Príncipe Impossível – Capítulo 31 – Príncipe Impossível
Porque ele teve que morrer? Tudo aconteceu tão rápido. Em um instante estávamos na cama fazendo amor e no outro ele estava caído no chão. Sem vida. Foi como se o universo estivesse pregando uma peça em mim. Parece que ele só tinha deixado Gray viver para que eu tivesse alguns poucos momentos com ele e depois ele foi novamente tirado dos meus braços. Todos em volta usavam ternos pretos e todos pareciam bem tristes. Meus olhos estavam inchados e eu não conseguia mais chorar porque não tinha mais lágrimas.
A vida parece um presente. Parece um jogo divertido, mas isso só é verdade que até que nós nos apaixonamos. A partir desse momento a sua vida não é mais só sua. Não estou falando de namorados e nem de sexo, estou falando de paixão, de amor. Aquele amor que te faz sentir uma dor forte no estômago. Aquela paixão que te deixa acordado. é como se duas pessoas usufruíssem de um corpo só. A dor que um sente o outro também sente dentro de si.
Se eu soubesse que Gray iria embora tão cedo eu gostaria de não ter conhecido ele porque agora tudo o que sinto é uma dor dentro de mim. Nossa primeira noite juntos foi perfeita, mas foi única. Nunca mais vou poder cocá-lo ou sentir sua respiração em mim. Ele teve uma recuperação tão rápida do coma. Não imaginei que ele fosse ir de dez a zero tão rápido quanto.
– você está bem? – perguntou Eve próxima de mim. Eu não saia de perto do caixão dele.
– estou bem – falei olhando para ela – um pouco cansado, mas estou bem.
– o que aconteceu? – perguntou Eve curiosa – como ele morreu?
Olhei para Gray e vi a serenidade em seu rosto. As pessoas dizem que quando um ente querido morre ele parece estar dormindo, mas isso é mentira. Eu dormi muitas vezes ao lado de Gray e não se parece nada com ele dormindo.
– eu tive que atirar nele – falei olhando para Eve – na cabeça.
– sei que foi difícil, mas foi a coisa certa a se fazer – falou Eve tocando meu ombro.
A mão gelada de Eve me fez despertar. Estava suado e meu coração batia rápido. Abri os olhos e o quarto estava escuro. Por alguns instantes achei que estava sozinho e foi quando apalpe a cama a minha frente e não encontrei Gray. Por alguns instantes eu lembrei do pesadelo e tive medo. Continuei apalpando o lençol, mas não encontrei Gray e foi quando senti ele se mover atrás de mim. Ele me envolvia em seus braços – Ufa! – pensei comigo mesmo. Foi só um pesadelo.
Gray estava abraçado comigo de conchinha. Sentia seu corpo quente esquentando o meu. Ambos estávamos de cueca e tínhamos feito amor pela primeira vez a poucas horas. O relógio na cabeceira marcava pouco mais das três da manhã. A respiração de Gray em minha nuca fez eu me acalmar. Eu ainda estava tremendo pelo pesadelo, senti um arrepio percorrer meu corpo ao me lembrar do que tinha sonhado.
Minha boca estava seca e precisava de um copo de água. Deslizei pelos braços de Gray e me sentei na cama. Acendi a luz do abajur e olhei para trás. Gray dormia profundamente. É péssimo sonhar que uma pessoa que você ama morreu. Levei minha mão até os cabelos grisalhos de Gray e alisei-os de leve para que ele não acordasse.
Fui até a cozinha e peguei um copo de água. Tinha tanta sede que bebi quase três copos inteiros. Joguei o restante do terceiro copo dentro da pia e em seguida o lavei colocando no escorredor. Voltei até o quarto e fui até o banheiro. Coloquei me em frente a privada e mijei. Minha bexiga estava cheia. Lavei minhas mãos e voltei até a cama e me sentei. Estava gelado e Gray tinha chutado o cobertor para o lado. Era apenas ele de cueca branca deitado na cama.
