Contos de Garotos – Capítulo 13 – Dupla Personalidade
Contos de Garotos
Capítulo
XIII
Dupla Personalidade
As horas foram passando e os alunos saíram para beber conforme foi combinado para comemorar as medalhas de ouro e bronze de Kim e a medalha de ouro de Max, que se juntou com a turma com Cássio e outros garotos do quarto ano.
Hanz estava sentado num canto da mesa, longe de Kim que estava sendo muito requisitado pelos seus colegas do quarto ano. Kim era bastante calado na sala de aula, mas não por ser tímido ou introspectivo, mas porque seus colegas de verdade estavam um ano à frente.
A camiseta de Hanz era vermelha e justa ao seu corpo, ele estava distraído e solitário na mesa e por esse motivo era alvo dos olhares daquele barzinho por pessoas que não estavam relacionadas ao colégio Saint Rosre. O moreno levantou-se de repente, exibindo sua calça jeans preta que colava ao seu corpo, deixando mais sexy. Ele passou a mão por sua longa franja que caia por seus olhos e caminhou até o barzinho.
Hanz sentou-se num dos bancos alto e ficou olhando para o barman que atendia outro cliente. Com um sorriso no rosto Hanz começou a observar a decoração daquele barzinho rockabilly, inspirado nos anos cinqüenta e sessenta. Os móveis eram de madeira, e os assentos eram de couro avermelhado e no centro havia uma pista de dança para os mais agitados. No centro do salão havia um grande quadro ao famoso Elvis Presley, e demais artistas como Bill Haley e Seus Cometas, Chuck Berry, Jerry Lee Lewis e outros mitos.
Uma moça de longos cabelos negros que batiam na altura de sua cintura sentou-se ao banco ao lado de Hanz, ela suspirou e passou a mão por suas mechas negras. Hanz a observou, admirando sua beleza, hipnotizando-se com seus olhos verdes e sua pele era negra e brilhante, parecia que havia sido esculpida pelos Deuses. Ela era com certeza a mulher mais linda daquele lugar.
– Oi – ela sorriu.
– Oi – Hanz a cumprimentou, balançando sua cabeça cordialmente.
– Posso te pagar uma bebida sem compromisso? – indagou, exibindo seus dentes brancos e perfeitos.
– Ah… bom…
– Não precisa ficar nervoso – disse, dando uma piscada para Hanz, que não conseguiu evitar que suas bochechas ficassem avermelhadas.
E antes que Hanz respondesse, ela ergueu sua mão e chamou o barman, que feio rapidamente atendê-la.
– O que gostaria? – ela indagou para Hanz.
– Ah… não precisa. Eu agradeço.
– Eu faço questão – ela insistiu – o que gostaria de beber?
– Tequila – disse.
– Duas tequilas e uma cerveja long neck, por favor – pediu, entregando sua comanda para o barman que anotou o pedido e afastou-se para preparar o que lhe foi pedido.
– Meu nome é Judith. Qual é o seu? – se apresentou, passando sua língua lentamente por seus lábios carnudos de forma discreta e sensual.
– Hanz, prazer – sorriu.
– Você está com aqueles garotos? – indagou, voltando seu olhar para os alunos do Saint Rosre.
– Sim – respondeu – interessada em algum? – indagou, exibindo um sorriso divertido nos lábios.
– Talvez – disse, voltando a olhar para Hanz com intensidade – você tem quantos anos?
– Dezoito e você?
– Vinte – respondeu – não é muita diferença. Você está pretendendo fazer faculdade do quê?
– Não sei ainda – respondeu – você estuda?
– Sim. Eu faço Design Gráfico – respondeu.
Hanz ficou interessado na conversa, ele sempre pensou em fazer esse curso, apesar de ainda ter suas dúvidas com relação ao futuro.
– E como é o curso? – indagou.
Judith alargou seu sorriso, adorando ver a atenção de Hanz para ela. Mas antes que começasse a falar, o barman se aproximou com dois pequenos copos com um líquido transparente dentro. Ao lado havia um recipiente com sal. Judith passou um pouco de sal em seu dedo indicador e o chupou de modo provocante, olhando para Hanz que ficou hipnotizado com a cena e no instante seguinte ela virou o copo, sorvendo todo seu líquido.
– Como eu adoro tequila – comentou, após virar o copo de cabeça para baixo no balcão, batendo sua mão em seguida e pedindo mais duas dozes para o barman.
Hanz passou um pouco de sal em sua boca e depois virou a tequila, sentindo seu corpo arder com aquele líquido. Ele ficou um pouco vermelho por causa de sua pele ser tão clara. Judith riu timidamente e depois começou a beber sua cerveja, oferecendo para Hanz que recusou educadamente.
