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Conto de Garoto – Capítulo 4 – Quebrando o Contrato

Contos de Garotos

Capítulo

IV

Quebrando o Contrato

A mão de Hanz passou por seus fios negros, jogando-os para trás, deixando alguns fios caírem por seus olhos, lhe dando um ar misterioso e sensual. Ele abriu a porta do banheiro e saiu lentamente, olhando para o quarto, vendo que havia visita. Kim estava em pé, fumando na janela e Julian estava sentado na sua cama.

– Até quem fim saiu – Kim comentou – já ia tirá-lo de lá.

– Quanta gentileza! – comentou com sarcasmo – eu dispenso, Kim.

Maccario riu baixinho, apagando seu cigarro no cinzeiro. Ele ficou encostado à parede perto da janela, observando o corpo molhado de Hanz, juntamente com Julian.

– Hei, Hanz. Posso pedir um favor para você? – Kim indagou, com um largo sorriso no rosto.

– “Não deve ser boa coisa” – pensou, olhando para a expressão do outro – O que você quer?

– Que você brinque um pouco com o meu amigo – disse, apontando para Julian – afinal, é bom fazer amizade com o pessoal do grupo. Não concorda?

Hanz travou de repente. O que ele responderia? Afinal, esse não era o acordo. Ele olhou para Julian que o observava com atenção.

– “Ele é bonito também… mas eu não quero outro cara em cima de mim” – pensou.

Kim desencostou-se da parede e foi até Hanz, puxando-o pelo pulso até a cama de Kim, onde Julian estava sentado. Hanz ficou parado na frente de Julian, olhando-o de cima. Atrás dele estava Kim, que colocou suas mãos nos seus ombros, empurrando-o para baixo. Hanz foi ajoelhando-se ao poucos, não conseguindo ir contra a força dos braços de Kim.

As pálpebras de Hanz fecharam-se lentamente, ele já imaginava o que Kim queria que ele fizesse. Ele abriu os olhos novamente quando sentiu um toque nos seus cabelos, era Julian que o acariciava.

– Se você não quiser, tudo bem – Kim disse – afinal, temos um acordo e eu ainda quero você.

– Me quer? – indagou, rindo baixinho – “acho melhor eu fazer… não é nada demais e eu vou me dar bem com Julian pelo menos. Ele é bonito também”.

A mão de Hanz puxou o zíper da calça de Julian para baixo lentamente, os dois veteranos sorriram com a atitude de Hanz. A mão de Julian começou a alisar os fios úmidos de Hanz num carinho leve e demorado.

O pênis de Julian foi colocado para fora pela mão de Hanz. Ele inclinou-se para frente e colocou a língua para fora, lambendo a cabeça do membro lentamente e com certa pressão. Aos poucos ele colocou aquele pedaço de carne na sua boca, começando a chupá-lo lentamente, com muita pressão, deixando sua língua escorregar por toda sua extensão com o ritmo contrário que movia sua cabeça.

As mãos de Hanz deslizaram pelas coxas de Julian apertando-as com os dedos, dando alguns beliscões sem usar muita força, apenas para sentir sua carne. A boca de Hanz afastou-se, mas sua mão continuou a masturbá-lo. Ele voltou a inclinar-se para baixo, a fim de capturar aquele membro que estava grande e pulsante nas suas mãos, mas parou quando a mão de Julian puxou sua cabeça para trás.

Os lábios de Hanz foram atacados com fúria, ele abriu mais a boca quando sentiu a língua de Julian adentrar na sua boca, começando a deslizar por cada pedacinho daquela cavidade. Os seus lábios fechavam-se nos lábios de Hanz, chupando-os, deixando-os avermelhados e quando conseguiu o que queria sua mão tratou de empurrar sua cabeça para baixo. Hanz abriu a boca, buscando ar e voltou a colocar aquele pênis na boca, voltando a chupá-lo, mas desta vez mais rápido e forte que antes.

Julian estava com os olhos semi cerrados, ele olhou de canto para Kim que observava tudo com um olhar febril, ele não tirava os olhos da boca de Hanz e de seus movimentos.

Um gemido rouco saiu da garganta de Julian, ele havia gozado. Sua atenção foi voltada para Hanz, que estava com a cabeça baixa e os olhos fechados. A mão de Julian puxou a cabeça de Hanz para cima, observando que havia uma gota de sêmen escorrendo pelo canto de sua boca. Julian passou a língua pelo rastro de sêmen e voltou a beijar Hanz com volúpia.

Após o beijo ambos afastaram-se. Hanz estava um pouco atordoado, ele levantou-se lentamente e antes que pudesse raciocinar, ele sentiu as mãos de Kim na sua cintura e num movimento rápido foi jogado na sua própria cama, ficando de barriga para cima. Kim sentou-se na beirada da cama e voltou sua atenção para Julian.

