Contos

Neto, o moto-boy que virou a minha cabeça – Capítulo 10

PQP! Não acreditei no que eu ouvi e me virei.

– O que?

– Isso mesmo. Eu sei do lance do Neto, eu vi ele saindo da tua casa pelos fundos na segunda ainda se vestindo. Tinha achado estranho um cara entrar e depois não sair mais – Fiquei mordido com aquilo.

– Você estava me espionando, me vigiando? Quem te deu esse direito?

– Não, não estava te vigiando, foi acaso mesmo. Você esqueceu que eu também uso aquele caminho quando quero voltar pra casa sem fazer barulho? Você esqueceu que nós dois éramos os únicos que usavam aquele caminho quando queríamos passar despercebidos? – A ficha foi caindo.

– Eu não estava te vigiando não, mas desde aquele lance do carro eu fiquei com um fio de esperança de ter algo. Para quem não tem muito, migalhas servem. Mas quando eu vi ele saindo de sua casa, fiquei transtornado, A vontade que me deu foi de ir atrás dele e encher aquele cara de porrada. Mas eu sabia que isso não ia adiantar nada. Fiquei na minha e não, não comentei sobre nada com ninguém, nunca.

– Mas e porque tudo isso agora?

– Porque eu jamais faria com você o que ele fez. Eu já tinha visto ele com aquela garota e depois que vi ele saindo da sua casa eu fiquei enfurecido. Hoje mais cedo eu vi ele dois juntos e caralho, porque o sujeito faz isso?

– Então, além de você já saber do meu lance com o Neto, você também sabia que ele estava junto com a Patrícia?

– Sim… De certa forma sabia sim…

– E não me diz que você me levou lá só para ver a sujeirada toda? Pô cara, só me faltava essa… – Fiquei atônito. Caraca, ingenuidade teu nome é Mateus.

– Não, eu não fiz isso. Eu nem sabia que ele conhecia a Alana e muito menos que eles estariam lá, também fiquei surpreso mas como eu ia te levar embora de uma festa que eu te levei?

– Mas, poxa…

– Depois eu me toquei que era o melhor. Você precisava descobrir mesmo de um jeito ou de outro, a mentira foi ao chão mais cedo. Bem melhor, assim você tem chance para se defender ou fazer alguma coisa. Mas eu estava próximo a porta da cozinha. Se ele tentasse alguma coisa, eu ia pra cima do fodido.

Fiquei na minha. Caraca, como eu fui besta em tudo, todo mundo sabendo das coisas e o mané aqui inocente, pateta mesmo. Voltei a me sentar no coreto.

– E eu que pensava que você estava bêbado naquele dia e que não ia lembrar de nada.

– Mas lembrei. Seus lábios nos meus, sonhei muito em repetir aquilo de novo.

– E você sabendo de tanta coisa e nem me falou nada?

– Corria o risco de te afastar se falasse alguma coisa, mas fiquei próximo – Fiquei ali pensando e olhando pra cima. Ele se deitou novamente.

– Você não estranhou quando soube que eu curtia outros caras? Como descobriu?

– Nem sei. Depois do lance do carro foi que eu tive alguma certeza, mas de boa, até porque eu também já tive minhas experiências – Olhei para ele surpreso.

– Você já curtiu com alguma cara?

– Oras, já sim! Umas duas ou três vezes mas já curti sim (risos).

Caramba mesmo, eu pensando que sou evoluído e descubro que eu to no fim da fila.

– Depois dessa noite, PQP… Tô pronto para o que der e vier – Me deitei e olhei para ele que estava me olhando.

– O que foi?

– Nada não, não posso olhar?

– Não, porque arranca pedaço e você é meu primo, mais novo ainda.

– O que? Nada disso! Uns dois meses mais novo que você, o que não significa nada.

– Significa que eu nasci primeiro que você e que você… – Não terminei a frase e recebi um beijo com seus lábios molhados carnudos nos meus. Depois ele se afasta.