– O curso é fantástico. Se você adora trabalha com imagens e identidades visuais, esse curso é perfeito – comentou.
– Eu sempre fico olhando para rótulos de produtos, para logotipos de empresas. Mas eu não sei se quero fazer isso… As pessoas falam que é difícil arranjar emprego – comentou, lembrando-se das inúmeras matérias que leu a respeito dessa profissão.
– Emprego é difícil para qualquer um hoje em dia. Eu acho que se você for um bom profissional, sempre haverá um lugar para você. Eu sou suspeita para falar, pois adoro Design Gráfico.
E nesse instante o barman voltou com mais duas doses de tequila. Judith entregou a sua comanda onde foi anotado o pedido e depois guardou no bolso de seu vestido de bolinhas vermelhas rodado, que chegava na altura de seu tornozelo.
– Beba comigo, Hanz – convidou.
– De novo? – indagou com certa surpresa.
– Acha que pedi duas doses para mim? Por favor, seja cavalheiro.
Hanz deu um gole na tequila sentindo seu líquido forte descer por sua garganta, depois tomou coragem e virou o resto do líquido. Sua coloração ficou mais avermelhada do que da outra vez. Judith riu graciosamente e voltou a beber sua cerveja.
– Você bebe rápido… deve estar acostumada – disse, sentindo seus ombros ficarem um pouco mais relaxados.
– Topa a terceira dose? – indagou com entusiasmo.
– Eu pago desta vez – Hanz disse.
– Eu aceito!
Hanz pediu duas doses que chegaram rapidamente. Eles voltaram a tomar aquela tequila que estava seduzindo-os cada vez mais. Judith desceu do banco lentamente e olhou para Hanz.
– Quer dançar comigo?
– Acho melhor não – disse, olhando discretamente para a mesa onde estava sentado, vendo que todos estavam conversando distraidamente. Hanz olhou para Kim que conversava com Kirios e Julian.
– Venha. Eu não vou te morder… – disse, puxando a mão de Hanz.
Hanz desceu do banco e olhou para a garota que batia na altura de seus olhos. E antes que Hanz pudesse se negar a dançar, Judith o puxou para a pista de dança, segurando suas mãos com força e começando a dançar lentamente uma música Hopelessly Devoted to You do famoso filme Grease – Nos Tempos da Brilhantina.
A cabeça de Hanz estava rodando, mas ele não havia perdido a razão. Ele dançava com Judith ficando com seu rosto o mais longe possível daquela garota. Ele a achou maravilhosa, mas definitivamente não tinha atração por mulheres. Mas Judith era… especial.
A mão de Judith deslizou pela cintura de Hanz, sentindo toda sua musculatura, adorando estar nos braços daquele rapaz. Hanz por sua desistiu de ficar hesitando e começou a dançar divertidamente com sua nova companheira.
Uma, duas, três… seis músicas foram tocadas pela banda que estava num palco acima deles. Ambos riam, divertindo-se com os passos ‘bregas’ das músicas dos anos cinqüenta e sessenta.
– Fazia tempo que não dançava assim, Hanz – Judith comentou, próximo ao ouvido de Hanz.
– Eu também – confessou – você vem sempre aqui?
– Sim, eu vejo quase todos os sábados. Apareça mais vezes, Hanz – sugeriu – eu vou adorar dançar com você.
Judith puxou Hanz para dançar outra música, porém Hanz não se moveu. O moreno olhou para trás, vendo que havia uma mão fechada no seu ombro, erguendo mais seu olhar encontrou a face de Kim.
– Ah… é seu amigo? – Judith indagou, sorrindo gentilmente para Kim.
– Sim – Hanz respondeu – “O que ele está fazendo aqui?”.
– Vamos voltar para a mesa – Maccario pediu.
Hanz sorriu para seu namorado e voltou sua atenção para Judith que estava os olhando com curiosidade.
– Eu vou me juntar ao pessoal, Judith. Nos vemos depois, tudo bem?
– Ah! Claro – sorriu amarelo – qualquer coisa eu estarei aqui.
Kim não esperou que Hanz respondesse, ele puxou seu namorado o levando novamente até a mesa, onde Hanz voltou a se sentar no seu canto frio e isolado. Maccario sentou-se no centro da mesa, onde estava anteriormente, voltando sua atenção para seus colegas.
– “Ah, eu não acredito que ele me tirou da pista para simplesmente me ignorar de novo!” – Hanz pensou – “se fosse um homem tudo bem, eu aceitaria uma cena de ciúme. Mas uma mulher? Uma mulher!? E agora a noite voltou a ficar chata” – pensava.