– E quanto aquele bisturi. O que ele quer com aquilo? – Kim indagou.

– Não sei. Mas eu acho melhor ficarmos de olho nele – disse, ajeitando-se na cama e encostando-se a parede, enquanto olhava para Kim.

– “Eles estão conversando normalmente depois que eu fiz… são loucos” – Hanz pensou, fechando os olhos em seguida.

Kim e Julian estavam falando abertamente sobre Kirios. Hanz apenas ouvia, pensando que Kirios deveria ser um psicopata. No meio da conversa, Kim sentou-se meio de lado e começou a passar sua mão pelo tórax de Hanz, descendo e subindo seus dedos por seu corpo, numa leve carícia, mas ele nem sequer olhou para Hanz, continuando a conversar com Julian.

As pálpebras de Hanz voltaram a fechar-se novamente, ele estava com sono e aquele carinho no seu corpo o estava ajudando a ficar amolecido. Hanz estava pronto para dormir, ele abriu sua boca lentamente, virando sua cabeça na direção de Julian, deixando-se levar pelo sono. No entanto, ele abriu os olhos de repente ao ouvir a porta abrir-se num estrondo, para ser fechada do mesmo jeito.

– Você acordou meu companheiro de quarto, Kirios – Kim comentou, olhando para a face assustada de Hanz.

– Onde está o meu brinquedo? – Kirios indagou, olhando para Julian e Kim.

– Na primeira gaveta da mesa – Kim disse.

Kirios caminhou até a mesa, abrindo a gaveta e pegando seu bisturi, olhando para o objeto de metal como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. Hanz sentou-se na cama e ficou a observar aquele rapaz que ainda não teve a oportunidade de conversar.

– O que vai fazer com isso? – Julian indagou.

– Arrancar o outro olho daquele idiota – vociferou, exibindo um olhar frio e sem emoção para os demais.

– “Esse cara é louco” – Hanz pensou.

– Você está muito irritado. Precisa extravasar – Julian comentou – por quê não deixa Hanz cuidar de você?

Kirios desviou a sua atenção do seu querido bisturi e olhou para Hanz que estava sentado atrás de Kim, usando apenas uma toalha de algodão em volta de sua cintura. Aos poucos os olhos cor de mel de Kirios voltaram ao seu brilho habitual, deixando aquele ar de psicopata.

– Já o deixou Kim? – indagou, com um leve sorriso no rosto.

– Não – Kim respondeu – mas ele pode te chupar se você quiser.

– Eu quero – disse rapidamente. Ele colocou o bisturi em cima da mesa de madeira e caminhou na direção deles, sentando-se ao lado de Julian, voltando a olhar para Hanz.

– “Deuses… eu vou enlouquecer” – Hanz pensou.

– Você quer Hanz? – Kim indagou – eu não vou te forçar e nem eles.

– Como assim? Eu quero – disse Kirios, contrariado.

– Ah, não, não! Ele que escolhe – disse Kim – afinal, ele está comigo.

Kirios e Hanz ficaram se encarando por um longo tempo. Julian e Kim suspiraram, pelo jeito Hanz não estava muito à vontade para fazer isso e Kirios estava ficando impaciente.

– Anda logo – Kirios disse, elevando seu tom de voz.

– “Droga… que situação” – Hanz pensou, voltando a deitar-se na cama, olhando para o teto.

Kim voltou a acariciar seu tórax, voltando sua atenção para Kirios, balançando sua cabeça negativamente. Kirios apenas estreitou seu olhar, ficando contrariado.

Julian começou a falar alguma coisa para quebrar o silêncio, Kim começou a conversar junto, continuando a alisar o corpo de Hanz, sentindo vontade que Kirios e Julian os deixasse sozinhos para ele se aproveitar daquele corpo que tanto lhe seduzia.

Alguns minutos depois Hanz voltou a sentar-se na cama, ele soltou um longo bocejo e ficou olhando para baixo. Ele passou sua mão por seus cabelos, jogando-os para trás, mas seus fios logo voltaram a cair por seu rosto. Ele olhou de canto para Kirios que ainda lhe lançava um olhar fulminante.

– “Se Kim me deixasse… esse aí seria o primeiro a vim até mim e não teria dó… será que eu devo também?” – pensou.

– Que horas são? – Hanz indagou.

– Oito horas – Kim respondeu – pode continuar descansando.

– Ou mudou de idéia? – Kirios indagou, interrompendo a conversa de ambos.