– O que você ia dizer mesmo?

– Hum… que você tem que me respeitar, oras…

– Tudo bem então: Posso continuar primo?

– Hum… acho que pode, mas só um pouco.

Mal terminei de falar ele já estava me beijando, passando a mão no meu corpo. Depois de um tempo, já estava em cima de mim e não parava com aquele beijo de tirar o fôlego. Vixeee que o primo estava na pedra mesmo. Ficamos ali, daquele jeito um tempão… Só nesses amassos, nos conhecendo mais a fundo. Não poderia rolar nada a mais que isso, mas pô, foi muito bom. Olhei no relógio e já eram quase 3 da manhã.

– Caramba, tenho que acordar cedo!

– Ei, nós temos que acordar cedo, esqueceu?

– É, mais depois você pode voltar a dormir, eu não.

– Relaxa que a noite é uma criança.

– Criança é? Hum… – Foi me beijando de novo até que consegui me levantar.

– Vamos embora seu maluco, muito tarde. – Ele foi se levantando e estava com pau duraço, dava para perceber porque ele estava usando aquelas calças com tecido fino.

– Olha só como fiquei (risos).

– To vendo seu pervertido.

Ele veio se ajeitando e eu pensei que já íamos embora e ele me levou até uma árvore e novamente mais uma sessão de amassos. Caramba. Sentia o pau dele roçando em mim e estava latejando. O meu também já estava muito duro e estava muito afim de algo mais, mas não ali e não ainda. Me soltei de novo.

– Vamos embora.

– Tudo bem – Voltou a se ajeitar e partimos, o doido queria segurar minha mão.

– Epa! Não, não! Aqui não.

– Mas não tem ninguém olhando!

– Não que você saiba.

– Mas acabamos de fazer algo mais forte!

– Nem me lembre disso! Não podemos correr esses riscos. Já imaginou?

– Hum, mas vai dizer que você não gostou.

– Fiquei calado.

– Quem cala consente.

– Hum – Pior que era verdade mesmo, esse meu primo, cheio de surpresas. Chegamos em minha casa e paramos.

– Bem, então você já sabe! Amanhã, alias, daqui a pouco, 6 e 30h, em frente de casa. Não atrase.

– Sim senhor, comandante! – Fez de novo aquela pose de soldado maluco. Eu fiz foi rir novamente.

– Tudo bem então. Não se atrase ou será demitido.

– Tudo bem senhor! – Olhei para ele.

– Deixa de besteira

– Deixo sim, senhor – Caímos na risada.

– Boa noite.

– Boa noite – Fiquei no portão ate a hora em que ele entrou na casa dele. Entrei e fui para o quarto, mudei de roupa e fui banhar. Depois, fui procurar algo para vestir e achei a cueca do Neto.

Fiquei olhando para ela e tudo veio à minha mente de novo, saudade, decepção, tristeza. Voltei ao desânimo de novo e acho que adormeci até que acordei com minha mãe batendo na porta do quarto dizendo que já eram 6hs. Ainda bem que ela não entrou se não ia me pegar sem roupa e com a cueca do Neto em cima de mim. Dei um pulo da cama e fui ao banheiro, em seguida me vesti e fui comer alguma coisa. Até que o Henrique entra e se anuncia.

– Olhei para o relógio da parede e ele para o dele.

– Pontualidade britânica hein primo?

– Hum.

– Ué, minha mãe retruca. Tão cedo? Vão a algum lugar?

– Não tia, na verdade eu vou ser o moto-táxi dele agora?

– Sério? – Ela me olha – mas o que aconteceu com o Neto? – Fiquei um pouco em silêncio.

– Ele entregou o lugar.

– Foi mesmo? Algum motivo?

– Não sei, mas acho que ele tava procurando outra coisa melhor para fazer.

– Ah sim, que pena. Era gente boa.

