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Contos de Garotos – Capítulo 9 – Um Novo Contrato

Contos de Garotos

Capítulo

IX

Um Novo Contrato

O tempo foi passando e Julian não retornou, Hanz acabou dormindo na sua cama, para acordar meia hora depois com um toque nos seus cabelos. Ele ergueu sua cabeça e encarou a face de Kim.

– Ah… o que você faz aqui? – Hanz indagou, sentindo-se sonolento.

– Evitando que outro idiota venha aqui – disse – Julian quebrou o acordo.

– Ah, mas tão rápido? – Hanz indagou, sentando-se lentamente na cama – “e agora eu estou à mercê de qualquer um… que merda!”.

– Ele não é fiel. Ele não se agüenta, ele estava na festinha do pessoal do terceiro ano – disse – E como eu não te achava em lugar nenhum, acabei imaginando que estaria aqui.

– E veio fazer o que aqui? Aproveitar-se de mim? – indagou, rindo baixinho.

– Você… está bêbado? – indagou, sentindo o hálito do calouro.

– Estou – disse, continuando a rir.

Kim levantou-se e puxou Hanz pelo braço, ele ajudou o moreno a calçar os seus chinelos e o retirou do quarto de Julian, passando por alguns garotos do quarto ano. No final do corredor encontrou Kirios que lhe sorriu.

– Obrigado, Kirios – Kim agradeceu, acenando para o loiro.

– De nada! – disse, erguendo seu celular.

Na verdade, Kirios acabou promovendo essa festinha e avisou Julian. E conhecendo bem o ruivo ele sabia que ele não seria fiel a Hanz e quebraria o acordo. O que ele fez foi esperar Julian aparecer na festa para que o pegasse em flagrante, avisasse Kim onde estava Hanz e o pegar de volta.

Hanz andava atrás de Kim, sua mão era puxada pelo mais velho; eles não estavam caminhando até o dormitório mas sim até as arquibancadas que estavam vazias agora. Eles sentaram-se em um dos degraus. Hanz segurava sua cabeça com uma mão e Kim o observava em silêncio.

– Eu perdi a cabeça, Hanz. Eu não queria ter feito aquilo… eu me arrependo tanto – disse.

– Meu corpo ainda dói – revelou.

– Eu… eu imagino – disse, sentindo uma pontada no peito – Volta para mim – pediu.

– Para você ter um ataque de nervos de novo e me violentar? – indagou.

– Eu não vou ter mais um ataque de nervos – disse – olha, se você quiser… pode fazer o mesmo comigo agora mesmo, eu não vou me mover.

Hanz olhou para Kim que estava com os braços abertos, mostrando-se entregue a ele. A mão de Hanz moveu-se com força e velocidade, desferindo um tapa no rosto de Kim, que o aceitou em silêncio.

– Idiota, eu nunca vou fazer isso com alguém – disse – nunca. A dor é terrível, ninguém merece isso. Esse colégio é nojento. Eu quero sair daqui logo.

– Você não vai sair daqui tão rápido. Não é tão fácil quanto você pensa, ainda tem que contratar um advogado, isso leva tempo. Enquanto isso, deixe-me protegê-lo aqui. Fique comigo – disse.

– Tinha outro cara que estava me querendo… – disse baixinho, num tom provocante – será que eu vou com ele?

– Não brinque com isso. Qual o nome dele? – indagou.

– Cássio – disse.

Kim riu baixinho, ele conhecia bem aquele rapaz. O karateca havia se envolvido em muitas brigas com Cássio, pois ele também era mal humorado.

– Ele não ia fazer acordo, ele ia te traçar – Kim disse – agora pare de ser tão idiota e aceite minha proteção. Se quiser Hanz, eu nem sequer toco em você.

Desta vez Hanz deu atenção a Kim, ele o olhou com seriedade gostando daquela proposta.

– Não vai tocar em mim se eu não quiser? – indagou.

– Sim, eu não relo um dedo sequer em você. Apenas não quero que ninguém tente fazer nada contra você – disse – não quero ver você dormindo com um monte de gente.

– Eu já dormi com Julian – disse.

– Eu imagino – comentou, fechando suas mãos com força.

– Não vai me bater? – indagou, rindo baixinho.

– Não, eu não vou mais fazer isso. Eu juro – disse – agora me diga que aceita.

– Eu aceito, mas não toque em mim – disse.

Kim sentiu vontade de abraçar e beijar o corpo menor, mas ele limitou-se apenas a deslizar sua mão pelos cabelos de Hanz, porém não aproveitou aquela carícia como queria, pois Hanz afastou-se rapidamente dele, tremendo levemente.

– Não me toque – vociferou.

– Desculpe – disse, erguendo suas duas mãos – eu não vou te tocar. Mas quando estivermos em público, eu vou ter que lhe acariciar no mínimo, ou vão desconfiar.