Kim riu baixinho, ele inclinou-se para baixou e deu um beijo rápido nos lábios de Hanz. Ele levantou-se em seguida e caminhou até a mesa de madeira, pegando um cigarro e o acendendo.

Hanz sentou-se na cama, arrumando sua toalha. Ele queria vestir alguma coisa, mas provavelmente iam pedir para que ele se trocasse na frente deles e não saberia o que podia acontecer. Não era bom ficar provocando-os.

Hanz levantou-se lentamente, caminhando até a janela, encostando-se à parede, olhando para os garotos que estavam passeando. De repente, algo chamou a atenção dele, ele viu que era Amín e Haziel que saíam lentamente do prédio.

– “O Haziel que parecia ser tão durão está… todo ferrado. Nossa… o braço dele… está enfaixado. Será que ele esse psicopata quebrou?” – pensou com surpresa – E você quer que eu faça ainda? – Hanz indagou de repente, chamando a atenção de Kirios, que abriu um largo sorriso.

– Sim – respondeu – agora mesmo se quiser.

– Oh, eu não sabia que ia mudar de idéia – Kim comentou – já que você está tão animado. Eu também quero – disse em seguida.

– Os dois? – indagou – que situação complicada eu estou ficando – riu baixinho em seguida, sem tirar os olhos de seus colegas que estavam no pátio, vendo que Amín parecia estar bem machucado também.

– Complicada? Ah, não pense assim, Hanz. Divirta-se conosco – disse Julian.

Um sorriso desenhou-se na face de Hanz, ele caminhou na direção de Kirios e ajoelhou-se na sua frente, o loiro abriu um largo sorriso e abriu mais suas pernas. Suas mãos passaram pela cabeça e Hanz e o puxou na sua direção, atacando seus lábios, mordendo-os em certos momentos.

– Vai com calma, Kirios – Kim disse, sentando-se ao seu lado – eu não vou deixar você machucá-lo.

– “Me machucar? Ah… ainda bem que Kim está aqui” – pensou, sentindo um arrepio correr por sua espinha.

Kirios ficou um pouco contrariado com a presença de Kim ao seu lado. Ele largou a boca de Hanz, vendo como ficou avermelhada. As mãos de Kirios trataram de cuidar de sua calça, puxando-a para baixo, retirando-a por inteira.

– “O que esse louco pensa que eu vou fazer?” – Hanz pensou.

O novato não esperou que Kirios pedisse, ele segurou seu membro e o levou até a boca, começando a sugá-lo com pressão e velocidade. Ora ele o masturbava com a mão, ora com a boca, ora colocava a língua para fora e deslizava por sua extensão, ora chupava apenas a glande para depois voltar a colocá-lo por inteiro na boca.

A mão de Kirios fechou-se nos cabelos de Hanz, puxando-o, torcendo-o, adorando ver a expressão de dor que ele fazia no seu rosto. Kim apenas observava, excitando-se também. A outra mão de Kirios deslizou pelo pescoço de Hanz, começando a acariciá-lo.

– Não, Kirios – Kim disse, puxando sua mão para longe do pescoço de Hanz. Ele conhecia muito bem seu colega para saber o que ele estava pensando em fazer.

– Ah… Kim – reclamou, exibindo um olhar decepcionado para o karateca.

– Não faça isso ou ele vai parar – disse – e eu não vou deixar você machucá-lo.

Kirios não respondeu, ele fechou os olhos dando atenção ao seu corpo e a aproximação de seu orgasmo que chegou triunfante, adentrando na boca de Hanz, que engoliu cada gota.

– Muito bom, quero todos os dias – Kirios disse baixinho, jogando sua cabeça para trás.

Kim sorriu de canto, olhando para a face de Hanz. Ele estendeu sua mão e tocou no seu rosto, começando a puxá-lo na sua direção. Hanz caminhou com seus joelhos até Kim, que se inclinou para baixo, beijando seus lábios.

Kirios levantou-se de repente, pegando sua calça e vestindo-a novamente, olhando para Julian que lhe sorriu divertido, vendo que o seu humor havia melhorado finalmente. Depois deveria agradecer Hanz pelo serviço. No começo Julian achou um erro ter sugerido que Hanz fizesse aquilo, já que ele havia recusado a princípio, acabando por ter deixado Kirios mais revoltado.

– Kirios, você exagerou com aquele garoto – Julian comentou.

– Não acho. Não sei porque vocês me seguraram – disse – eu queria quebrar o outro braço daquele idiota. Afinal ele empurrou meu irmão com os dois. Deveria pagar com os dois também.

– Tente se controlar – Julian pediu – apenas dê uma surra nele durante alguns dias, mas nada grave.

– E eu ainda vou bater nele – disse – amanhã eu vou pegá-lo de novo.