– Pois é tia, mas eu também sou. Muito gente boa. O Mateus vai está em boas mãos – Todos nós rimos.

– Senta Henrique, coma alguma coisa.

– Não tia, obrigado. Já fiz a festa em casa, acordei a mil hoje e comi muito já.

– Hum, a noite foi boa hein?

– Foi sim tia, muito.

Ele me olhou com aquele olhar de novo. PQP. Depois de uns minutos eu me levantei e fui pegar minhas coisas no meu quarto. Ele veio atrás de mim, entrou, nem tive tempo de falar nada me empurrou na porta fechada e foi outro beijo daqueles.

– Dormiu bem primo?

– Dormi sim (menti) e você? – Ele fala bem perto do meu ouvido.

– Dormi sim, sonhei com você a noite toda e acordei daquele jeito – Olhei para ele e dei uma risada.

– O que tem de engraçado nisso?

– Nada, oras. To apenas rindo – Ele volta a me beijar e seu pau já estava bem duro, mas eu me sai.

– Vamos, tira lá a moto

Ele tirou a moto e ficou me esperando. Quando eu sai, percebi uma certa presença no sentido contrário ao que nós íamos, o Neto estava nos olhando de longe, sério. Olhei para ele que juntou as mãos dando a entender que estava pedindo desculpas. Não fiz nada, subi na moto, olhei mas uma vez para ele e saímos. Não sei se o Henrique viu ele e se viu, não comentou. O Neto mexia muito comigo, eu ainda gostava demais dele, muito mesmo… Mas também, como se pode deixar de gostar de alguém do dia para a noite?
Eu sabia que ainda ia acontecer muita coisa e pelo que o Neto fez na hora que me viu, acho que ainda tinha muita água para passar por essa ponte.

O Henrique foi me deixar de boa, camiseta normal, bermuda e o capacete, claro. Tava reparando nisso, estava acostumado com o Neto vestido de moto-táxi. O meu telefone começou a vibrar e fui olhar, uma mensagem de um numero estranho. Fui ler: “Me desculpe, mesmo. Minha intenção não era te machucar, nunca faria isso. Vamos conversar ao menos? Volta pra mim. Neto”. Li essa mensagem varias vezes, não posso dizer que eu não gostei porque eu gostei mas daquele jeito não podia ser, não tinha como ser. Guardei o telefone, quando cheguei no trabalho me despedi dele que ficou me olhando com cara de safado… Estranho pensar que em pouco tempo minha vida deu uma guinada e tanto…

Na hora do almoço, eu tive que sair para almoçar num restaurante que fica próximo ao escritório. Geralmente pedimos, mas hoje, nossa auxiliar se serviços gerais não veio e eu fui lá mesmo. Aproveitei que tive um tempo antes de ir para um outro município, pedi meu almoço. Fiquei lá tranquilo e tinha pouca gente esse dia que logo fui atendido. Lembrei da mensagem e fiquei pensando, ainda sentia algo muito forte pelo Neto. E imaginar que tudo aconteceu em tão pouco tempo, ainda tinha o cheiro dele em mim. Mas também pensei no Henrique, um cara que me surpreendeu e muito. Fiquei pensando no seu beijo, na sua boca gostosa e fui logo ficando excitado.

Já era hora de ir. Fui ao banheiro, quando estava saindo, o Neto entra, me olha e sai me puxando para dentro de um dos boxs. Caralho, por essa eu não esperava mesmo… Ele me empurrou e fechou a porta.

– Cara, sou maluco por você. Não me deixa, por favor.

– Mas, pera aí. Não cara! Deixa de ser doido! – O pior de tudo é que eu nem podia falar alto porque ia pegar para o meu lado.

– Não, eu te amo cara. Sou vidrado em você, te quero muito – Caramba, agora ferrou tudo, o cara me deixou desarmado. Veio pra cima de mim e foi me dando um daqueles beijos que só ele sabe dar. Tentei me sair e queria sair dali e rápido, mas ele não deixava. Me beijou de tal forma que eu fui me rendendo.