Hanz olhou para o lado, vendo Judith que estava dançando sozinha. Ele viu que um rapaz logo se aproximou dela, pedindo para dançar com ela, e o que mais surpreendeu Hanz foi que Judith recusou. O tempo foi passando e Hanz começou a ficar sonolento.
A bexiga de Hanz começou a cutucá-lo e ele achou melhor ir ao banheiro antes que dormisse naquela mesa. Ele ergue-se lentamente e saiu da mesa, indo até o banheiro. Ao adentrar na cabine, urinou e saiu, lavando as mãos e arrumando sua franja em frente ao espelho.
Com passos lentos saiu do banheiro encontrando o rosto animado de Judith que estava encostada na parede, olhando de um jeito angelical. Hanz sorriu.
– Você estava morrendo naquela mesa – ela comentou.
– Ah… um pouco – confessou.
– Aquele garoto parecia… irritado – disse, estreitando um pouco seu olhar.
– Ele é ciumento – respondeu.
– Não me diga… que… ele é… bom…
– Meu namorado? – indagou, sorridente.
Judith riu baixinho com a indagação de Hanz.
– Ele é irritado. Será que está bêbado?
– Ele está um pouco, mas ele é ciumento realmente. Apesar de que ele não deveria sentir isso, afinal eu sou gay – disse, voltando a sorrir para Judith que ficou em estado de choque com a revelação.
– Mentira! – disse, dando um tapa na sua própria testa.
– Verdade – riu baixinho.
– Eu sou uma tapada mesmo! Ah… perdoe-me – e pela primeira vez naquela noite as bochechas de Judith ficaram avermelhadas.
– Tudo bem – a confortou – eu me diverti muito com você.
– E não é a primeira vez que eu dou em cima de um gay! Eu sou terrível, eu não tenho um olhar muito bom. Aliás, você não parece gay! – riu alto de sua própria infelicidade.
A risada de Hanz estava deixando Judith relaxada. Ao poucos os dois riam juntos daquele mal entendido. Isso é, o mal entendido de Judith, pois por nenhum momento Hanz acatou a idéia de ter alguma relação diferenciada com a garota.
E antes que os dois voltassem a conversar, Kim apareceu novamente perante eles e desta vez estava com a face mais séria. Hanz olhou seu namorado que parou ao seu lado.
– Onde estava indo? – Kim indagou.
– Estava saindo do banheiro – respondeu.
– Olha! Calma… eu não sabia que ele era seu namorado. A culpa é toda minha, se eu soubesse não o teria puxado para dançar – Judith disse, olhando diretamente para Kim com um pouco de constrangimento.
– Ah… não se preocupe com isso Judith – Hanz murmurou – Kim ia ao banheiro apenas. Não é?
Kim olhou para Hanz e depois para a garota que os encarava. Ele suspirou e respondeu:
– Não, eu vim pegá-lo de volta.
– Era para você ser gentil – Hanz suspirou – eu já volto. Deixe-me despedir de Judith, pois pelo jeito não vou poder levantar novamente.
Hanz e Judith se olharam e depois olharam para Kim que estava com os braços cruzados e olhos fechados, esperando que seu namorado se despedisse daquela mulher que Kim apelidou de “biscate” juntamente com Julian e Kirios.
– Pode me passar seu celular, Hanz? – pediu.
O moreno sentiu um frio na barriga ao ouvir aquele pedido. Depois olhou para Kim que mantinha com os olhos fechados, impassível a tudo. Judith entregou seu aparelho celular para Hanz que anotou o número rapidamente e entregou a moça que lhe sorriu.
– Até mais, Hanz. Depois falamos mais sobre a faculdade – disse, afastando-se do casal, ainda rindo com sua péssima habilidade de arrumar namorado.
E quando Judith se afastou, Hanz tocou no braço de Maccario fazendo uma leve carícia. Ele se aproximou dos ouvidos do seu namorado e disse:
– Ela já foi e eu já vou voltar.
Kim abriu suas pálpebras revelando seus azuis cobalto. Ele sorriu para seu namorado que estava bastante obediente aquela noite. E com um sorriso ainda maior, Kim começou a puxar Hanz para dentro do banheiro.
– E no final você queria ir ao banheiro realmente – Hanz comentou – poderia ter tido isso a Judith. Ela ficou tão tensa.
– Eu não ia usar o banheiro – comentou – pare de ficar se esfregando com outras pessoas. Eu não gosto disso.
– É uma mulher, Kim! – exclamou.
– E daí? Por acaso nunca pegou nenhuma mulher antes? – Kim indagou.
Hanz encostou-se a pia de mármore do banheiro, cruzando os braços e olhando para seu namorado.
– Só beijei uma garota uma vez quando tinha doze anos – confessou – e você?
– Eu transei com algumas – Kim revelou.