– Tente se acalmar – Kim disse, separando-se dos lábios de Hanz.

– Por que vocês sempre dizem isso? – indagou, contrariado, caindo sentado na cama de Hanz.

Kim e Julian se entreolharam pensando como Kirios poderia ser tão cego. Será que ele não notava que perdia todo o controle quando estava nervoso? A única pessoa que conseguia pará-lo era Kim e Julian, mas eles sempre se machucavam quando tentavam fazê-lo se acalmar.

Hanz sentou-se no chão e ficou olhando para os rapazes que estavam começando a aconselhar Kirios, que se mostrava irredutível. Pelo visto ele não conseguia entender que virava um demônio quando ficava bravo.

– Eu não sou tão irritado assim. Só às vezes – disse.

– Você é normalmente irritado e de vez em quando explode – Julian corrigiu – por acaso não pensa em tomar algum remédio?

– Ah, meus pais arranjaram algumas terapias para mim. Eu já disse isso antes. Mas aqueles remédios me deixavam lento – resmungou – eu estou fazendo karate com o Kim agora, isso está aliviando a tensão.

– Acho que você melhorou um pouco realmente – Julian comentou.

– “Esse cara ainda faz karate? Que terrível…” – Hanz pensou.

Hanz levantou-se lentamente, chamando a atenção dos três rapazes que pararam de conversar para olhá-lo. Hanz abriu a boca para falar alguma coisa, mas calou-se ao ouvir duas batidas na porta.

– Entre – Kim disse.

A porta abriu-se lentamente e um rostinho tímido apareceu. Era Corei que estava ali, olhando para Hanz, o loirinho gelou ao ver quem estava no quarto.

– Oi – disse baixinho.

– Oi, Corei. O que foi? – indagou, caminhando até a porta.

– Mais um dos irmãos Honoi – Kirios disse baixinho, levantando-se e caminhando na direção da mesa de madeira, pegando seu bisturi na mão. Nesse instante, Kim e Julian correram até o loiro, puxando seu braço para trás e Kim fez o favor de arrancar o bisturi da sua mão.

Hanz arregalou os olhos com aquela atitude, ele deu um passo para frente, aproximando-se mais da porta. Kirios estava se remexendo, falando um monte de palavrão. Corei assustou-se quando viu um bisturi no chão e sem notar, ele empurrou a porta para frente, batendo-a na cabeça de Hanz, que gritou e caiu ajoelhado no chão, com as mãos no rosto.

O trio parou de discutir de repente, eles olharam para Hanz que estava no chão gemendo baixinho e depois olharam para Corei, que arregalou os olhos. O loirinho adentrou no quarto e ajoelhou-se na frente de Hanz, tentando ver seu rosto, pedindo desculpas sem parar.

– Tudo bem, tudo bem – disse Hanz, desviando das mãos curiosas de Corei – vai embora.

– Perdão, eu não queria fazer isso – disse baixinho.

Kim respirou bem fundo e soltou Kirios juntamente com Julian. O loiro veterano bateu a mão na porta a fechando num estrondo. Ele olhou para Hanz e depois para Corei.

Com passos lentos, Kim puxou Hanz para cima num único puxão e nesse instante a sua toalha acabou caindo no chão, revelando seu corpo para o deleite de Kirios e Julian que ficaram paralisados. Kim abaixou e pegou a toalha, rindo baixinho.

– Além de cego, eu estou pelado. Que ótimo – disse, contrariado, fazendo todos do quarto rirem com o comentário bem humorado, menos Corei que suava frio.

– Não reclame. Seu corpo é lindo – Julian disse.

Kim começou a puxá-lo na direção da cama, fazendo Hanz sentar-se. Kim puxou a mão de Hanz que estava na sua testa, vendo que a região estava bem avermelha e havia até sangue pisado pelo impacto que sofreu contra a madeira.

– Hum… Foi feio, hein! – Kim comentou, chamando a atenção de Corei, que se ergueu e correu na direção dos dois.

– Perdão, Hanz – pediu novamente, vendo o estrago que fez.

As mãos do loirinho tocaram no corpo de Hanz, tocando no seu queixo, puxando-o na sua direção para analisar melhor o machucado, sua outra mão escorreu até o ombro do mesmo.

Kim levantou-se com os braços cruzando olhando para aquela cena na cama, sentindo que sua autoridade estava sendo ameaçada com aquele garotinho. Os outros dois aproximaram-se lentamente, notando que Kim também estava com um olhar assassino.

– Eu não agüento segurar os dois – Julian resmungou – Kirios e Kim, não percam a calma – pediu em seguida, tocando no ombro dos dois.

– “Droga, o Corei está aqui. Kim não gosta dele e Kirios é um psicopata. Eu preciso tirá-lo daqui ileso” – pensou.

Hanz pegou a sua toalha que estava na mão de Kim e voltou a passá-la em volta de seu quadril. Ele ergueu-se com um olho fechado, sentindo que ele ardia levemente. Sua mão fechou-se no pulso magro de Corei e começou a caminhar na direção da porta, arrastando o garoto.

– Espera aí! – Kirios o chamou – onde você está indo, Hanz?

– Levando-o para fora – disse secamente, continuando a andar.

– Não, deixe-o aqui e saia do quarto se quiser – Kim mandou, com um olhar sádico.

No entanto Hanz continuou a andar, ele abriu a porta e jogou Corei para fora, fechando-a em seguida. Ele encostou sua cabeça na porta e respirou fundo.

– Não se faça de surdo – Kim disse – eu falei para deixá-lo aqui. Vá buscá-lo.

– Não – disse, virando-se para o trio, com a mão na testa. Ele estava sentindo-se meio tonto com aquele baque que havia tomado. Parecia algo simples, mas foi com muita força e velocidade.

As pálpebras de Hanz fecharam-se com força, ele abaixou sua cabeça e voltou a abrir os olhos, vendo que sua visão estava ficando turva. Kim aproximou-se lentamente do novato, passando a mão por seu rosto, olhando para seus olhos.

Kim o puxou lentamente até a cama, ajudando Hanz a se sentar, sentando-se ao seu lado em seguida.

– Esse baque foi forte – Julian comentou.

– E mais um dos irmãos Honoi causando problemas hoje – Kirios comentou – eu vou pegá-lo depois.

– Me avise, pois eu vou junto – Kim pediu, passando suas mãos pelo rosto de Hanz, massageando sua face lentamente.

– Ele está te irritando também? – Julian indagou.

– Ah, Hanz mal chegou e ele vive entrando nesse quarto – comentou – e hoje foi à gota d’água.

– Hum… Hanz está fazendo sucesso até com o heterozinho dos Honoi – Julian comentou, rindo baixinho em seguida.

– Eu… quero dormir – Hanz resmungou, querendo deitar-se na cama.

– Não. Não vai deitar depois que bateu a cabeça. Fique acordado – Kim disse.

– Eu vou dormir – voltou a falar.

– Ele vai querer dormir mesmo. Mas eu sei como deixá-lo acordado, Kim – Kirios comentou.

– Não me diga, Kirios. Como conseguirá essa proeza? – indagou cinicamente, já imaginando a resposta.

O loiro sorriu e caminhou até Hanz, arrancando aquela toalha que estava enrolada na sua cintura. Hanz arregalou os olhos com aquele puxão, ele abriu a boca para pedir sua toalha de volta, mas não disse nada, quando sentiu os lábios de Kirios envolverem seu pênis, começando a sugá-lo.

– Não vá mordê-lo, Kirios – Julian pediu.

– Eu não vou fazer nada. Afinal, ele me tratou tão bem – disse, voltando a chupá-lo.

Hanz começou a gemer baixinho, ele começou a cair para trás lentamente, deitando-se na cama, enquanto sentia a língua de Kirios lhe tratar tão bem. Ele deixou seu braço em cima de sua testa e sua outra mão ficou fechada no lençol, sua boca estava ligeiramente aberta, deixando seus gemidos saírem por sua garganta.

Um gemido mais longo e rouco deixou a garganta de Hanz quando ele sentiu o dedo de Kirios adentrar no seu corpo. Kim aproximou-se do loiro e puxou sua mão para trás rapidamente.

– Ele é meu. Eu já não disse? – indagou com irritabilidade.

– Perdão, eu não resisti – Kirios disse – não faço mais.

Aos poucos o corpo de Hanz começou a ficar cada vez mais aceso. Ele se remexia na cama até que acabou gozando na boca de Kirios que engoliu todo seu líquido. Kirios se afastou e ficou observando o novato jogado na cama, com a boca aberta. Seu peito subia e descia aceleradamente por causa da respiração agitada.

– Kim – Julian o chamou.

– Hum?

– Eu o quero – disse, olhando com desejo para o corpo de Hanz estirado no colchão.

– Eu também – Kirios disse.

Por um momento Kim começou a ficar incomodado com aquela situação, ele não entendeu o sentimento que estava no seu peito. Ele queria que todos saíssem do quarto e parassem de olhar daquele jeito para seu colega de quarto. Talvez estivesse sentindo ciúme. E isso nunca havia acontecido, eles sempre dividiam os rapazes que pegavam.