Ele me beijava forte e ficava murmurando coisas no meu ouvido. E aquilo ia me deixando cada vez mais excitado. Só que fui lembrando da festa, do Henrique. Empurrei ele, que já estava sem camisa. Lindo.

– Não quero mais isso cara. Já chega!

Aproveite que ele ficou meio sem ação e fui saindo. Molhei a mão e sai alisando meu cabelo que estava todo assanhado. Nem sabia mais para onde deveria ir, fui caminhando. Ele veio atrás, me chamando.

– Espera Mateus, espera. Por favor.

– Não temos mais nada a conversar cara. Você não entende – E continuei andando.

– Você ouviu o que eu falei? Eu te amo cara, te amo. Não posso ficar sem você, me desculpa.

Poxa. Fala sério! Quem poderia resistir a isso? Quem? Quem seria capaz, parei. Olhei para ele que estava lacrimejando. Caralho, o que eu faço agora? Ficava pensando.

– Eu não merecia aquilo, não! E ainda te falei que se você precisasse conversar, eu estaria à disposição. Mas não, se não fosse o Henrique me levar naquela festa, como seria hoje? Você continuaria mentindo?

– O que? Você foi com aquele carinha pra festa? O que vocês tem já? Depois ainda te levou para o trabalho e tudo…

– Te acalma e deixa de ser besta! Eu te avisei que estava pensando em sair. Você me disse que ia pra onde mesmo? E eu disse que estava pensando em sair, mas tinha desistido, besta eu. E ainda estava feliz em poder ir ao cinema com você? Ahhhhhh, e seria hoje! Hoje cara! E era aniversário da Lana e eu não vi problema em ir, mas quem diria, hein? O que eu fui descobrir!

– Caralho, velho, tenta entender o meu lado. Eu tinha que tentar manter as aparências, você sabe.

– Mas eu não to falando isso, tô falando de mentiras, cara! Mentiras! Desse jeito, não tem como.

– Você está me deixando, é isso?

– Cara, eu sou vidrado em você. Te quero tanto quanto você me quer, mas com mentiras não rola, não tem como – E continuei andando. Ele se colocou na minha frente já em prantos.

– Tudo bem, tudo bem. O que você quer que eu faça? Diga! O que você quiser eu faço? – Fiquei espantado olhando ele ali, quase se humilhando.

– Isso é você que sabe, cara. O que seu coração mandar você faz, agora eu tenho que ir trabalhar.

Não olhei para trás mas ouvi uns soluços da parte dele. Quando cheguei no trabalho, fui para minha sala e quase estava chorando. Caralho. Porque essas coisas tem que ser assim? Porque não poderia ser mais fácil? Isso acabou com minha tarde, nem fui mais para onde eu tinha que ir. Passei a tarde olhando para o sol, ele se pondo tão bonito. Queria que comigo as coisas fossem mais fáceis.

O meu telefone vibra. Uma mensagem do Henrique. Bem que poderia ser que ele não poderia vir, seria bacana, mas era o oposto. Já estava lá embaixo me esperando, 18 horas já! Me despedi do pessoal e desci; chegando na entrada, ele estava do outro lado, me viu e me deu um sorriso tão gostoso e tão lindo. PQP! Eu queria voltar para minha sala e me esconder embaixo da mesa. Atravessei a pista e me aproximei, ele me deu a mão para apertar.

– Oi, tudo bem?

Não respondo com palavras. Apertei a sua mão, olhei nos seus olhos e fiz uma cara de quem não estava bem, ele entendeu. Esse cara não existe mesmo, subi na moto e ele apertou minha mão mais uma vez. Saímos e fomos passando pelo centro da cidade. Vi as pessoas caminhando juntas. Tentei não pensar em nada.

