Contos

Neto, o moto-boy que virou a minha cabeça – Capítulo 6

– Minha mãe disse que mais cedo ela não estava aqui ontem. De quem é?

Tentei ser parecer bem franco. E natural Esse meu primo era muito curioso e vivia se metendo onde não devia. Uma vez até levou uma surra da irmã dele por tentar se meter na vida dela.

– Um amigo meu do trabalho soube que eu não estava bem e veio me ver, oras. Aí começou a chover muito e ele preferiu chamar um táxi e deixar a moto para não ficar ensopado e adoecer como aconteceu comigo.

– Mas que horas ele saiu daqui já? Não lembro de ter ouvido barulho de táxi. – Foi aí que peguei ele. Todos sabíamos que ele era fraco para sono e que ele dormia cedo demais, ainda mais com chuva.

– Bem, ele saiu tarde daqui. Bem tarde. Ele estava esperando a chuva passar e começamos a ver um filme. Quando o filme acabou, a chuva não tinha passado. Daí ele resolveu ligar para um taxista amigo dele. E você não ouviu Mateus porque, com certeza, você já estava dormindo oras. – Bingo! Ele ficou meio sem graça. Mas não se deu por vencido.

– Hum, tá. Primo, o que tem de bom aí para comer? To com fome. – Ele falou isso e foi entrando. Como eu não poderia expulsar ele de casa, tive que enrolar e dar uma de doido.

– Mateus, deixa de ser doido. Ainda quero me deitar maluco. To doente, esqueceu?

– Não esqueci não primo. Só ver o que tem para comer aqui. – Ele reparou na sala.

– Caramba primo. A bagunça está feia aqui hein?

– Com certeza. E como você não está afim de me ajudar a limpar, pega o beco.

– Caraca, já tô indo. – Abriu a geladeira, pegou uns biscoitos e saiu comendo. Mas antes reparou na cozinha.

– Ao menos aqui esta melhor que na sala. – Ainda bem que eu e o Neto fomos arrumando ontem depois de cozinhar.

– Pois é primo, isso porque eu ainda fiz pipoca ontem. Mas não sobrou nada. Agora deixa eu ir deitar que to cansado e com dor.

– Tudo bem primo, eu posso ficar aqui com você enquanto… – Lancei aquele olhar de poucos amigos.

– Tudo bem, tudo bem. Tô saindo. Você está num mau humor do caramba hein? Fala sério.

– Que bom que você percebeu.

Caramba. Aquilo me deixou aborrecido. Cara chato. Maior mané. Fui até onde o Neto estava. A porta do quarto estava trancada. Bati uma vez.

– Sou eu. Tudo tranquilo. – Ele abriu a porta e ainda estava de toalha.

– Quem era esse cara. Parecia ser um pé no saco. Ouvi algumas coisas.

– Pois é. Um primo meu que mora um pouco mais à frente. Veio me encher. De vez em quando ele tem dessas.

– Primo? Aquele primo lá que você disse que já curtiu?

– Vixeee. Não. Nem pensar. Nada a ver. Eu te disse que ele nem mora mais por aqui. Esse é um mané até que ele é bonito e tem mó corpaço mas, quando abre a boca, é triste.

Depois que eu falei isso, ele ficou calado, meio amuado. Deve ter sido porque eu falei que o primo, que por sinal se chamava Henrique, era bonito.

– Ei seu besta? Que foi já? Sem essa vai. Só disse que era bonito.

– Hum…

– E eu disse que quando ele abre a boca só fala merda.

– Hum…

– E você é bem diferente dele. Rsrsrsrs Fala muita coisa boa que me deixa malucão e tudo. Rsrsrsrs

– Hum… Tudo bem então. – Fui lá e dei um abraço dele e um tremendo beijo. Mas depois fui eu quem ficou quieto e pensativo. Ele me olhou e perguntou:

– O que foi? Parece preocupado. Já desencanei.

– Não, não é isso. – Me sentei na cama.

– Esse meu primo às vezes me deixa com uma pulga atrás da orelha. E outras vezes me tira do sério.

– O que foi que aquele zé mané te disse?

– Ele perguntou da moto? De quem era?

– Porque! Nem lembrava mais disso! O que você respondeu?

– Respondi que era sua, de um amigo do trabalho que soube que eu estava doente e veio ver como eu estava. Começou a chover e disse que você preferiu ir de táxi para não se molhar e ficar doente como eu.

– Blza!

– Pois é! Só que ele com certeza deve esta lá pela casa dele afim de saber de quem é a moto?

– Hum? Ele é assim é? Ele desconfia de algo de você? Que você curte?

– Cara, nunca tive esse tipo de intimidade com ele para dizer nada sobre e como nunca fiquei com ninguém das redondezas, as chances dele saber são quase 0,0. Mas, eu não sei. Ele é meio irritante às vezes. Sei lá. Sempre quis ser melhor que eu em tudo. Nunca entendi essa dele. Ou ele quer me comer ou quer me dar. Kkkkkkkk.