&nndash; O que me diz de nós três, Kim? Sem machucar ou humilhar. Apenas dar prazer para ele – Julian sugeriu.

– Não – Kim respondeu, num tom que não deixava dúvidas – agora me deixem sozinho com ele. Pois é minha vez.

– Egoísta – Kirios comentou, rindo alto – mas como sempre, daqui no máximo três semanas você vai deixar de ficar com ele. Então, a gente se diverte, não é Julian?

– Realmente. Afinal não é muito tempo – disse.

Os dois rapazes despediram-se com um tapa nas costas de Kim que apenas moveu sua cabeça num aceno de despedida. Quando eles saíram do quarto, Hanz abriu suas pálpebras, olhando diretamente para Kim, que lhe observava de um jeito estranho.

– O que foi? – Hanz indagou.

– “O que eu senti quando Kirios estava com ele? Quando ele estava com Julian também. Eu não gostei… eu tentei ignorar e levar tranqüilamente, mas não gostei. Eu queria que essa boca fosse somente minha” – pensava, olhando diretamente para Hanz – “que estranho… será que eu estou gostando dele?”.

Kim sentou-se na cama, fazendo Hanz sentar-se também, exibindo sua testa avermelhada. A mão de Kim deslizou pelo rosto de Hanz, vendo como ele recebia bem aquela carícia.

– “Ele está me olhando estranho” – Hanz pensou.

Com o coração acelerado, Hanz inclinou-se e aproximou-se dos lábios de Kim, passando sua boca por eles, movendo sua cabeça de um lado para o outro, deixando seus lábios ficarem raspando pelos de Kim, numa doce carícia. As mãos de Kim seguraram a cabeça de Hanz, parando-a no lugar, afundando sua língua no interior de sua boca, começando a beijá-lo.

Os dois ficaram se beijando por longos minutos. Suas mãos deslizaram pelos seus corpos ao mesmo tempo, apalpando cada pedacinho, conhecendo mais o corpo do outro. Hanz afastou-se por um momento para buscar mais ar.

– Que beijo… está se apaixonando? – Hanz indagou, rindo baixinho.

– Talvez – disse seriamente, chamando a atenção de Hanz – você me deixa… assim.

– Assim como? – indagou, surpreso. Afinal, esse era o segundo dia que estava ficando com Kim. Como ele podia estar falando essas coisas? – “talvez ele esteja brincando comigo” – pensou em seguida, não acreditando que pudesse ser algo sério.

– Não sei explicar, mas fiquei enciumado quando você ficou dando atenção para Kirios e Julian – disse, voltando a beijar Hanz, mas desta vez na região das bochechas.

– Você mesmo que sugeriu – disse.

– Eu sei, eu não pensei que ia me sentir assim. Estranho, não? – comentou, rindo baixinho – eu não me importo de te falar isso, você se importa de ouvir isso?

– Por que me importaria? Não é importante.

– Não é importante saber que eu fiquei com ciúmes? – indagou, afastando sua boca de suas bochechas e indo até seus ouvidos.

– Não. Daqui duas semanas vai deixar eu sozinho, não é? Eu ouvi – comentou.

– Ah, não existe um tempo para isso – disse – eu posso protegê-lo sempre.

– E qual interesse você teria nisso? Depois que enjoar de mim, vai querer algo novo. Ou se entrar outro aluno… eu soube que eles trocam as duplas dos quartos a cada dois meses.

Kim não disse nada, ele passou sua língua pela orelha de Hanz, notando que ele se contorceu com aquilo e os pêlos de seu corpo arrepiaram-se imediatamente.

– “Como imaginei. Ele não tem resposta” – pensou, sentindo suas carícias.

Os dois ficaram se beijando por um longo tempo até que resolveram sair do quarto, ou então se atrasariam para o passeio.

OoO

Era segunda-feira. O dia amanheceu frio e com um vento forte, o despertador começou a tocar avisando que era a hora de levantar. Kim bateu a mão no aparelho, fazendo-o parar de tocar. Ele sentou-se na cama e olhou para o corpo de Hanz.

– Acorda – disse, jogando seu travesseiro em Hanz.

Os olhos de Hanz abriram-se vagarosamente, ele sentou-se na cama e olhou para Kim que estava caminhando até o banheiro, deixando a porta aberta. Hanz levantou-se e foi até o banheiro, encontrando Kim urinando.

A torneira da pia foi aberta, Hanz começou a lavar seu rosto e já pegou começou a escovar os dentes, enquanto olhava sua cara sonolenta no espelho. Ele estava péssimo e sua cabeça doía, ele não devia ter bebido ontem à noite com Kim.