– Pra sua casa?
– Sim. Acho que sim.

Ficamos em silêncio até chegar em casa. Quando chegamos eu fui colocar a moto para dentro mas ele não deixou. Meio cabisbaixo, mas ainda assim olhei para ele.

– Obrigado pela força, mano. Valeu – Estendi minha mão para ele.

– Que é isso cara. Você sabe que… bem… pode contar comigo! Sempre!

Apertou minha mão de um jeito forte que dizia muita coisa. Caralho, caralho e caralho. Porque ele não me deu uma porrada? Fiquei olhando para ele e ele pra mim até ir saindo. Entrei em casa e fui direto para o quarto. Me joguei na cama mas minha mãe percebeu meu estado e foi atrás.

– Você está bem filho?

– To sim, mãe. O dia hoje foi dose e to com um pouco de dor de cabeça.

– Quer um remédio? Um chá?

– Não mãe, deve ser só cansaço mesmo. Se precisar eu peço, obrigado!

– Tudo bem então, depois eu volto.

Fiquei ali tentando não pensar em nada. O telefone vibra com uma mensagem do Neto: “‘Te amo cara” Droga! Queria sapecar o telefone a quilômetros, mas só consegui virar e enfiar a cara no travesseiro. Porque eu estava assim?

Devia esta melhor! O cara que eu amava tinha me sacaneado, mas um outro carinha que eu estava gostando estava junto a mim. O meu problema devia está resolvido já? Mas não, não era o tipo de cara que sai de uma relação e cai em outra assim como se não tivesse acontecido nada. Não estava gostando, na verdade, dessa situação, qualquer outra pessoa poderia gostar mas eu não. Eu me via numa situação de ter que escolher, isso. Essa era a minha situação e eu teria que escolher, mas logo eu? Eu que fui rejeitado várias vezes. Fui dispensado sem dó nem piedade por uns e outros e agora eu tenho que fazer uma escolha? Porra!

Me levantei, antei de um lado para o outro do quarto. O telefone vibra, caraca e agora? Fui ver e era uma mensagem do primo: “Te quero demais, muito. Quero que sejas meu e te farei feliz.” Caralhooooooooo! Fiquei mordido e joguei o telefone na parede. Depois me joguei na cama com a cara mais uma vez no travesseiro. Tava tão cansado disso tudo que acho que cochilei.

Ouvi o Henrique lá na cozinha conversando com minha mãe.

– Ei tia, o Mateus está no quarto?

– Está sim. Ele chegou com dor de cabeça e foi deitar. Tenho até que ir lá para ver como ele está antes de sair para a Novena.

– Hum, deixe que eu vou lá dar uma olhada.

– Ah, tudo bem. Se ele precisar tem um remédio ali na mesinha. Um pílula muito boa.

– Legal.

– Quando eu voltar, eu passo com ele – Ele entrou no quarto. Sentou na minha frente.

– Está dormindo?

– Hum hum.

– Tudo bem? – Não respondi mas dei um sorriso sem graça.

– Aquele cara de novo não foi? – Balancei a cabeça.

– Ele quer voltar com você? – Balancei a cabeça… de novo.

– Mas… e você?

PQP! Ele não devia ter perguntado isso. Fiquei olhando para ele e não tinha vontade de falar nada e acho que ele percebeu.

– Cara, eu já te falei o que eu sinto e não tiro uma palavra. Apenas acrescentaria mas tudo que você precisava ouvir eu já falei.

– Sei que não se deixa de gostar de alguém e passa-se a gostar de outro de um dia para o outro, mas eu queria uma chance com você. De mostrar pra você o que eu quero com você.

Consegui falar algo.

– Eu to numa situação difícil cara. Não sei o que fazer, eu não devia mais gostar dele pelo que ele me faz, mas tá complicado. E não quero te deixar mal. – Enfiei minha cabeça de volta ao travesseiro e ele fez uma coisa que eu não esperava, se deitou comigo. Se encostou bem atrás de mim e ficou ali, abraçado comigo.