– Mentira! – Hanz ficou perplexo – algumas?
– Sim – respondeu.
– Mas… mas… foi quando isso? – Hanz indagou.
– Ano passado – respondeu.
– Kim… você é bissexual?
– Não. Eu estava bêbado – confessou – fiquei com… nojo depois. Mas não foi tão ruim pelo que me lembro.
Hanz ficou olhando com certa desconfiança para Kim. Mas isso não era o fim. No mundo, não seria errado afirmar que todos os gays já beijaram alguma garota ou fizeram alguma coisa a mais.
– Mas eu não tenho vontade – Hanz disse.
– Você está embriagado. Vai saber! Eu não ia ficar olhando você se esfregar com aquela mulher – disse com a voz mais alta, ele estava ficando alterado.
– Tudo bem, Kim. Tudo bem… não vamos mais falar nisso, pois não quero discutir com você.
– Alguém aqui está discutindo?
– Não, mas logo iremos, pois você está alterado.
Kim sorriu de canto e exibiu um olhar divertido para Hanz adorando ver aquela face avermelhada e ligeiramente suada. O karateca aproximou-se dele, passou as mãos por sua cintura e o jogando na cabine do banheiro, fechando a porta.
– Esse barzinho não é GLS! Se pegarem a gente…
E antes que Hanz reclamasse seus lábios foram atacados pela boca faminta de Kim. A língua do veterano deslizou pela sua cavidade, começando a mexer com a língua de Hanz, incentivando-a a se mexer junto. Quando suas bocas se separaram, Kim deslizou sua língua até a curva do pescoço de Hanz, beijando a região.
A mão do karateca deslizou pelas pernas de Hanz, indo para a parte interna de suas coxas, passando a mão por seu pênis, massageando-o pela calça jeans.
– Aqui não, Kim – pediu, tentando afastar aquela mão atrevida.
– Eu quero sua boca – Kim sussurrou.
– Kim… aqui não – sussurrou com preocupação.
– Quanto mais rápido você for mais rápido terminará. Vai logo – disse, abrindo o zíper de sua própria calça, deixando-a escorregar até seus tornozelos. A mão de Maccario começou a empurrar a cabeça de Hanz para baixo. O calouro resmungou e se ajoelhou no chão.
E Hanz desceu até o pênis de Kim, pegando-o na mão e começando a levá-lo até sua boca. A língua de Hanz lambeu a cabeça do pênis algumas vezes e depois deslizou sua língua por sua extensão até que finalmente o colocou na boca, começando a sugar lentamente.
Os dedos de Kim estavam na nuca de Hanz, acariciando a região enquanto permitia-se gemer baixinho com aquela carícia.
O Hanz fez a sucção ficar mais prazerosa, fechando seus lábios com força, usando mais sua língua, deixando-a deslizar pela direção contrária de sua sucção. E como recompensa, os gemidos baixos de Kim foram redobrados.
O corpo de Kim tremia em leves espasmos de prazer, os seus suspiros eram cada vez mais freqüentes. Ele queria parar Hanz, não queria gozar tão facilmente, mas a boca de Hanz estava lhe dando tanta atenção que não podia pará-lo. A mão de Maccario fechou-se nos fios negros da nuca de Hanz, ele olhou para baixo vendo os orbes azuis piscina de Hanz lhe observarem, enquanto movia sua cabeça para frente e para trás, continuando aquela sucção maravilhosa.
O calor apossou-se do corpo de Kim, ele não tinha mais controle e estava afundado no prazer que sentia. Seus lábios abriram-se para aspirar o ar que lhe faltava. Aos poucos os espasmos foram se intensificando, e Hanz aumentou o ritmo da sucção recebendo sem aviso o jato quente daquele fruto proibido. O sêmen de Maccario adentrou por sua boca, deslizando para o interior de sua garganta, Hanz continuou a chupá-lo até a última gota. Quando terminou, lambeu o membro de seu namorado e se ergueu puxando a calça de Kim juntamente com sua cueca, vestindo seu namorado.
– Pronto – disse, um pouco ofegante – vamos voltar para a mesa.
– E você? – indagou, pressionando o corpo de Hanz contra a parede, fechando sua mão no membro de Hanz por fora da calça, causando arrepios no calouro.
– Depois eu serei todo seu – sussurrou sedutoramente – agora vamos voltar.
– Não posso te deixar nesse estado.
– Kim… por favor, se nos pegarem, eu juro que te mato – disse – eu ia morrer de vergonha.
Kim foi empurrado para trás e Hanz saiu da cabine, o calouro olhou para o banheiro vendo um rapaz lavar as mãos olhando com certo desprezo para ele, balbuciando alguma coisa preconceituosa. Hanz ficou vermelho e olhou para baixo, nesse instante Maccario saiu do banheiro e olhou para seu namorado.
