKKKKKK