Contos

Apaixonado por um Traficante – Capítulo 11 – Versão do Junior

Até agora falamos apenas na versão do Guilherme, mas acredito que devemos ter a versão do Junior nesse conto. Espero que gostem desse capítulo.

A dona Cida uma mulher guerreira criou Junior com o que tinha, trabalhava em 2 casas de família pra sustentar a casa. E sempre disse para o Junior, que ele devia estudar e se tornar alguém na vida e não ficar sofrendo como ela.

Junior era sapeca, adora aprontar com seus amigos na rua, mas seu irmão mais velho Joel se meteu no tráfico e foi preso logo depois. Junior nunca esqueceu essa cena de seu irmão sendo preso. Ele disse que nunca daria esse desgosto para sua mãe. Mas o destino é cruel e Junior não teve as oportunidades que queria e começou a vender droga aos 19 anos.

Dona Cida morria de preocupação com ele. Mas Junior dizia para ela não se preocupar pois ele era esperto e nunca iriam lhe pegar. E Junior foi crescendo no morro e sua reputação também, mas o chefe do tráfico na região foi morto numa guerra entre facções. Junior que era forte e parecia ter o dom pra liderar, assumiu o morro. Mas sendo humilde e respeitando as pessoas ao seu redor.

Ele fazia muito sucesso entre as mulheres, que sempre o desejavam e queria experimentar o que ele tinha entre as pernas que era famoso nos baile funk. Mas Junior ficava com algumas mas nunca namorou nenhuma. Até ele notar um garoto de pele morena que passava em frente ao bar em que ele estava, o garoto estava usando fone de ouvido e deu uma olhada pro lado quando Junior o encarava.

Junior curioso cutucando seu amigo e apontando o dedo para Guilherme querendo saber quem ele é. Bruno que estava ao lado do Junior disse que aquele era Guilherme.

No outro dia Junior estava sentado de novo no bar, vendo Guilherme passar na frente, fitando ele até sua casa. Algo estava chamando atenção de Junior no Guilherme e isso ele não conseguia entender.

A noite tinha um baile funk onde Junior encontrou seu amigos e seus capangas e foi, algumas mulheres foram chegando rodeando o dono do morro. Mas Junior viu Guilherme no baile, e ficou de olho nele. As garotas que estavam ao seu lado ele nem deu bola.

Eu me levanto e vou buscar uma bebida, vou no balcão e peço:

– Quero uma caipira bem batida e atolada no álcool.

Olhei para baixo e vi aquele garoto que estava me observando com o canto do olho. Achei ele uma gracinha, me senti estranho ao pensar nisso.

O garoto tinha pedido duas cervejas e quando chegou, ao ir pegar as duas, deixou virar uma em cima do meu tênis.

Guilherme falou:

– Desculpa.

Eu respondi:

– Porra moleque que merda é essa quer morrer.

– Vaza daqui porra.

Observei ele indo apavorado para seus amigos.

Depois fui para meus amigos e as piriguetes que estavam junto para beber mais um pouco, mas eu perdi o Guilherme de vista e fiquei o procurando. Queria me desculpar com ele, e dizer que não quer ter dito aquilo.

Dou uma volta e vou lá fora pegar um ar, e quando to saindo o guri aparece e pergunto:

Junior: – Você é o Guilherme né?

Guilherme: – Sim sou eu sim.

Ele estava com uma cara de apavorado o que o deixava mais fofo.

Junior: – Você é da onde aqui da zona mesmo?

Guilherme: – Sim.

Junior: – Hum… só queria te falar que relaxa sobre o lance do tênis tá, to de boa cara não vou te matar não.

Guilherme: – Obrigado.

Junior: – Cara você só sabe falar isso meu, perdeu a língua.

Guilherme: – Não eu.

Junior: – A ta relaxa ai eu to saindo falou cara você é bem legal. (Falei debochando e voltei pra festa.)

Eu adoro uma piscina, chega a tarde mando minhas cadelas trabalhar e vou relaxar. Anoiteceu e vou pra frente de casa como de costume. Vejo o Guilherme voltando sozinho pra casa não sei da onde usando capuz. Quando ele passa por mim:

Junior: – Ei você.

Guilherme: – Oi.

Junior: – Você não é o pangaré que derramou cerveja em cima do meu tênis?

Guilherme: – Sim sou eu sim.

Percebi que ele estava com cara de medo e falei.

Junior: – Hum… e você não sabe não que esse horário é perigoso ficar zanzando por ai?

Guilherme: – Se você esta falando perigoso, acho que não estou correndo tanto perigo agora não.

Parece que ele queria dizer alguma coisa:

Junior: – Como assim?

Guilherme: – Que estou falando com o dono de tudo isso, então se você não for fazer nada comigo tenho certeza que não preciso ter tanto medo assim.

Junior: – Hum é verdade não raciocinei direito.

Ele deve estar achando que sou burro só pode.

Junior: – Mas conta ai cara, você mora aonde?

Guilherme: – No final da rua mais lá para cima. (Apontando para o alto.)

Junior: – Hum, e o que você esta fazendo a essa hora na rua?

Guilherme: – Vou na casa de um amigo meu, ali mais para baixo.

Fiquei com raiva ao saber disso, e não entendia porque. Queria saber onde ele tava indo:

Junior: – Que amigo?