– Hum! Ele que venha se engraçar com você ou te sacanear. Desço a braço dele que num instante ele vira gente.

– Kkkkkkk. Sera bacana. Mas sei me defender dele. Valeu.

E mais outra. Dei outro beijo nele e ficamos abraçados um bom tempo. Tão bom se sentir assim. Saber que alguém gosta de você e te protege. Muito bom.

– Vamos comer alguma coisa e depois você vai se vestir e vai ter que pegar beco.

– Mas porque já? Hoje ainda é domingo e você disse que sua família só volta amanhã?

– Certo, mas se ele voltar aqui vai ficar complicado disfarçar. E a mãe dele deve vir aqui já já para saber como estou e trazer algo para eu comer. E ela vai querer limpar a casa e etc etc etc. Aí, te esconder será muito complicado.

– Hum. Caralho mesmo. Esses curiosos são foda. Mas e como eu vou sair, se você disse que ele deve está por aí, de olho?

– Você vai sair por trás. Tem um caminho que sai na outra rua, que é bem tranquila. Quase não usamos esse caminho. Aí você vem, bate, eu atendo. Você pega a moto e vai. De boa.

– Kkkkkkkkkkkkkkk Ah sacana! Você já pensou em tudo hein? Não quer mesmo que eu fique. Poxa. E eu que pensei que estava agradando… Chateado.

– Seu doido, é claro que eu quero que você fique, para sempre, comigo, abraçado assim, me beijando, transando comigo a noite todas mas tem essas situações que eu te disse. Não fica chateado não, tenta entender. Beijei ele.

– Tudo bem, vou comer alguma coisa (ou alguém) e vou embora.

– Hum… Comer quem rapá? Hum.

– Olha só como eu estou aqui!

Deixou a toalha cair e tava com seu lindo cacete em ponto de bala. Segurei aquele mastro e cai de boca. Mamei bem gostoso. Depois me levantei e, ainda segurando seu cacete o levei ate a cozinha. Abri a geladeira, peguei uma garrafinha de iorgute. Lambuzei ao pau dele e cai de boca. O safado só gemendo e pedindo mais. Cara safado é foda mesmo. Depois de um tempo, ele cai de boca no meu. Faminto. Babando. E meu cacete babando também. Foi delicioso. Mas eu segurei ele, levantei.

– Ei, e o café? Kkkkkkkkk

– Oras, já estava nele… Ia já tirar leite. Kkkkkkkk

Esse cara ainda vai me deixar maluco. Ele fez panquecas. Comemos com suco de laranja. Uma delícia. O telefone dele toca. Na verdade, vibra e acho que já estava vibrando há bastante tempo.

– Oi Joana. Na paz? Tudo bem sim porque? Ah sim, é que eu passei a noite fora com uns colegas do ponto. Sabe como é né? Farrear um pouco para descontrair.

Enquanto ele falava eu fui logo arrumando a bagunça antes que minha tia aparecesse.

– Hoje? Não! Não trabalho não! É! Vou pra casa daqui a pouco. Estão me expulsando daqui (ele fala e olha pra mim com cara feia – Eu apenas acho graça)

– Se eu quero sair com você? Para onde? Rio das pedras? Blz? Acho que posso sim (Ele pergunta, apenas mexendo a boca, se pode ir. Eu dou de ombros. To expulsando ele de casa mesmo. E ele tem mais é que se divertir, coitado)

– Tudo bem então, to liberado aqui. Quem me liberou? Kkkkkkkkk deixa quieto. Kkkkkkk Não, não to de sacanagem não. Depois do almoço eu passo e te pego. Blz? Tudo bem então. Bjão!

– Porque perguntou pra mim se poderia ir?

– Hum… Não sei. Achei que era o certo a fazer já que estamos ficando e você poderia ficar chateado.

– kkkkkkkkkkk Não precisa. Você é livre. Não sei até quando. E o que tivemos esses dias, bem, foi muito bom. Mas não precisamos nos precipitar. Podemos ir com calma. De repente você não quer compromisso ou eu também não.

– Hum. Só sei dizer que quero ficar com você.

– Que bacana. Pena que eu não posso dizer o mesmo.

Ele fechou a cara, ficou lindo.

– Kkkkkkkkk relaxa moço. Te quero também. Muito. Mas é que esse lance entre nós dois pode dar problemas. E não to afim de… assumir… entende?

– Nem eu… Se você não se importar, poderia ficar só entre a gente mesmo. Nosso segredo. Nosso caso. Só nosso e de mais ninguém.
Ri bastante.

– Que foi?

– Nada não. Também gosto desse lance de algo proibido e secreto… Kkkkkkkk

– Hum. Fico cheio de tesão com essas paradas.

– Kkkkkkkk Quem curte parada de malandro e passageiro…

– Kkkkkkkkkkkk Palhaço.

– Ei, infelizmente é hora de você partir. Já é quase 11 e 30 e logo logo minha tia aparece perturbando.

– Caralho. Esses teus parente são um bando de estraga prazer, isso sim.

