Amor não sai de Moda
Todo mundo quer encontrar um amor. Nem que seja meio torto, meio vesgo, meio sem jeito. Todo mundo busca por sua metade da laranja, seu par perdido do sapato, tampa da panela, alma gêmea. Há ainda a busca por carinho e companheirismo, por um ombro amigo, por um filme à noite mais quentinho. É que falar de amor virou banal.
Está na moda viver desapegado, desesperançado, na “night” e descomplicado. Agora, as necessidades são pontuais. “One night stand” e nada mais. Acho que se esqueceram como é mais gostoso sentir tesão com paixão. Qualidade não é mais importante, e sim, quantidade. Raros são aqueles que permitem se apaixonar. Afinal, isso virou sinônimo de perda de tempo, de falta de liberdade, de “encheção de saco” para jogar a real. Porque a geração atual é muito mais jovem e existe o “timing” para o amor chegar. Mas e aí, meu caro, eu pergunto: existe o “timing” ideal?
Quando as pessoas encontram alguém que acham que valem a pena, jogam a maldita hora certa pela janela. Esquecem toda essa babaquice de ser “cool“, pegar várias e quando menos esperam estão em jantares chatos de família, em casamentos pulando mais alto para alcançar o buquê e trocando a ressaca por lençóis amarrotados em conjunto nas manhãs chuvosas de domingo. Ou estão na balada ao som daquela música cafona dançando coladinho.
A verdade é que ninguém é feliz sozinho. Podemos ter o maior amor próprio da galáxia, podemos nos curtir, aproveitar a vida sem precisar de ninguém, ter um milhão de amigos e uma família invejável, mas quem vier me dizer que não gosta de um beijo mais adocicado que se diferencie dos demais já provados, estará mentindo. Podemos viver amores longos, aqueles relâmpagos de alguns meses, algumas semanas, alguns dias, algumas horas, enfim. Só que bem lá no fundo, eu sei, todo mundo espera sentir as deliciosas borboletas no estômago ou todos os animais do zoológico no corpo inteiro.
Escrito por – Ana Paula Mattar