– Tudo bem, isso eu posso suportar – disse – agora vou voltar para meu quarto. Eu estou com sono e… enjoado.

Kim o ajudou a se levantar, mas Hanz logo se esquivou de suas mãos, começando a caminhar de volta ao dormitório do terceiro ano. Kim deixou Hanz em seu quarto e saiu. Ele tinha que avisar Julian e alguns rapazes que havia recuperado Hanz para ele. Parecia uma situação ridícula, mas se não o fizesse, ninguém ia saber e o moreno poderia estar em perigo novamente.

OoO

Dois dias passaram-se, Julian havia se aproximado de Hanz novamente, pedindo desculpa por sua fraqueza, porém Hanz não deu muita atenção, ele tratou Julian educadamente como sempre fazia. Kim não o tocou em nenhum momento, só uma certa vez que ele deu a mão para Hanz e beijou sua bochecha, enquanto estavam almoçando no refeitório.

Era um dia chuvoso, os raios cortavam o céu trazendo um estrondo em seguida. O cheiro forte de terra invadia as narinas de Hanz, ele estava debruçado na janela de seu quarto, olhando para o horizonte com concentração. Seus azuis mergulhavam-se no céu acinzentado, e sua mente estava povoada de pensamentos aflitos.

– “Eu… queria parar de sentir tanta raiva” – pensava.

A porta do seu quarto abriu lentamente, Hanz nem sequer olhou, ele reconhecia aquele perfume e sabia que era Kim que estava lhe fazendo companhia no quarto. Porém não se virou, não queria encará-lo, ainda podia sentir Kim lhe agredindo e lhe dizendo coisas tristes.

– “Eu não fui sincero com você também, Kim. Eu acho que mereci um pouco de sua raiva” – pensou, ouvindo o mais velho sentar-se na sua cama.

Um vento forte começou a sobrar, adentrando pelo quarto, jogando os cabelos de Hanz para trás. O moreno acabou espirrando duas vezes seguido, ele estava usando apenas uma calça jeans azul, seu peito estava exposto. Logo ficaria gripado.

– Vai pegar um resfriado.

A voz de Kim invadiu seus ouvidos. Hanz fechou a janela de vidro, ele virou-se e encostou-se a parede, olhando para o mais velho que estava sentado em sua cama, olhando-o com atenção.

E mais um espirro fez Hanz curvar-se, ele fechou sua mão em seu nariz e correu até o banheiro, pegando papel para se limpar. Quando retornou ao quarto, Kim estava parado em frente à janela.

– Você deveria colocar uma blusa – Kim sugeriu.

Hanz sentou-se na sua cama com um rolo de papel higiênico ao seu lado, e depois disso começou a espirrar novamente. Já não tinha mais volta, ele estava resfriado. Kim suspirou, ele olhou para o menor, sentindo vontade de abraçá-lo e aquecê-lo.

– Quando você acha que pode me perdoar? – Kim indagou.

– Por que quer tanto o meu perdão? – Hanz indagou.

Um sorriso desenhou-se na face de Kim, era a primeira vez em dois dias que Hanz lhe dirigiu a palavra. Ele estava sofrendo com aquele silêncio, até já havia esquecido o quão bonita e sedutora era a voz do calouro.

– Porque eu te amo – respondeu, sentando-se ao lado de Hanz.

– Quem ama não faz o que você fez – disse.

– Eu fiquei com ciúme. Eu sou possessivo, eu admito. Eu sou fraco, sou agressivo e não sei dialogar. Eu sou um animal mesmo… não consigo me relacionar muito bem – confessou com um pouco de dificuldade.

– E você se arrepende? – indagou, rindo baixinho.

– Muito. Eu faria qualquer coisa para você me perdoar – disse – qualquer coisa.

– Como você é egoísta… quer que eu te faça mal, para que você pague seu débito comigo – disse – mas eu não vou fazer isso, eu não vou machucá-lo e nem pedir para você fazer algo que se envergonhe. Está vendo qual é a grande diferença de nós dois Kim?

– Que… diferença?

– Quando você está bravo, você quer que os outros sofram. Com certeza, se a situação fosse contrária, você ia querer me punir se eu propusesse isso. Você ia pedir para eu fazer algo ruim e que me humilhasse. E é por isso que você está pedindo isso para mim, você quer que eu faça com você o que você faria comigo – disse, olhando para a face assustada de Kim.

– Eu… eu não… eu não sei se faria isso – disse.

– Claro que faria. Ia pedir para eu me humilhar para você. Mas Kim, agradeça, pois somos diferentes e eu não me sinto bem em colocar os outros no chão – disse – eu posso gostar de ver você no chão, mas você está no chão porque quer e não porque eu te pus. Viu qual é diferença?

– Então… como você pode me perdoar? – indagou, fechando sua mão na mão fria de Hanz, puxando-a na sua direção.