– Vamos logo – Hanz pediu, puxando Kim pela mão, saindo da frente daquele olhar reprovador.
E quando saíram do banheiro, Kim puxou uma cadeira colocando-a ao seu lado, jogando seu querido namorado ali. Agora Hanz não ia mais fugir da mesa, pois não o deixaria se levantar.
– “Agora só falta pedir permissão para ir ao banheiro…” – Hanz pensou, sentindo o tédio voltar a sua noite.
E nesse ritmo nenhum evento especial aconteceu. A madrugada chegou e às quatro horas da manhã os rapazes saíram do lugar, alguns estava muito bêbados e os mais saudáveis ajudavam a carregar os demais.
Hanz estava carregando Kirios. Havia sido uma surpresa para o calouro, ele havia pagado sua conta e estava do lado de fora do barzinho, e quando percebeu, o veterano se apoiou no seu ombro e começou a resmungar pedindo para ajudá-lo.
– Hei, Hanz. Obrigado – agradeceu – você é legal e bonito e… e…
– Eu vou ignorar isso. Você poderia ser legal comigo também – disse.
– Eu não sou? – indagou, rindo baixinho.
– Poderia fazer o favor de parar de maltratar Corei – pediu.
– Ah… tudo bem… se você quiser. Eu faço isso por você – tossiu.
– Mesmo?
– Sim. Se eu lembrar… disso amanhã…
– Eu te lembro – murmurou – e olha seu irmão ali… ele está mais bêbado que você.
– Ele seguiu meu exemplo – riu baixinho – O Kim está acabado também.
Hanz olhou para o lado onde dois garotos estavam ajudando a carregar seu querido namorado. Kim era pesado, não era fácil carregá-lo e ele tinha mais força e por causa do álcool ficava resmungão e briguento.
Kirios e Hanz ficaram no banco de trás do carro de Cássio, junto com outro garoto. No banco da frente Max estava sentado, o louro estava encostou a cabeça no banco do carro e apagou.
E em alguns minutos os alunos do colégio Saint Rosre estavam saindo o centro da cidade. E em poucos minutos eles chegaram ao colégio, pois dirigiram em velocidade excessiva.
Hanz abriu a porta do carro e puxou Kirios que se agarrou aos seus ombros novamente. Eles começaram a caminhar pelo campus, Kirios comentava alguma coisa desinteressante e Hanz apenas concordava com tudo que ele falava.
– Não é Hanz?
– É, Kirios, é – concordou pela milésima vez.
Os dois pararam de andar de repente olhando para um canto, vendo Cássio jogar Max contra uma árvore, começando a atacar seus lábios com fúria. Kirios sorriu e passou a língua por seus lábios.
– Eu quero meu… meu… – Kirios começou a falar, mas calou-se de repente.
– Seu irmão? – Hanz indagou.
– Ah… não – respondeu.
– Quem seria? – indagou sem muito interesse. Ele estava esperando alguma piada idiota novamente.
– Mahoma… – sussurrou.
– Quem? – indagou com surpresa, olhando para a face de Kirios que parecia estar chateado.
– Esquece – disse.
– Mahoma? Aquele garoto do segundo ano? – indagou fingindo surpresa.
Kirios afastou-se um pouco de Hanz e sentou-se no gramado, jogando seu tronco para trás, deitando-se com os braços abertos. Hanz sentou-se ao seu lado e ficou a olhá-lo.
– Esquece – repetiu.
– Você gosta dele? – Hanz indagou, tocando no braço de Kirios.
– Ah… um pouco – confessou.
– E por que não fica com ele? – sorriu abobado.
Kirios suspirou de modo angustiado e olhou para Hanz.
– Eu tenho… meu irmão.
– E daí? Seu irmão não vai deixar de ser seu irmão nunca. Vocês se amam e nunca deixarão de se amar. Está no seu sangue. Mas é bom ter outra pessoa para se relacionar – disse o que estava pensando há muito tempo.
– Ah… mas… ele não aceita – murmurou.
– E você deveria aceitar que ele ficasse com outros também – disse – vocês são irmãos. Tem que aproveitar coisas novas, pois sempre terão ao outro, não se preocupe.
– Que discurso… você… está… falando sério?
– Sim – respondeu com um pouco de receio, era bom ele brecar um pouco seu entusiasmo ou Kirios poderia se irritar.
Kirios sentou-se no gramado e passou sua mão pela face de Hanz, assustando um pouco o calouro que se afastou. Kirios sorriu e voltou a deitar-se.
– Você é uma… graça, Hanz – concluiu – Kim… é sortudo. Você sempre… tem resposta para tudo… o que diria se soubesse sobre Kim.