Eles arrumaram-se e vestiram seus uniformes e saíram do quarto, encontrando vários rapazes caminhando pelos corredores, indo até o refeitório para tomarem seu café da manhã. Kim andava ao lado de Hanz, ambos não falavam nada, pois tinham um péssimo humor matinal.

Após tomarem o café da manhã, Kim afastou-se de Hanz, juntando-se ao seu grupo. Hanz caminhou para sala sozinho, vendo Hudi e os demais no alto da sala, conversando. Ele sentou-se ao lado de Amín, ficando na ponta da mesa, onde estavam sentado, Leon e Hudi também. Atrás estava Haziel, quieto num canto, cheio de curativos e com o braço enfaixado.

Era aula de matemática. Um velho senhor de bengalas adentrou na sala e começou a passar a matéria, avisando que a prova seria na mesma semana. Após terminar a aula, todos saíram conversando animadamente. Era aula de educação física, e eles estavam se dirigindo para as quadras. E nesse ritmo a tarde começou a chegar e eles saíram do horário de atividades as seis horas da tarde. Segunda-feira era um dos dias mais cheios.

No corredor do segundo andar, Hanz estava andando com Leon, que falava sobre um filme que ele havia alugado na semana passada. Ambos estavam distraídos, andando pelos corredores, entretanto algo chama a atenção deles.

– Você ouviu? – Hanz indagou, parando de andar.

– Veio do terceiro andar – disse.

Eles se olharam intrigados e começaram a subir as escadas lentamente, chegando até o terceiro andar onde tudo estava escuro e todas as salas estavam com as portas fechadas. Havia encerrado o período de atividades nesse andar.

A atenção dos dois estava voltada para o som que ouviam no final do corredor, eles começaram a caminhar lentamente até que pararam na frente de uma grande porta de madeira.

– O que fazem aqui?

Os dois olham para trás e encontram Kirios que estava com mais dois garotos que Hanz nunca havia visto antes. Leon arregalou seus olhos e depois olhou para Hanz, dando uma leve cotovelada no novato, que o olhou de canto.

– Eu perguntei o que estão fazendo aqui? – Kirios tornou a indagar, olhando para Leon.

De repente a porta de madeira abriu-se, revelando uma figura conhecida para Hanz, era Kim que estava ali com seu inseparável cigarro na boca, olhando para os dois com certa curiosidade.

– O que faz aqui Hanz? Perdeu-se? – indagou.

– Ouvimos algo e subimos. Algum problema? – indagou, olhando para Kim de modo interrogativo.

Kirios passou por Leon e Hanz adentrando na sala juntamente com os outros dois rapazes que também eram do quarto ano. Kim fechou a porta atrás dele e ficou no corredor, olhando para Leon e Hanz.

– Estamos disciplinando três alunos do primeiro ano – disse, dando uma tragada no seu cigarro, fechando os olhos para saborear aquela droga.

– Ah, vamos voltar, Hanz – Leon sugeriu, puxando-o pelo braço.

Kim desencostou-se da porta e fechou suas mãos nos braços de Leon e Hanz, ele abriu a porta da sala e os jogou lá dentro, entrando por último, fechando a porta atrás dele, trancando-a com uma chave.

Era a sala de ciências, onde eles realizavam experiências, e esse cômodo era maior que todas as outras salas, pois tinha várias mesas redondas espalhadas pelo seu interior, onde eles sentavam-se em grupo e faziam seus trabalhos. No fundo da sala havia três alunos sentados no chão. E sentado nas cadeiras havia vários garotos do quarto ano.

Hanz conseguiu reconhecer apenas Julian, Kirios e Kim naquele lugar. O resto do pessoal era totalmente novo para ele. Leon afastou-se de Hanz, caminhando até seu primo, sentando-se em cima da mesa, ao lado de Julian que lhe sorriu e passou sua mão por seu rosto.

– O aluno novo… ele também? – um dos garotos indagou, olhando para Hanz.

– Esse não – Julian disse – ele está com o Kim.

Uma vaia foi ouvida no fundo da sala, mas todos acabaram rindo e voltando suas atenções para os três garotos do primeiro ano. Kim puxou Hanz pelo braço, caminhando até a frente, onde estavam os demais.

– Sente onde quiser – Kim disse.

Hanz deu uns passos para o lado e sentou-se numa cadeira de madeira, ficando ao lado de Leon.

Ao seu lado, Leon foi puxado para fora da mesa, ele foi acomodado no meio das pernas de Julian que continuava sentado. O ruivo abraçou o corpo de seu primo e afundou sua cabeça na curva de seu pescoço, beijando a região enquanto suas mãos deslizavam sem nenhum pudor por seu corpo.