– Eu disse que não era para você me tocar!

– Eu não agüento mais sua indiferença – revelou – você nem sequer falou comigo nesse tempo. Nem ao menos para me xingar… não haja como se eu não existisse!

– Solta minha mão – pediu, puxando seu braço para trás, mas Kim não o soltou e continuou a olhá-lo com desespero.

– Hanz, lembra daquela noite… que você me tomou?

– O que tem? – indagou, fechando os olhos por um segundo, lembrando-se dos gemidos abafados de Kim.

– Eu disse que ia pedir algo para você em troca.

– Ah, claro. Quer me tomar agora, tudo bem, foi um acordo. Pode fazer o que quiser, mas não me machuque – disse, tremendo levemente de raiva.

– Não… eu queria que você me perdoasse – pediu.

– Esse é o favor? Kim, mesmo que eu diga que te perdôo, não vai ser sincero – revelou – peça outra coisa. Eu não vou ser sincero.

– Então… eu peço para que seja meu amigo novamente.

Hanz ficou em silêncio, pensando naquela proposta. Sua mão foi solta finalmente, ele dobrou seus joelhos na cama e os abraçou, afundando sua cabeça no meio de seus braços.

– Podemos ser amigos? – Kim indagou.

– Tudo bem, apenas não me toque novamente – pediu.

Kim abriu um largo sorriso; o seu corpo moveu-se e abraçou Hanz com felicidade, afundando sua cabeça na curva do seu pescoço, aspirando o cheiro do calouro.

– Hei, hei! Que parte do “não me toque” que você não entendeu? – indagou, empurrando Kim para trás.

– Desculpe, mas eu fiquei tão feliz… que não consegui me segurar. Não irá se repetir – disse, afastando-se de Hanz com um largo sorriso no rosto.

– “Esse sorriso sincero de novo… ele pode realmente me amar? eu não tenho dúvidas que Kim gosta de mim… talvez ele realmente me ame. Um amor doentio que faça ele me machucar” – pensou, olhando para Kim – “Eu não quero sentir aquela dor novamente… eu não vou agüentar”.

A porta do quarto abriu lentamente, era Corei que adentrava com um colega. Os dois garotos olharam para Kim e começaram a se sentir intimidados. O karateca nem sequer olhou para eles, no momento só conseguia olhar para Hanz.

– Er… Hanz… pode pegar minha mochila ali? – Corei indagou, apontando para a sua mochila que estava no chão ao lado de Kim.

– Pode pegar, ele não morde, Corei. E mais, hoje eu quero ir com vocês na cidade – disse.

O loirinho abriu um sorriso nervoso e caminhou até sua mochila, pegando-a lentamente, olhando para Kim, temendo que ele lhe mordesse a qualquer instante.

– Kim, como seu amigo – Hanz falou baixinho – quero que trate Corei como se ele fosse um rei.

– O que? – indagou perplexo.

– Um… um rei? Eu? Mas por quê? – Corei indagou, apontando para seu rosto.

– Porque Kim está precisando tratar você melhor – Hanz disse, com um largo sorriso no rosto – e hoje ele vai nos levar a cidade com o carro dele.

– Eu vou?

– Ele vai? – Corei indagou.

– Sim, ele vai, Corei. E você pode vim junto Hiko – disse, olhando para o garoto do segundo ano, ex-namorado de Haziel, isso é, se pudesse chamar aquela relação de namoro.

– Ah, obrigado – Hiko agradeceu. Ele era um garoto muito simpático e tão ingênuo quanto Corei. Sua pele era morena, ele tinha olhos verdes e seus cabelos eram castanhos e lisos.

Hanz levantou-se, e olhou para Kim que estava com a boca e olhos bem abertos, observando seus movimentos.

– E Kim, passe aqui umas dez horas para nos pegar – disse – e trate Hiko muito bem também – pediu – pode fazer esse favor por mim?

Kim levantou-se da cama com os olhos fechados, tentando engolir aquele pedido. Ele respirou bem fundo e olhou para os dois calouros que o estavam olhando timidamente.

– Desculpe por ter te tratado mal, Corei. E eu vou buscá-los nesse horário. Até mais, Corei, Hanz e o garoto que eu não sei o nome – disse, afastando-se do loirinho e caminhando até a porta, saindo do quarto em seguida.

Hiko e Corei se entreolharam com perplexidade. Eles nunca imaginaram que seriam bem tratados por um aluno mal encarado do quarto ano. E ainda sim um dos mais briguento da escola: Kim Maccario.

– Hanz, você é um bruxo? Enfeitiçou Kim? – Hiko indagou, tanto ele quanto Corei adoravam o misticismo.

– Nada demais Hiko, ele apenas quer me agradar – disse – querem levar mais alguém?

– Eu queria levar um amigo meu… – Hiko disse timidamente.