Desliguei a luz do abajur, joguei o cobertor em cima de Gray e me deitei ao lado dele puxando o cobertor até mim. Me cobri até a cintura e por alguns instantes me vi sem sono. Porque isso acontecia tanto comigo? Se tinha uma coisa que odiava era a insônia. Os únicos momentos de paz que tinha na vida aconteciam quando eu estava dormindo.
– sem sono? – perguntou Gray me assustando. A voz dele era quase um cochicho. Gray virou-se de lado e colocou a mão em minha barriga se aproximando de mim. A respiração dele pairou em meu ombro quebrando o frio. A barba dele me fez cócegas.
– sim – falei olhando para o lado.
– algum problema? – perguntou ele dando um selinho no meu ombro.
– não… nem sei porque perdi o sono. Geralmente eu perco o sono quando fico pensando demais na vida. No passado ou no futuro.
– você está pensando nisso agora?
– na verdade eu tive um pesadelo. Talvez seja por isso.
– com o que sonhou?
– com você – falei dando uma pausa – você tinha morrido no sonho… foi eu quem te matei.
– eu estou aqui do seu lado bem vivo.
– eu sei – falei acariciando o rosto dele com minha mão esquerda.
– sabe o que te faz ter muito sono?
– o que? – perguntei para Gray.
– sexo.
– aparentemente não funciona já que estou acordado ás três da manhã.
– essa é a melhor parte – falou Gray dando outro selinho no meu ombro.
– qual?
– sexo de madrugada – falou Gray subindo em cima de mim colocando seu corpo em cima do meu.
– mas nós já fizemos sexo – falei sentindo os lábios de Gray beijando meu pescoço.
– e dai? – Gray deu um selinho em meus lábios.
– OK – falei abraçando Gray. Mesmo no escuro conseguíamos ver o brilho nos olhos um do outro. Um pequeno feixe de luz passava pela janela. Mesmo durante a noite Los Angeles era uma cidade bem iluminada.
– te amo sabia? – falou Gray dando um selinho em meus lábios.
– eu sei, eu sei – falei sentindo novamente os lábios dele junto dos meus. Seu beijo era quente e seu corpo trazia o mesmo calor. Passei os dedos carinhosamente por suas costas sentindo o cobertor que ainda cobria nossos corpos.
– tira sua cueca pra mim – falou Gray com os lábios na minha orelha.
Usei minhas mãos para tirar minha cueca. Vagarosamente deslizei a cueca pelas minhas pernas até que a tirei por completo e joguei ela chão. Gray deu um selinho na minha orelha e passou a língua quente umedecendo-a.
Gray beiju meu pescoço e passou a língua traiçoeira em minha orelha me deixando arrepiado. Sentia seu cheiro em meu nariz enquanto ele me explorava com sua língua.
– agora a minha – falou Gray pressionando seu corpo contra o meu. Seu membro me tocou ainda coberto pela cueca. Levei minhas mãos até a cintura de Gray e tirei a cueca até onde consegui. Gray se apoiou com uma mão na cama e tirou a cueca por completo jogando-a no chão junto com a minha. Enquanto ele tirava a cueca eu apalpei seu membro com minha mão esquerda e deslizei minha mão vagarosamente sentindo-o quente, volumoso e melado entre meus dedos.
– está duro de novo! – falei surpreso apesar de já ter sentindo em mim que ele estava excitado.
– você parece surpreso – falou Gray com um meio sorriso no rosto.
– só um pouco – falei envolvendo a mão na cabeça do seu membro. Estava melada. Tirei a mão e deslizei pela cintura dele até suas costas.
– você também está duro – falou Gray pressionando o corpo dele para baixo fazendo nossos membros se tocarem.
Ele balançou a cintura de um lado para o outro fazendo nossos paus se tocarem e roçarem um no outro. Gray levou a mão direita até meu rosto e o virou de lado. Em seguida senti ele lambendo meu rosto de baixo até em cima. Ele deu um selinho no meu rosto e virou novamente usando sua mão deu um selinho na minha boca.