– “Esse Julian não perdoa nenhum! O que vai acontecer aqui?” – indagou em pensamento – “Ah, droga. Eu sei o que vai acontecer e eu não quero ficar”.

Hanz ergueu-se na cadeira e começou a caminhar para fora da sala, saindo rapidamente e fechando a porta. Ele respirou fundo quando se encontrou sozinho no corredor, ele correu até a escadaria e começou a descer rapidamente. Ele não queria ser forçado a ficar ali.

Quando chegou no jardim daquele prédio, Hanz olhou para cima, vendo a luz acesa no terceiro andar. Ele começou a caminhar para fora dali, mas antes de se afastar ouviu um grito agonizante que deixou todos seus pêlos arrepiados.

Já no dormitório, Hanz retirou seu uniforme e colocou uma calça de pano azul escuro e uma camiseta branca de algodão que tinha os três primeiros botões abertos. Ele sentou-se na mesa de madeira e abriu o livro de matemática, lendo o exercício que ia cair na prova.

As horas foram passando e estava na hora do jantar. Hanz calçou um par de sandálias de couro marrom e saiu do quarto. Ele caminhou sozinho até o refeitório, onde não havia nenhum rosto conhecido para ele se sentar. Hanz pegou uma bandeja, servindo-se na fila. Ele caminhou pelas mesas e sentou em uma vazia, começando a jantar em silêncio.

– Posso me sentar?

Hanz ergueu seu olhar para um garoto que ele nunca havia visto antes.

– Pode – disse.

O rapaz sentou-se de frente para Hanz, arrumando-se da cadeira.

– Meu nome é Hon e você é Hanz Golden do terceiro ano, certo?

– Sim. Prazer – disse, abrindo um sorriso simpático – você está em que ano?

– Quarto ano – respondeu, passando a mão por seus cabelos brancos, jogando-os para trás, deixando-os cair por seus ombros. Ele deu uma piscada para Hanz em seguida, exibindo o brilho de seus olhos, que pareciam duas esmeraldas.

– Hum… um veterano, então! – exclamou.

– Sim. Eu vi você na sala hoje. Por quê saiu? – indagou.

– Porque eu não queria ficar ali – respondeu, um pouco irritado – “então você é um dos idiotas que ficam maltratando os outros” – pensou – “esse colégio só cria gente doente”.

Hon ficou conversando com Hanz que não sentia a mínima vontade de ter a companhia daquele cara irritante ao seu lado. Quando terminou de jantar, pediu licença e levantou-se, colocando sua bandeja em cima da lixeira, afastando-se rapidamente do refeitório, caminhando pelo campo com a cabeça baixa e mãos nos bolsos.

– “Eu nunca andei por aqui” – pensou, olhando a região que ficava atrás dos vestiários – “Esse colégio é enorme”.

O caminhar de Hanz foi bloqueado por um garoto que ele nunca havia visto antes, ele olhou para trás e viu que Hon estava atrás dele com as mãos na cintura e um semblante sério.

– Kim quebrou o acordo – Hon disse – que pena para você.

– Co… como assim? – indagou sem entender.

– Ele não resistiu e acabou pegando o garoto do primeiro ano – o outro rapaz que estava a sua frente disse. Ele se chamava Marc, ele tinha cabelos curtos e castanhos claros, seus olhos eram negros como os cabelos de Hanz e era mais alto que Hon.

A cabeça de Hanz estava rodando, ele olhou para os lados pensando para onde correria. Ele não queria ser pego por aqueles dois pervertidos num lugar tão isolado. E no instante seguinte, postou-se a correr, com os dois garotos ao seu encalço.

– Hei, pára de correr – Hon gritou.

Hanz estava se afastando dele, sentindo um alívio no peito. No entanto, sua felicidade não durou muito, quando ele encontrou outro garoto na sua frente, com um sorriso divertido no rosto. Hanz desacelerou o passo e foi o que os outros dois precisavam, eles o alcançaram e o seguraram pelo braço.

OoO Por Leona-EBM

Continua…

No conto de hoje vamos iniciar a dica de filme para o conto o primeiro que vamos posta será da Coleção Takumi-Kun que são 5 filmes que iremos postar nesse capítulo e nós próximos. O filme de hoje e o casal da capa do post deste capítulo.

Takumi-Kun 1: Soshite Harukaze ni Sasayaite

Sinopse: O primeiro filme fala de Takumi, que após sofrer um abuso quando era menor desenvolve uma fobia a contato humano. Mudando-se para uma nova escola só de meninos, vai dividir o quarto com o rapaz mais famosa da escola, Gii. Não vou continuar pra não dar spoiler, mas todo mundo sabe ou imagina o que acontece. Eu achei os atores lindos, principalmente o que faz o Gii. *O*

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