– Ah, não! Por favor, aquele cara não. Ele tão é chato – Corei disse, sentando-se na sua cama, sendo acompanhado por Hiko.

– Que cara? – Hanz indagou, curioso – está gostando de alguém?

– Sim – Hiko disse, abrindo um sorriso tímido – e ele disse que gosta de mim também.

– E qual é o nome dele?

– Alexis – disse baixinho.

Hanz arregalou os olhos, ficando em estado de choque.

– “Alexis?! Deuses! O irmão de Kirios? Não pode ser… deve haver outro Alexis nesse colégio” – pensou – er… bom, por acaso qual é o sobrenome dele?

– Alexis Javier, Hanz. O irmão de Kirios, sabe? – Hiko disse – eu já vi você conversando com Kirios e Alexis antes.

– Ah! Bom… eu pensei que poderia ser outro Alexis – disse.

– Não, existe apenas um Alexis nesse colégio – disse – eu posso chamá-lo?

– E… Kirios? O que ele disse dessa relação? – Hanz indagou, sentindo um calafrio correr por seu corpo.

– Ele não sabe – disse.

Hanz deixou seu tronco cair na cama, ele estava atordoado com aquela informação. Kirios podia ser mais cruel que o próprio demônio quando o assunto envolvia seu querido irmão.

– Eu acho melhor não levá-lo – Hanz disse – eu não quero problemas com Kirios.

– Mas… mas… eu queria pedir para ele ficar comigo hoje – revelou.

– Céus, Hiko. Não tinha outra pessoa para você gostar? – Corei indagou, entrando na conversa – aquele irmão dele… ele é um futuro assassino. Ele é psicopata.

– O irmão dele! – gritou – o Alexis é legal! Você devia conversar com ele.

– Eu não! – disse, balançando a cabeça negativamente – não quero me envolver com garotos do quarto ano, ainda mais aquele sádico.

Hiko e Corei começaram a discutir a partir daquele assunto. Hanz apenas ouvia cada um expor o seu lado, no fundo, Hanz concordava com Corei, afinal Hiko havia escolhido um garoto muito problemático. Mas em contra partida, não podia criticar muito, pois Kim não era uma flor que se cheire.

No final foi decidido que Corei ia chamar um amigo dele para ir à cidade, Hiko acabou concordando em ir com eles, mesmo sem seu amor secreto. Hanz ficou aliviado, pois não queria levar Alexis para lugar nenhum sem Kirios saber.

As horas foram passando e Hanz achou melhor se arrumar. Ele tomou um banho e vestiu uma regata azul escura, por cima colocou uma camisa branca xadrez que ficou aberta. Ele vestiu uma calça jeans preta que colava ao seu corpo. Ele calçou um par de tênis de cano alto da cor preta e sentou-se na sua cama.

– Já são dez horas… ele não vai vim, Hanz – Corei disse.

– Ah, claro que ele vai – disse.

Duas batidas na porta chamam a atenção de Corei que se levanta correndo, esperando encontrar um dos seus amigos, mas para sua surpresa era Kim, que estava ali, com um cigarro na boca e uma cara mal humorada.

– Ah… aprendeu a bater? – Hanz indagou, provocante – entre. Ainda estamos esperando dois garotos.

Kim adentrou no quarto e sentou-se ao lado de Hanz, cruzando os braços e ficando em silêncio. O veterano usava uma calça jeans clara, toda rasgada. Por cima usava uma camisa preta, onde os quatro primeiros botões ficavam abertos, permitindo ver seu tórax. Seu pescoço tinha duas correntes de prata. Ele tinha um par de óculos escuros pendurado na sua camisa.

– Onde quer ir? – Kim indagou, enquanto apreciava seu cigarro.

– Vamos num barzinho – Corei respondeu timidamente, ele ainda sentia receio de falar com Kim.

– Qual? – Kim tornou a indagar.

– O porteiro – respondeu. Esse era um dos barzinhos mais cheios da cidade e também o bar aonde a maioria dos calouros freqüentava – vai ter o show da banda do meu amigo hoje.

– Ah, você não me contou isso, Corei – Hanz comentou – que estilo eles tocam? Qual o nome da banda?

– Chama-se: Os espinhosos e eles tocam Hard Core – disse.

Ao ouvir o nome da banda, Kim e Hanz começaram a rir como a muito não faziam. Eles bateram com a mão em suas cabeças, tentando se controlar, mas não conseguiram. Distraidamente Hanz inclinou-se para o lado e acabou caindo no colo de Kim, que continuou a rir, mas desta vez prestava mais atenção em Hanz em seu colo.

Corei levantou-se rapidamente com as faces vermelhas, correndo até a porta. Era Hiko e mais um garoto do terceiro ano apelidado carinhosamente de Lulu. E outro garoto do segundo ano chamado Dion.

No quarto, Hanz percebeu onde estava deitado, ele levantou-se rapidamente cessando sua risada, sendo observado por Kim que lhe devorava com o olhar. O veterano levantou-se também e o quinteto saiu do quarto.