– sabe eu nunca imaginei que você tivesse um membro tão grande – falei dando um selinho na boca de Gray.
– Eu te machuquei noite passada?
– não. pelo contrário – falei rindo – nunca imaginei que se pudesse ter prazer anal. Sempre achei que fosse mito.
– quando o homem sabe o que você prazer é a única coisa que vai sentir – falou Gray dando uma mordidinha no meu queixo – e para sua sorte você tem a mim – falou ele dando um beijo no meu pescoço – você é o primeiro homem que eu fico, mas eu fiz minha pesquisa – falou Gray rindo – quando comecei a te namorar eu passei horas e horas na internet lendo sobre o sexo entre homens.
– você fez isso?
– claro. Quando você me disse que é virgem… era virgem – falou ele com um meio sorriso – eu achei que devia te dar a melhor experiência o possível então eu li bastante. Fiz bastante pesquisa.
– não sabia que tinha se esforçando tanto só para que eu tivesse uma primeira vez maravilhosa.
– tudo pelo meu amor – falou Gray começando a me beijar. Um beijo apaixonado e molhado.
Abri as pernas e abracei Gray em cima de mim. Sentia cada centímetro do seu corpo junto ao meu. Deslizei minhas mãos pelas costas de Gray e senti duas nádegas peludas. Deslizei os dedos entre os cabelos e senti Gray abrir as pernas um pouco. Com isso minhas pernas se levantaram um pouco e ele pode posicionar seu membro na entrada do meu ânus. Senti ele deslizando seu membro para dentro de mim e eu gemi baixinho enquanto ele pressionava sua barriga no meu membro que também estava duro.
Gray segurou no membro e colocou ele na entrada do meu ânus e esfregou de leve melecando com seu líquido pré-ejaculatório usando-o para lubrificar a sua entrada.
– te amo – falou Gray rebolando vagarosamente enquanto seu membro entrava em mim timidamente abrindo novamente caminho para dentro de mim.
– também te amo – falei aproximando minha boca da dele. Nossas língua dançavam um tango ardente. Hora dentro da minha boca, hora dentro da boca dele – Haaa! – gemi sentindo Gray enfiar seu membro para dentro de mim. Deslizou vagarosamente.
Abracei Gray e senti ele repousar seu corpo em cima do meu. Ele descansou a cabeça em meu ombro e começou a se movimentar. Seu quadril dançava para frente e para trás fazendo com que seu membro deslizasse para dentro e para fora de mim. Fechei os olhos e mergulhei meus dedos em seus cabelos e senti o êxtase dentro de mim enquanto o ardor me preenchia. Percebi que o sentimento era mutuo porque Gray gemia baixinho em meus ouvidos. A respiração dele estava ofegante como a minha.
– isso! – falou Gray se apoiando com os cotovelos segurando meu rosto entre duas mãos. Ele colocou seu nariz junto ao meu enquanto sua respiração ofegante preenchia minha boca. Ele me deflorava novamente.
Seus movimentos era regulares e ele movimentava vagarosamente aproveitando cada segundo enquanto eu aproveitava cada centímetro. Carinhosamente Gray levantou seu corpo e eu pude segurar meu membro. Comecei a me masturbar sentindo ele se deliciando em meu corpo e é claro enquanto eu me deliciava no seu.
Deslizava minha mão vagarosamente por meu membro com a mão esquerda enquanto segurava firme no braço esquerdo de Gray. Deslizei a minha mãos por seu braço deslizando meus dedos pela tatuagem que ele tinha. Um corvo em preto e cinza. Gemia cada vez mais alto tentando me controlar sentindo o corpo dele tocar tão profundamente meu. Por alguns segundos Gray manteve seu membro enfiado bem fundo em mim.