– Sou… soubesse o que?
– Ah… nada – disse, sentindo um frio correr por sua espinha.
– Diga Kirios! – pediu.
– Não vou falar – disse – e se insistir eu te espanco e falo que estava bêbado!
– Ótimo. Voltou a ficar chato – Hanz disse com irritabilidade, erguendo-se, postando-se a andar para longe daquele veterano metido, porém Hanz sentiu alguma coisa lhe puxar, ele olhou para baixo e viu a mão de Kirios segurando seu calcanhar – o que foi agora?
– Eu não consigo andar sozinho – respondeu – me ajude ir até o dormitório.
E com muito desânimo e sem força de vontade alguma Hanz ajudou Kirios a se levantar e começou a guiar o veterano até o dormitório quarto ano. Hanz adentrou no local pela segunda vez naquele colégio e começou a subir as escadas com Kirios. Para piorar a situação, Kirios dormia no quarto andar. E depois de muitos degraus, eles finalmente chegaram.
Hanz pegou a chave no bolso de Kirios e abriu a porta para o veterano, adentrando no quarto vazio e levando o loiro até a cama. Kirios deitou e fechou os olhos rapidamente.
– Pode ir – Kirios disse.
– De nada, seu ingrato – resmungou, saindo lentamente do quarto, porém antes de fechar a porta ouviu um pedido de Kirios.
– Não fale… nada sobre o que disse hoje para meu irmão.
– Não se preocupe com isso – Hanz disse – e pense mais sobre o que eu te falei – e saiu do quarto fechando a porta.
O calouro suspirou e olhou para os lados, sentindo sua cabeça rodar por causa da bebedeira. Alguns garotos do quarto ano estavam circulando pelos corredores, mas Hanz não os conhecia. Ele começou a caminhar lentamente para a escadaria, sentindo náuseas só de pensar em descer.
– Hanz?
O moreno olhou para trás encontrando Julian que estava acompanhado de seu primo Leon.
– Ah… oi – Hanz sorriu.
– O que faz aqui? – Julian indagou.
– Eu trouxe o Kirios. Mas… não sei se consigo voltar – reclamou.
A mão de Julian fechou no pulso do menor que se assustou.
– Fique no meu quarto enquanto isso. Depois você volta – sugeriu, começando a puxar Hanz para o seu quarto, sendo seguido por Leon.
Quando entraram no quarto de Julian, Hanz caminhou até a cama do ruivo, sentando-se nela e deixou seu tronco cair para trás. Leon sentou-se na cama de Cássio e Julian se trancou no banheiro.
– Eu estou enjoado – Hanz comentou.
– Hum… está muito mal? – indagou – vou abrir a janela para você.
Leon ergue-se e retirou a franja negra que caia por seus olhos vermelhos. Ele abriu a janela permitindo que um vento frio adentrasse no quarto.
– Eu vou… indo – Leon disse.
– Já? – Hanz indagou, temendo ficar sozinho com Julian no quarto.
Leon não respondeu, ele passou a mão por sua cabeça e caminhou até a porta, começando a girar a chave, destrancando-a, mas antes que saísse, Julian saiu do banheiro.
– Onde está indo?
– Embora – respondeu – eu estou com sono.
Julian deu um tapa na porta empurrando-a e a fechando num estrondo, ele passou a mão na chave e a trancou novamente. Leon encolheu-se e deixou seu primo o puxá-lo até a cama, jogando-a no colchão fofo.
– Eu quero você – Julian disse.
– A…agora? – indagou olhando com surpresa para Julian.
– Sim – respondeu o ruivo, retirando suas roupas rapidamente.
– Mas o Hanz…
Antes de Leon terminar de falar, o moreno recebeu um tapa em seu rosto, fazendo seu pescoço estralar com o impacto. Leon tocou na sua face e depois arregalou os olhos para seu primo que lhe olhou severamente.
– Você sabe que eu odeio quando você fica me recusando.
– Eu não estou te recusando… eu só…
E outro tapa fez Leon calar a boca. Hanz sentou-se na cama e olhou para Julian com perplexidade. O ruivo sentou-se ao lado de seu primo e fechou a mão em seus cabelos negros, tocando no pequeno rabo de cavalo que saia pelo meio de sua cabeça, puxando para baixo. Leon abriu a boca e gemeu baixinho.
– Hei… pare com isso Julian! – Hanz pediu.
– Ele está gostando, Hanz. Não é Leon? – Julian indagou.
– Si… sim – disse com um pouco de dificuldade.
Hanz ficou surpreso pela resposta. Ele olhou para a face e os olhos entristecidos de Leon. Ele não poderia estar gostando de jeito nenhum, seu olhar não mentia.
– Ele não está. Pare com isso!