Junior: – Mas ele mora aonde?

Guilherme: – Mais ali embaixo. (Ele diz pela segunda vez já com mais medo em seus olhos.)

Junior: – Eu te levo então, você não deve ficar assim sozinho nessas ruas malditas.

Guilherme: – Não precisa não cara eu to bem assim.

Junior: – Cala a boca, eu te levo moro. Acenei com a cabeça para ele, o garoto deu um pulo quando mandei ele se calar.

Descemos a rua um ao lado do outro, eu queria proteger esse menino e não entendia o turbilhão dentro de mim. Sempre senti tesão por mulheres mas algo diferente estava nascendo dentro de mim. Levei ele até a casa do seu amigo e pensando em como puxar assunto pra conhecer melhor ele.

Quando chegamos na frente da casa do amigo dele.

Guilherme: – Obrigado cara, por me acompanhar ate aqui.

Junior: – Não por nada não, mas fala ai cara, você gosta de vídeo game?

Guilherme: – Gosto sim por que?

Junior: – Eu tenho umas fitas lá em casa, originais e estou pensando em passar, você não quer não?

Guilherme: – Bah cara que legal

Junior: – Quer ou não quer?

O garoto da um pulo de susto e diz.

Guilherme: – Quero sim, claro seria legal.

Vídeo game é uma coisa que sempre chama atenção e ainda bem que funcionou.

Junior: – Então vamos ali na minha baia pegar primeiro, ai depois eu te trago aqui, ai você pode mostrar ao seu amiguinho.

Acho que o Guilherme estava com medo de ir comigo, mas eu estava torcendo para que aceita-se.

Guilherme: – Tudo bem cara mas tem que ser rápido.

Junior: – Eu sei cara, você é filhinho de mamãe e tal né.(Falando com uma cara de deboche.)

Subimos mai um pouco o morro ate chegar a minha casa.

Junior: – E ai cadelas? (Cumprimento meus capangas.)

Junior: – Esse é o Guilherme, ele veio buscar uns jogos de vídeo game.

– Oi Junior e ai mano. (Falava um mulato.) – Mas cara você prometeu a mim.

Olho para o cara como se fosse sacar uma arma e atirar nos miolos dele. Será que ele não entende que to querendo impressionar esse ao meu lado.

Junior: – O resto eu te dou, agora sossega o rabo ai veio, se não vou te mostrar o sabor da laje.

Acho que deu ate para imaginar né, o que eu faria com o moleque.

Junior: – Vamos lá brow entra ai e fica a vontade.

Parei na porta de casa e abri e entro em seguida.

Junior: – Quer um passaporte para entrar e fechar a porta ou vou ter que te pegar a força? (Percebendo que o Gui estava impressionado com minha casa.)

Deve estar pensando o que um traficante não consegue com drogas né.

Guilherme: -Desculpa.

Junior: – Senta ai muleque, não fica com medo não, eu não mordo.

Eu falei logo ele se sentou, dou sorriso e sai em direção a cozinha, pude ouvir barulhos de garrafas lá.

Junior: – Bebe ai?

Guilherme: – Não eu não bebo obrigado, e os jogos Junior eu tenho que ir embora.

Junior: – Calma ai bundão, relaxa um pouco. (Me jogo ao lado dele vendo sua tensão por estar conversando com o dono de tudo por aqui.)

Olho ele bem sério para Guilherme no fundo de seus olhos, e deslocando meu olhar para sua boca, louco para beijar mas tenho medo de ser rejeitado.

Continuo o encarando e me aproximando dele, bebo mais um pouco de cerveja pois queria ter coragem pra beijar ele. Essa confusão dentro de mim, querendo beijar um garoto. Um traficante como eu se apaixonando por um garoto seria um prato cheio para meus inimigos me derrubarem. O que devo fazer?

Continua…

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3 Comentários

  1. Boa noite por tudo que passei na vida …e pelo fatos dos meus pais não aceitarem até hje a minha decisão é opção sexual,me levou a ter coragem na vida de lutar contra tudo e contra todos e deixando ciente ,de que a minha vida dependia só de mim e das minhas escolhas…contudo nunca imaginamos porquês vamos nos apaixonar ,contudo imaginamos que não irá acontecer conosco,porém aconteceu me apaixonei por uma pessoa completamente diferente de mim ,em todos os sentidos mais com o jeito simples de ele ser ele soube me conquistar ……e todas as vezes que nos encontramos escondidos meu dia era maravilhoso como é até hoje …..
    E que na vida eu trouxe ele para o bem , mais as vezes agente vai na corda das pessoas e agente se dá mal por mals concelhos…..contudo estamos separados a 2 anos pois faz 1 e 8 meses que meu único irmão falesceu e era o único que me aceitava como tal…
    Mais hoje vivo só e vejo a.minha história sendo contada aqui …..só.muda o nome dos personagens…..e isso me faz lembrar tudo que passei por ele…pois a vida é assim as vezes agente se sujeita porquês amamos …..
    E hje sofro por abrir desse amor ….
    Mais que aos poucos quero ter a chance de volta com ele novamente e vivermos dignamente como todo e qualquer ser humano
    Atenciosamente ;
    Cristiano Alves

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