O carro dos alunos ficava num estacionamento fechado e quando entraram no lugar, encontraram vários alunos saindo em turma. Kim avistou seu grupo ao longe, eles estavam bebendo dentro do carro de alguém.

– Hei! Kim! – Kirios o chamou, estendendo seu braço.

– A gente espera aqui – Corei disse – e olha lá Hiko, o seu querido Alexis está com o irmão dele. Você tem que desistir! – disse, olhando para Hiko, que não tirava os olhos de Alexis.

– Eu não vou mais… – Hiko sussurrou.

– Co… como? – Corei indagou.

– O carro está cheio mesmo… Vão indo. Eu queria falar com o Alexis.

– Você é louco. Mas tudo bem… até mais e não faça nada perigoso – Corei disse, caminhando até Lulu e Dion.

Kim e Hanz caminharam até o loiro. Kirios sorriu ao ver os dois juntos e aparentemente Hanz estava de bom humor e se Hanz estava bem humorado, Kim deveria estar feliz também.

– Venha beber conosco, Kim! – Kirios convidou – e você também, Hanz.

– Não vai dar. Nós temos um compromisso agora – Hanz disse.

– Ah, que bom que vocês vão sair juntos – disse, dando um tapa amistoso no ombro de Hanz. Kirios não tinha muita consciência de sua força e se tinha, não fazia questão de guardá-la, o corpo de Hanz começou a se mover com aqueles tapas “amistosos”.

Kim puxou o braço de Kirios, chamando a atenção do loiro que estava com um sorriso alegre. Kim o olhou com atenção, vendo que Kirios estava muito bêbado. Ele suspirou e largou o loiro, que voltou a ficar ao lado de seu irmão, passando seu braço por sua cintura, afundando sua cabeça na curva do seu pescoço, depositando um beijo na região. Ninguém ali se assustou com a atitude do irmão mais velho, eles já haviam visto Kirios fazer coisas piores com seu irmão menor.

– Até mais – Hanz disse, virando-se e caminhando até o carro de Kim.

Quando todos chegaram na vaga de Kim, o veterano pegou suas chave e começou a abrir sua porta. Corei e Lulu estavam com a boca aberta, olhando para a super máquina que estava estacionada.

– Um… um… Porsche? – Lulu indagou – não acredito! Um porsche! Que lindo… céus… eu sempre pedi para o meu pai!

– Meu irmão tem um… nossa, muito massa! – Dion exclamou.

Kim sentiu um arrepio ao ver a baba começar a escorrer pela boca daqueles garotos. Ele passou a mão por seu volante como se estivesse acariciando um animal. Kim tinha muito apresso por seu carro e um carinho especial.

– Eu quero ir no banco da frente! – Dion disse.

– Não, eu quero ir – disse Lulu, puxando Dion para trás.

– Hanz vai sentar na frente – Kim disse, interrompendo aqueles garotos que olharam com desânimo para Kim – “moleques impertinentes”.

Com um sorriso no rosto, Hanz abriu a porta de trás, sentando-se no banco de trás, ficando atrás do banco do motorista. Lulu foi mais esperto e sentou-se ao lado de Kim, Corei ficou no meio e Dion sentou na ponta, com uma cara emburrada.

Eles saíram do colégio. O carro descia uma estrada de terra, Hanz ficou perdido na visão daquela região montanhosa. Se ele prestasse mais atenção podia ver esquilos nas árvores, e mais alguns animais selvagens que se escondiam com sua passagem.

– O que é isso? – Lulu indagou, apontando para um botão.

– Não mexe – Kim respondeu.

– Posso por música? – Lulu indagou, olhando para o aparelho de som.

– Não.

– Eu posso mexer no porta luvas? – indagou.

– Não.

– Ah… você não devia estar de mau humor – resmungou – e para que serve isso?

– Não sei, não mexe – disse, respirando fundo – “Ah, Hanz, você disse que não queria se vingar de mim… que mentiroso!” – pensou, tentando ver o moreno pelo retrovisor, mas só conseguiu ver metade de sua face.

– Ah, que isqueiro legal – Lulu pegou a pequena preciosidade de Kim nas mãos.

– Põe no lugar! – disse, arrancando o isqueiro da mão de Lulu.

– Ah, eu não ia quebrar! – resmungou – hei… o que é isso?

– “Deus, dai-me paciência” – pediu em pensamento.

O porsche preto chegou na cidade que estava movimentada. Era sábado à noite e muitas pessoas queriam se divertir. Quase todo o colégio Saint Rosre estava nas ruas. Kim estacionou o carro num estacionamento privado, ele deixou as chaves e assinou um papel.