– Não reclama. Vamos no ver a semana toda. Podemos marcar um monte de coisas.

– Hum… Pode ser. Kkkkkkk

– Tua calça e tua blusa estão na cama. Estão bem sequinhas.

-Mas, e a minha cueca, cade?

– Hum. Sua cueca fica como minha refém. Caso você não volte fico com ela de lembrança.

– Pow, gosto dela.

– Eu também, e muito.

– Hum, seu safado. Você bem deve ser paradão nesse lance de cuecas né?

– Sou sim. Acho show ficar manjando o cara só de cueca.

– Hum… delicioso. Mas eu serei o único que você vai manjar de cueca, tá ligado?

– To sim. Muito ligado. – Nos beijamos mais intensamente.

– Vou vestir o que então por baixo?

– Você pode ir de short ou sem nada? Com o bicho solto.

– Sacana você… Muito. Também vou com ele solto para fazer a alegria da galera.

– Kkkkkkkk (dei de ombros)

Ele se vestiu e tava com o pau durão por baixo da calça. Fui lá, fiquei alisando e mordendo. Ele já queria tirar mas não deixei. Trocamos um beijão e expliquei para ele o caminho.

– Não tem risco de alguém me ver saindo?

– Não. Fica dentro de nosso terreno até o final. As pessoas não entram. Pode ir.

Mais um beijaço e ele saiu. Muito gato esse cara e a bundinha dele então, linda. Que bom que já comi ela pacas e ainda quero comer mais. Menos de dois minutos, minha tia chega. Começa a bater no portão, que eu tinha fechado para evitar surpresas. Fui atender.

– Porque esse portão está fechado até agora?

– Bom dia pra senhora também tia. Estava deitado.

– Ainda com dor? Já comeu algo?

– Já sim.

– Ah sim. Sua mãe, antes de sair, me deu várias recomendações.

– Como se eu precisasse. Mas agradeço sua preocupação.

– Oras como se não precisasse. Você é igual seu primo. Senão estivermos em cima, vocês esquecem até de viver.

– Kkkkkkkkkk Fala sério, tia. Nada ver isso.

– Ora não. E a casa, tá limpa ao menos? – Perguntou e foi logo entrando.

– Sim tia, acabei de dar uma arrumada. Mas, nem precisava porque estou só em casa mesmo.

– Hum, até que a coisa não está tão feia aqui. E o medicamentos? Tomando direito?

– Sim, sim, pontualidade britânica.

– Hum, vocês só não esquecem a cabeça porque está pregada.

Falou isso e foi para a cozinha. Chegando lá, não tinha muito o que falar, a não ser por um copo sujo que eu mesmo deixei na pia. Ainda bem que o Neto foi bem organizado nisso também. Minha tia era muito parecida com minha mãe nesse sentido. Organização. Mas minha mãe era muito mais prática e mais tolerante com as coisas. A campainha toca. Que bom que alguém lembrou de tocar.Minha tia tava lavando o dito copo mas foi atender.

– O Mateus está? – Um instante.

– Tem um rapaz te procurando

– Quem é já? Em pleno domingo? Ah, é você!

– Blza? – Era o Neto, lindo, gostoso. Afim de arrastar ele de volta para a cama mas tive que fingir. Tia, esse é o Neto que trabalha comigo na empresa.

– Prazer!

– Prazer.

– Ainda se molhou ou conseguiu escapar da chuva.

– Ainda peguei um pouco de chuva porque tive que ir tirar umas roupas que tinha deixado no sol antes de sair de casa.

– Mas, ao menos você não acordou resfriado né?

– Não não. Tranquilaço. Nada como uma noite bem dormida.

O sacana estava me provocando. Mas eu não ia perder a chance.

– Que bom pra você. Nem dormi direito. Tinham uns insetos enchendo o saco e acabaram com minha noite.

Percebi a reação dele de não saber o que falar. Bingo! espero que essa noite eu durma melhor.

– Isso se os insetos não voltarem. Kkkkkkkkkk

Palhaço.

– Muitos insetos por aqui mesmo. Não vai nem convidar o moço a entrar…

– Não, não precisa. Só vim pegar a minha moto mesmo.

– Ah, então você é dono da moto! Bonita a moto hein?

– É sim, valeu. – Ele entrou no pátio e tirou a moto.

– Você vai trabalhar amanhã?

– Bem, acho que vou. Se eu estiver melhor vou sim.

– Hum, vamos terocer para isso. Valeu mais uma vez. Até amanhã então!

– Até!

– Até mais senhora!

– Saúde e juízo por ae. – Depois de um tempo ela começou a elogiar o rapaz. Com era educado.

– Você e seu primo tinham que ser igual a seu moço aí.

– Hum…

– E reparou como ele é bonito? Mal sabia ela Kkkkkkkk

– Tia! A senhora bateu a cabeça? Lá vou achar macho bonito! Fala sério!

– Não sei o que tem demais! E… agora que to lembrada. Vi essa rapaz antes de ontem na feira com uma moça muito bonita também… devia ser a namorada dele, eu acho.

Continua…

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