– Eu estou. Vá embora, Hanz – Leon gritou, fazendo o moreno ficar confuso com aquela resposta. Leon não poderia estar gostando.
– “Ele deve ter medo de Julian” – Hanz pensou – “ele vai ser castigado depois”.
Julian sorriu e fechou sua boca nos lábios de seu primo, iniciando um beijo voraz carregado de desejo e luxúria. Suas mãos deslizaram pelo peito do menor, apertando cada pedacinho de sua pele.
O pênis de Julian já estava ereto, ele não precisou de nenhum incentivo além de sua imaginação. Desde que estava no barzinho estava com vontade de pegar seu primo, mas só agora teve a oportunidade. E ainda por cima tinha Hanz em seu quarto. A situação estava psicologicamente deliciosa para Julian.
A calça de Leon foi arrancada do seu corpo e sua camisa foi aberta num único puxão, arrancando seus botões, porém ela não foi retirada, deixando as costas de Julian cobertas pelo pano azul marinho.
– “Eu não estou presenciando isso” – Hanz pensou – “e Leon não pode estar gostando”.
– Vem… senta aqui – Julian mandou.
Leon levantou-se lentamente e caminhou até seu primo que estava sentado na beirada da cama, com os pés encostados ao chão. O mais novo virou-se de frente para seu primo e começou a sentar lentamente no membro que estava apontado para cima.
– “Sem nenhum preparo… isso vai doer” – Hanz pensou, não conseguindo tirar os olhos daquela cena tão pervertida.
Aos poucos a cabeça do membro de Julian começou adentrar no corpo do menor, passando lentamente por aquele caminho apertado e quente, que acomodava o membro de Julian. Leon fechou os olhos e gemeu alto, sentindo aquele membro lhe rasgar. Aquilo doía, mas queria sentar o mais rápido possível.
As mãos de Julian se colocaram na cintura de seu primo e começou a puxá-lo para baixo rapidamente. Leon sentiu um choque e ergueu seu corpo não agüentando a dor.
– Senta logo – Julian disse com impaciência.
– Desculpe – pediu.
– Eu estou sem paciência com você.
– Eu já vou.
Leon segurou o membro de Julian e começou a sentar lentamente sendo ajudado pelas mãos de Julian que forçava seu corpo para baixo. A boca de Leon abriu-se, ele gemeu alto e continuou gemendo, mostrando sua dor até que sentou por completo no colo de Julian.
Os braços do ruivo envolveram o corpo do menor e começou a erguê-lo para cima e para baixo, fazendo seu pênis entrar e sair rapidamente do corpo de Leon que gemia cada vez mais alto.
As bochechas de Hanz estavam vermelhas de vergonha, ele suava frio e fechou os olhos por um instante ouvindo os gemidos de dor de Leon, sentindo pena de seu colega. Porém ele não podia fazer nada. Hanz levantou-se, chamando a atenção de Julian.
– Aonde vai, Hanz? – Julian indagou, parando de mover-se.
– Embora. Eu não agüento isso. Você é… terrível – disse.
– Se você for embora… eu o machuco – Julian ameaçou, mostrando sua voz embriagada.
– Ele é seu primo! – disse num to indignado – “Não acredito. Isso não pode ser verdade… que cretino!”.
Julian sorriu e fechou sua mandíbula no ombro de Leon, mordendo sua carne com força, fazendo o moreno gritar de dor. Hanz correu até sua cama e sentou-se e quando fez isso, Julian parou de mordê-lo, fazendo com que dois filetes de sangue deslizasse pelo corpo de Leon que estava com os olhos lacrimejantes.
– “Ele… ele… é louco também” – pensou – “Todo mundo nesse colégio é louco…”.
A cabeça de Leon ficou acomodada no ombro de Julian que voltou a mover seu corpo para cima e para baixo, dando fortes trancos no corpo do menor que gemia baixinho. A mão de Julian tocou no membro de seu primo, começando a masturbá-lo, dando prazer a Leon que arfava ao pé de seu ouvido.
– Viu como ele está gostando, Hanz! – Julian comentou com a voz pesada – diga para ele Leon. Fala que você gosta de ser comido por mim.
– Eu… adoro Hanz – Leon disse com dificuldade, ele ainda sentia seu ombro arder por causa da mordida que recebeu.
– Já entendi – Hanz disse, sentindo vontade de socar a cara do ruivo – “Ah… se eu fosse forte como o Kim. Eu ia arrumar esse colégio!”.
O ranger da cama se misturava com os sons de gemidos e dos baques que Julian produzia ao ir contra o corpo de seu primo. Seus corpos suavam e não parariam até retirar o torpor que estava em seus interiores.