Os três colegas correram na frente com um sorriso animado no rosto. Kim estava andando ao lado de Hanz com as mãos no bolso, olhando de canto para o calouro, sentindo seu coração bater mais forte ao lembrar-se dos gemidos carregados de prazer que Hanz lhe permitiu ouvir nas noites em que se deitavam.

O quinteto chegou até o bar, sentando-se numa mesa redonda perto de um pequeno palco de madeira. Muitos garotos do primeiro ano estavam no lugar, eles se surpreenderam com a presença de Kim no lugar, ficando um pouco curiosos para se aproximarem dele. Afinal, todos queriam ter amizade com algum veterano.

O bar era fechado e tinha um sistema de comanda. Havia poucas mesas e uma grande pista de dança. As paredes eram pretas com vários quadros dos astros mais famosos do rock. A iluminação era baixa, o ambiente era escuro na região das mesas, ficando ainda mais escuro perto da pista.

Eles pegaram uma mesa redonda e pediram cerveja e algum petisco. Kim estava em silêncio, ouvindo o trio conversar animadamente, mesmo Hanz estava tendo dificuldade para conversar com eles.

– Ah, Hanz. Hoje eu falei que ia sair com você e adivinha, tem um garoto que está louco para te conhecer. Ele implorou para vim junto, mas eu disse que não ia caber no carro – Dion gritou por conta da música exageradamente alta.

– Que garoto? – Hanz indagou com curiosidade.

– Um garoto do segundo ano – disse – ele falou que sempre fica te olhando na escola. Mas ele nunca teve coragem de falar com você. Eu queria que você falasse um pouco com ele… eu acho que ele ficaria muito feliz.

Kim ergueu uma sobrancelha e cruzou os braços, detestando o rumo daquela conversa. Ele só estava esperando Dion dizer o nome do pirralho do segundo ano para que ele pudesse espancá-lo no dia seguinte.

– Ele está naquela mesa. Eu vou lá cumprimentá-los, vem comigo – Dion disse, levantando-se da cadeira.

– Ah, isso vai me deixar constrangido – revelou.

– Deixa disso! Eles são legais, vem Hanz! – disse, puxando a mão de Hanz.

– Ah, ta bom… eu vou lá – disse, levantando-se.

– Vai alegrar a pirralhada? – Kim indagou, num tom baixo e mortal.

– “Ele vai explodir” – Hanz pensou – ah… eu já venho, faça companhia para os demais. Pode fazer isso, Kim?

– Claro que sim. E se alguém lhe disser algo desagradável, apenas me chame – disse – apenas erga o braço.

Hanz não disse nada, pois foi arrastado por Dion. Kim ficou observando Hanz ao longe, vendo como os garotos do segundo ano estavam babando nele, Corei e Lulu tentaram colocar Kim no assunto, mas o veterano apenas os olhou com ódio.

Um minuto se passou e Dion voltou para a mesa sozinho a fim de pegar Lulu para conversar com o pessoal da mesa também.

– Ah, Kim… tente aproveitar a noite – Corei pediu, olhando para a cara de enterro do veterano.

– Eu só não bato em vocês agora porque Hanz me odiaria. Eu espero que essa noite acabe logo – vociferou – vocês vão se ver comigo se contarem para alguém o que Hanz me pediu. E também não contem para ele o que eu disse agora. Não tentem ser meus amigos, pois eu odeio vocês.

Corei, Dion e Lulu encolheram-se e olharam para o chão, com suas faces avermelhadas. Eles começaram a ficar com medo da presença e do olhar ameaçador de Kim.

– E mais… na volta, Hanz vai na frente. E vocês vão ficar em silêncio no carro. E nessa mesa, ele vai sentar ao meu lado também – disse – entenderam?

– Si… sim! – disseram em uníssono.

– E você pirralho! – disse, apontando para Dion – vai buscar o Hanz e ponha ele do meu lado! Agora!

Dion saiu em disparada, ele puxou Hanz pela mão dando uma desculpa esfarrapada para o moreno e o trouxe para a mesa. Hanz ia sentar-se no seu lugar inicial que era no meio de Corei e Lulu, mas Dion praticamente jogou Hanz na cadeira que estava ao lado de Kim.

– “Menino estranho” – Hanz pensou, acomodando-se na cadeira.

A cerveja chegou na mesa e eles começaram a beber, Kim era o que mais bebia, pelo fato dele não falar nada. Ele não estava com vontade de conversar com os outros garotos e Hanz não lhe dava atenção.

O lugar começou a ficar mais escuro e o palco foi iluminado. A banda “Os Espinhosos” adentrou no lugar e começou a tocar. Hanz começou a beber sua cerveja tranqüilamente, mas acabou engasgando ao ouvir a voz do vocalista. Ele não se agüentou e voltou a rir.

Os três garotos levantaram-se da mesa ao sentir seus pés serem chutados por Kim, eles foram resmungando até a pista de dança. Hanz ficou olhando o grupo tocar enquanto apreciava sua cerveja.