– Relaxa cara, eu não tenho mais o que fazer ou dizer, mas estarei aqui e darei um jeito de aceitar sua decisão, seja ela qual for.

– Hum – Ficamos um tempo em silêncio.

– Nem tirou a roupa do trabalho cara? – Balancei a cabeça.

– Cansado demais até para isso.

– Tudo bem então, vamos dar um jeito nisso – Ele me sentou na cama, tirou a minha camisa e olhei para ele meio espantado.

– Não… Não se preocupa. Não vou te atacar, vontade não falta, mas eu te respeito – Depois ele me deitou e começou a abrir meu cinto.

– O que você está fazendo?

– Te dando uma força horas.

Tirou minhas meias e começou a puxar minha calça. Caralho, esse cara é doido mesmo. Ainda bem que estava com uma cueca boa, esbocei um sorriso mas percebi que estava excitado. Caraca, ele percebeu e eu um sorriso safado mas não fez nada.

– Pronto! Agora você já pode ir tomar banho.

– Hum?

– Sim. Dormir suado? Você é porco por acaso?

Aiai. Esse cara estava me deixando doido. Me levantei tentado disfarçar a ereção e fui ao banheiro. Fiquei lá embaixo do chuveiro um tempão, queria que a água levasse junto a minha angústia. Depois, coloquei um short e sai. Cheguei no quarto e ele estava cheirando uma de minhas camisas, se assustou, jogou no chão e ficou sem jeito. Coloquei uma camisa e fui pentear o pelo, percebia ele me olhando pelo espelho.

Fiquei encarando ele também, até que ele veio até mim, chegou perto, pegou minha mão , passou por seu pescoço e me beijou.
Safado! Se aproveitando, mas nem me importei e retribui o beijo. Doce, lábios gostosos. Ficamos nos beijando e ele para e me olha.

– Não veja isso como se eu tivesse forçando a barra mas se eu te quero tanto, o que eu posso fazer?

– Por isso que eu fico preocupado. Não quero que você diga depois que te enganei, caso não dê certo.

– Relaxa cara! Eu sei onde to me metendo.

– Tem certeza?

– Sim.

Voltamos a nos beijar, agora com mais intensidade. Meu pau começou a levantar. Ele percebeu e ficou roçando a mão. Ele estava me deixando maluco mesmo. A língua dele invadia minha boca como se fosse dele e eu tentando acompanhar os passos dele. Arranquei a camisa dele. Fui ao seu pescoço depois aos seus mamilos. Meti a mão por dentro de sua bermuda, que era de um tecido folgado. Fiquei ali alisando o garoto dele. Ele fez o mesmo. Nos beijávamos cada vez com mais intensidade. Minha mão estava toda melada. E a dele também estava porque eu me excito e meu cacete baba mesmo.
Nos beijamos mais e mais, mas, alguém tinha que ser consciente.

– Sua mãe disse que voltava logo e ela vinha te ver.

Como foi cruel parar aquilo tudo. Nos beijamos mais um pouco e eu tirei minha mão e ele a dele. Esbocei um sorriso do tipo: Pô, agora?

– Fica para uma próxima. Não quero que você faça nada que venha se arrepender depois.

– Não ia. Se eu comecei era porque estava querendo.

– Tudo bem então, fica para depois – Me deitei e fiquei olhando para ele, que colocou a blusa e ficou um tempo sentado na cama. Já era por volta de 22 horas e minha mãe chegou.

– Então? Como está a criança?

– To bem. A dor de cabeça passou.

– Ah, maravilha. Comeu alguma coisa?

– Não.

– Então vem jantar? Trouxe umas coisas para nosso jantar. Teu pai vai chegar tarde hoje e seus irmãos, sabe lá onde estão. Você janta conosco Henrique?