– Vamos mudar isso, Leon – Julian sussurrou.
Julian saiu de dentro do corpo de Leon e o jogou na cama, o corpo menor foi virado de bruços, Leon não esperou e já ficou de quatro para seu primo, afundando sua cabeça no colchão, ficando completamente entregue. Julian não resistiu, ele passou sua língua pelas nádegas de Leon e depois deslizou suas mãos por sua cintura, voltando a apartar suas nádegas, deixando seu pênis voltar a penetrar aquele buraco que já estava aberto para a penetração.
Se o movimento ritmado de antes estava forte, este não era diferente. Leon estava sendo empurrando a todo instante para frente pela força que Julian investia dentro dele. As mãos de Leon chegaram a apoiar-se na cabeceira da cama. Julian puxou o corpo menor para cima, fazendo Leon ficar ajoelhado na cama com as mãos apoiadas na cabeceira de madeira.
O peito de Leon parecia que ia explodir. Aquela loucura estava deixando sua cabeça mais dolorida, aos poucos sentia sua visão ficar turva.
Quando a mão de Julian voltou a tocar no seu membro, Leon sentiu que não agüentaria mais segurar, ele acabou gozando imediatamente acompanhando por um riso baixo de Julian. Ele não havia feito nada e Leon já havia gozado. Julian voltou ao que fazia, adorando sentir seu membro esmagado pelas paredes do ânus de seu primo.
– Viu como ele gosta, Hanz? – Julian comentou.
– Hum… – Hanz desviou seu olhar daquela cena.
O corpo de Leon estava ficando mole e Julian o movimentava melhor. Aos poucos os gemidos de Julian ficaram mais forte e ele acabou gozando no interior do seu primo, deixando seu sêmen invadir o local. Ele saiu aos poucos fazendo um líquido grosso e espesso deslizar pelas coxas de Leon.
Leon desabou na cama, fechando os olhos e respirando fundo, ele estava com o corpo doendo. Ele abriu sua boca e aspirou o máximo de ar possível e tremeu levemente, fazendo seu corpo arrepiar-se.
– Pode ir embora agora – Julian disse.
– Deixe o Leon ir comigo – Hanz pediu.
– Não, ele fica comigo – Julian disse, sentando-se na cama, dando um tapa de leve na nádega de seu primo que gemeu baixinho.
– O que vai fazer com ele?
– Ah… quer ver de novo? – indagou com malícia.
Hanz levantou-se rapidamente e olhou para o semblante de Leon.
– Leon, você está bem? – indagou com uma voz carregada de tristeza.
– Sim. Pode ir embora logo? – Leon pediu. Ter Hanz ali só estava piorando as coisas e Julian bêbado era muito diferente e agressivo. Hanz ainda não havia conhecido o ruivo bêbado.
No grupo, Kirios era louco em qualquer estado. Kim era explosivo e possessivo, Romeu era sempre pacífico e agora quanto a Julian, ele era um rapaz normal e calmo, mas quando bebia, ele perdia sua sanidade por completo. Não chegava a ser como Kirios, mas era cruel também. Na noite que Julian quebrou o contrato com Hanz, um dos motivos foi que Julian estava bêbado e perdeu a noção das coisas.
– Eu não posso ir embora sem você – Hanz disse – Julian, você é um cretino. Seu primo gosta de você.
– E quem disse que eu não gosto dele? – Julian indagou com um tom mais alto.
– “Gosta?” – indagou em pensamento.
Leon ergueu-se lentamente sentindo seu corpo doer, ele puxou Hanz pelo pulso e o arrastou para fora do quarto, jogando o calouro no corredor do quarto ano.
– Leon? – Hanz olhou com surpresa para ele.
– Não quer ver Julian bravo, quer? Então vai embora – disse, fechando a porta em seguida.
Hanz ficou olhando para a porta de madeira, ouvindo o barulho de alguma coisa quebrando e o gemido de Leon. Hanz abriu a porta novamente e encontrou Julian beijando o ombro ferido de Leon. Hanz ficou paralisado com aquela cena. De onde surgiu aquele Julian carinhoso?
Alguns minutos se passaram e Hanz ainda estava no quarto, olhando para o novo Julian que agora acariciava seu primo, beijando-o com carinho. Leon olhou com desespero para ele, sussurrando para ele ir embora. Parecia que se falasse mais alto ia acordar a fera que estava dentro do seu primo.
Hanz foi saindo lentamente do quarto, vendo como Julian beijava os lábios de seu primo e desta vez com delicadeza, sem pressão. Ele parecia ser um apaixonado.
– “Julian… só pode ser louco” – Hanz concluiu, fechando a porta.
OoO Por Leona-EBM
vai publica o capitulo 14 hoje ?
estou adorando 🙂