– Está gostando daqui? – Kim indagou, tentando puxar algum assunto.

– Sinceramente… não.

– Quer que eu te leve para outro lugar?

– Não, os garotos ficaram tristes.

– Eles voltam de táxi – disse, arrumando sua cadeira para ficar mais próximo de Hanz.

– Não. Vamos ficar aqui – disse – qualquer coisa eu durmo na mesa.

Kim riu baixinho, ele sentiu vontade de beijar aqueles lábios, entretanto se conteve e começou a assistir o show. Um tempo passou e Hanz levantou-se, chamando a atenção de Kim que o seguiu.

A mão de Kim fechou-se no braço de Hanz, puxando-o para trás, assustando o menor.

– Aonde vai? – Kim indagou.

– Banheiro – disse.

– Fica do outro lado – disse, começando a puxar Hanz, passando pelas pessoas que estavam bloqueando sua passagem com dificuldade. A casa estava muito cheia.

Quando chegaram no banheiro, os dois encontraram dois roqueiros muito bêbados se beijando numa das cabines. Hanz adentrou numa cabine e fechou a porta, ouvindo os gemidos altos do casal. Quando saiu, lavou sua mão e olhou para a cabine, ouvindo a porta ser socada e chutada.

– Esses aí estão se divertindo – Kim comentou, com um sorriso no rosto.

Hanz riu baixinho e saiu do banheiro, com Kim atrás dele. Ele caminhou até a pista de dança, onde alguns garotos estavam chacoalhando suas cabeças e movendo seus pés para frente e para os lados, gesticulando seus braços. Aquela era a dança rock, não havia passos, não havia regras. Apenas mova-se conforme a música.

O corpo de Hanz movia-se lentamente, ele fechou os olhos e começou a ouvir a banda, tentando ignorar o vocal dos “Os Espinhosos”, e dar mais atenção ao instrumental que era muito bom. Num certo momento começou a ter uma agitação entre os garotos, pois uma rodinha de bate cabeça se formou na frente do palco.

O corpo de Hanz foi empurrado para trás, ele sentiu-se ser abraçado, impedindo que caísse no chão. Seus olhos cruzaram com os azuis cobalto de Kim. Os dois ficaram parados por um tempo, apenas se olhando, mas logo foram empurrados novamente, recebendo algumas cotoveladas.

Kim puxou Hanz para um canto mais calmo. Eles respiraram bem fundo e olharam para o lugar que estavam, vendo como estavam próximos ao bate cabeça.

– Odeio ‘bate cabeça’ – Hanz comentou – Não conseguem ouvir a banda e dançar? Eles têm que ficarem se agredindo?

– Cada um age de acordo com o que sente quando ouve a música, Hanz – Kim sussurrou.

E nesse instante Hanz notou na posição que estava. Os braços de Kim estavam em volta de sua cintura, seu corpo estava grudado no corpo de Kim e a boca do veterano estava encostada na sua orelha.

– “Meu corpo… está reagindo” – Hanz pensou, constrangendo-se. Afinal ele estava sentindo prazer naquele toque mesmo ainda estando com raiva do que Kim havia feito com ele.

Os braços de Kim começaram a soltar o menor antes que ele quebrasse o acordo que fez com Hanz e ele voltasse a lhe odiar. Ele não queria isso e mesmo que fosse contra sua vontade, ele colocou suas mãos no bolso e voltou a olhar para a banda que tocava.

Hanz tentou dançar novamente, mas ele não conseguiu. Ele se afastou e voltou para a mesa, sentando-se na cadeira e pedindo uma caipirinha para a garçonete. Kim logo apareceu, sentando-se ao seu lado.

Quando sua caipirinha chegou, Hanz virou o copo praticamente num único gole, pedindo outro de outra sabor para a garçonete. Kim apenas o observava em silêncio, às vezes ele comentava alguma coisa, mas Hanz lhe cortava com seu mal humor.

As horas foram passando e Hanz ficava cada vez mais bêbado, porém nada muito grave. Ele parou de beber quando sentiu seu estômago embrulhar. E certo ponto da noite voltou à pista de dança, acompanhado por Kim que estava preocupado com seu estado.

O corpo de Hanz movimenta-se com velocidade, ele estava começando a esquecer de todos seus problemas, mergulhando no som da guitarra. Naquele lugar poderia ser o que quisesse, era escuro e não conhecia ninguém de verdade. Kim tentou ficar perto de Hanz, mas foi empurrado para outro canto.

O veterano subiu numa pequena escadinha e ficou olhando para Hanz de cima, vigiando-o como se fosse seu guardião. Ele encostou sua cabeça numa coluna de tijolos e ficou a olhar para Hanz, suspirando, como um perfeito apaixonado. No entanto, Kim não era um apaixonado com um sorriso bobo no rosto, quando ele viu uma garota de aproximar de Hanz, seus sentidos ficaram em alerta.