– Não tia. Já jantei. Obrigado!

Saímos e fomos para a cozinha e ficamos ali esperando a ela terminar de preparar. Depois fui jantar e ele ficou na sala vendo TV. Depois eu fui lá estava começando o filme Eu sou a Lenda, com o Will Smith. Gosto muito desse filme. Fiquei sentado ao lado dele. Minha mãe estava no cozinha lavando umas louças. Ele pegou minha mão e ficou segurando. Olhei para ele e ri. Ele também.
Depois minha mãe veio dizer que já ia deitar. No quarto dela também tinha TV. E disse para mim:

– Se voltar a sentir dor me chama.

– Tudo bem.

– Boa noite rapazes.

– Boa noite tia!

– Boa noite.

Ficamos um tempo sem nos mexer, depois eu me deitei e coloquei a cabeça no seu colo. Ele ficou ali, alisando minha cabeça e me dando pequenos beijos. Coloquei minha mão dentro de sua calça e fiquei ali, alisando seu cacete. Depois, coloquei o pau dele para fora e fiquei chupando. Delicia. Sensação única. Senti o corpo dele tremer nessa hora. E já estava todo babado. Muito bom mesmo.
Mas como tudo o que é bom… Barulho de carro chegando, era meu pai. Ops. Nos ajeitamos e ficamos ali, inocentes. Meu pai entra.

– Boa noite pessoal.

– Boa noite pai… tio.

– Tudo bem Henrique?

– Tudo sim tio.

– E você rapaz – olhando para mim – sua mãe disse que você estava meio adoentado. O que foi?

– Nada pai. Apenas uma dor de cabeça. Mas já to bem. O dia hoje foi bem cheio.

– Já disse que você não precisa ficar ali naquele serviço. Estressante demais.

– Também acho – se intromete o primo gato gostoso – Lancei a ele um olhar…

– Pois é filho, você não está morrendo de fome, está?

– Relaxa pai. Tem dias que são assim mesmo. Em outros é tão tranquilo.

– Só não quero que você fiquei na pior e cansado demais.

– Tudo bem. Se a coisa lá ficar pior, eu saio. Sem problemas.

– Promete?

– Prometo.

– Tudo bem então. Vou confiar e cobrar. Sua ma~e está no quarto?

– Está sim.

– Então, vou me recolher. Boa noite pessoal!

– Boa noite pai… tio!

Ele saiu mas não voltamos a fazer nada. Apenas ficamos comentando o filme, que acabou. Ele se levanta.

– Hora de ir. Amanhã o dia começa cedo e tenho que dormir cedo – Já no pátio.

– Bom mesmo. Vou tentar dormir também.

– Bom mesmo, digo eu. Relaxa cara, a decisão é só tua. O que você decidir, de minha mãe, vai está decidido. Tranquilo. Sou cabeça fria.

– Que bom pra você. Vou tentar apagar da minha cabeça essas coisas se não eu piro.

– E nós não queremos isso.

– Pois é.

– Boa noite então, durma bem e bom sonhos – E fala ao meu ouvido – e se sonhar comigo, melhor, só não esquece de me contar como foi.

– Maluco. Rs. Boa noite, ate amanhã.

Um aperto de mão cheio de significados. E fiquei vendo ele ir embora. Na hora que eu estou fechando entrando, passa uma moto bem devagar. O motoqueiro, de capacete, passa me olhando. O frio sobre minha espinha. Ele não para e segue o rumo contrário ao que o Henrique tomou.

– Neto. Só pode ser ele.

Não tinha como ver a placa, mas só podia ser o Neto mesmo. Ele bem devia estar vigiando, mas essa agora!

Continua…

Na dica de hoje deixamos o filme: Além da Fronteira

Sinopse: A amizade entre um advogado israelita e um estudante palestino é abalada quando o visto do palestino é revogado, e ele enfrenta uma possível deportação.

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