Ao longe viu que Hanz recusou a garota que saiu com uma cara aborrecida. Kim ficou aliviado, mas logo ficou tenso novamente ao ver que um garoto do colégio se aproximou dele. Felizmente Hanz também o recusou. E outro garoto se aproximou de Hanz novamente.

– “Mas isso só pode ser brincadeira! Hanz tem mel por acaso? Que merda… eu vou arrebentar esses garotos amanhã… deixe-me gravar bem os rostos deles. Ah… droga, mais um? Não acredito… eu vou tirar Hanz daqui” – pensava.

As horas passaram e a casa estava começando a encerrar. Hanz saiu da pista com Corei que ria animadamente, ele também havia bebido um pouco e estava contando uma piada sem graça para Hanz, mas como ambos estavam muito bêbados, eles acabaram rindo descontroladamente.

– Vamos indo? – Lulu indagou, aproximando-se do grupo.

– Vamos – Corei disse.

Eles começaram a entrar na fila do caixa com suas comandas na mão. Kim puxou a comanda de Hanz de sua mão.

– Eu pago para você – disse.

– Não precisa – disse, puxando sua comanda de volta.

– Eu faço questão – pegou a comanda de Hanz e a colocou no bolso de sua calça, cruzando seus braços em seguida.

Hanz ia argumentar, mas Dion o puxou pelo braço, começando a conversar com Hanz. Eles demoraram a chegar até o caixa, e quando chegaram pagaram a conta e saíram. O céu estava mais claro, eram quatro horas da manhã.

Eles entraram no estacionando, Kim foi até o caixa pagando as horas que ficou e caminhou até o carro. Kim pegou sua chave e foi até seu carro, ligando-o e tirando da vaga, felizmente ele estava estacionando na frente.

Os três garotos empurram Hanz para sentar-se no banco da frente. Eles adentraram no carro e ficaram em silêncio como Kim havia ordenado. Hanz colocou seu cinto e encostou sua cabeça no banco, fechando seus olhos.

– Posso por música? – Hanz indagou.

– Pode, pegue a caixa de CD no porta-luva.

No banco de trás Lulu estava indignado. Kim era um amor de pessoa com Hanz e deixava ele colocar a mão em tudo que era botão. Enquanto ele quase foi fuzilado com o olhar do veterano quando estava sentado no banco da frente.

Eles chegaram ao colégio, o trio desceu rapidamente do carro. Kim estacionou na sua vaga e saiu. O quinteto começou a sair do estacionamento, chegando ao jardim do colégio.

– Eu vou dormir até a noite! – Corei exclamou.

– Até mais, galera – disse Dion, afastando-se com Lulu.

Hanz andava meio cambaleante, Corei estava mais à frente, ele estava apressado para usar o banheiro. Não demorou a sumir na frente dos mais velhos.

– Eu queria te levar numa padaria para tomar café – Kim disse, tocando no ombro de Hanz.

– Quando? – indagou, deixando seu hálito de álcool invadir as narinas de Kim.

– Agora. Quer ir?

– Eu… quero dormir – disse – e vomitar.

– Que agradável – disse com sarcasmo – Não devia beber tanto.

– Não enche! – disse, esquivando-se da mão de Kim.

O veterano alcançou o braço de Hanz e o puxou para trás, voltando a abraçá-lo carinhosamente, afundando sua cabeça na curva do pescoço, aspirando seu cheiro.

– Por que… sempre faz isso? – Hanz indagou, fechando sua mão no braço que lhe segurava.

– Eu adoro seu cheiro – revelou.

– Está quebrando nosso acordo.

– Eu não agüento mais… ficar com você sem poder te tocar.

– Eu também não – revelou num sussurro.

Kim não acreditou no que ouviu, ele virou o corpo de Hanz, ficando de frente para ele, olhando para a face do menor.

– Repete o que disse – pediu.

– Ah?

– Você sente vontade de me tocar?

– Eu… – abaixou a cabeça, ficando constrangido. Ele estava bêbado, mas não havia perdido sua razão.

– Não esconda isso de mim. Eu ouvi muito bem… você sente vontade também. Claro que sente. Porque nos gostamos – disse com entusiasmo – pare de querer me afastar de você. Não se reprima!

– Chega, chega, chega! – gritou – eu vou dormir.

Porém Kim não o deixou se afastar, ele abraçou o corpo menor sentindo ele estremecer. Os lábios de Kim tocaram lentamente a bochecha de Hanz, dando-lhe um beijo carinhoso, ele fechou seus olhos deixando uma lágrima escapar por seus olhos.

Os dois foram caindo no gramado, ficando ajoelhados no chão abraçados. A cabeça de Kim caiu no ombro de Hanz e ele começou a chorar, soluçando, deixando seu corpo tremer.

OoO Por Leona-EBM

Continua…

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