– caralho! – exclamou Gray respirando fundo. Pude sentir seu membro de contrair dentro de mim mais uma vez depositado todo seu néctar dentro de mim. Ao perceber que ele tinha gozado deslizei a mão mais rapidamente por meu membro que estava melado. Gray continuava ofegante e me observou gozar. Meu ânus se contraiu em seu pau abraçando-o forte quando gozei. O meu esperma caiu quente em minha barriga e em meu peito. Não disse nenhuma palavra e apenas gozei ofegante como se tivesse corrido uma maratona.
Gray se inclinou até o chão e pegou uma das cuecas Não sei se foi a minha ou a dele e ele a usou para limpar minha barriga e em seguida ele fez o mesmo com seu membro. Sem coragem e forças para se levantar ele simplesmente jogou novamente a cueca no chão e caiu deitado ao meu lado.
Me virei de lado e Gray me abraçou por trás. Novamente senti seu corpo juntinho do meu e aquilo me deu sono. Bocejei e meus olhos lacrimejaram de sono.
– será que vai conseguir dormir agora? – perguntou ele tocando minha nuca com seu queixo. A barba pinicou e me fez cócegas.
– acho que sim – falei fechando os olhos sentindo o sono chegar enquanto Gray colocava sua perna entre as minhas me mantendo o mais perto o possível dele. Envolto em seus braços senti que não precisava ter medo de dormir então apenas fechei os olhos.
Mais uma vez adormeci, mas dessa vez não fui assombrado por meus pesadelos. Ao invés disso tive um sonho sem sentido ao qual eu nem me lembrava. Pouco a pouco fui recuperando a consciência. Fui recuperando os sentidos e senti a cama logo abaixo de mim e o cobertor logo acima. Abri os olhos devagar e vi que o relógio que uma vez marcou três horas da manhã agora marcava pouco mais das dez e meia da manhã.
Meu corpo estava relaxado, mas eu estava sozinho na cama. Virei meu corpo para olhar e vi que não tinha ninguém atrás de mim foi quando a porta do quarto se abriu.
– que droga – falou Gray caminhando até a cama com uma bandeja de café da manhã – você é um estraga prazer sabia?
– o que é isso? – perguntei limpando meus olhos me sentando na cama
– eu queria te acordar com o café da manhã na cama, mas você acordou primeiro – falou Gray colocando a bandeja na minha frente. Ele se sentou na beirada da cama.
– obrigado e desculpa por ter acordado – falei vendo um copo com suco de laranja e uma salada de frutas.
– não tem problema – falou Gray se inclinando para um beijo. Dois selinhos e em seguida senti a língua dele vagarosamente entrar em minha boca enquanto o beijo se prolongava. Um beijo apaixonante que me fez ficar sem folego.
– você tirou a barba? – perguntei finalizando o beijo chupando a língua dele.
– espero que não se importe.
– não. fica mais bonito assim – falei alisando o rosto dele – fica mais parecido com o homem ao qual eu me apaixonei. Foi por esse rostinho que eu fiquei caidinho. Alisei o rosto dele e ao olhar para baixo percebi que ele tinha aparado os cabelos do peito e da barriga.
Gray deu um sorriso e pegou um pedaço de morando e levou até a boca dele. Ele mordeu o morango e aproximou o rosto do meu e eu mordi o morango nos lábios dele e em seguida nós demos um selinho.
– está gosto? – perguntou Gray mastigando.
– uma delicia – falei pegando o garfo e levando um pedaço de mamão até minha boca.
– são frutas frescas. Comprei hoje na feira de alimentos orgânicos. Não tem conservantes e nem agrotóxicos.
– está tudo uma delicia – falei tomando um gole do suco olhando para a mão de Gray. Ele percebeu que eu olhava e fez o mesmo.
– ela te incomoda? – perguntou Gray olhando para a aliança no dedo.
– só um pouco – falei respirando fundo – porque você ainda usa ela?
– só um hábito – falou ele olhando para a mão e virando ela de um lado para o outro.
– quando você estava em coma a Morgan disse que você não tinha tirado a aliança porque não tinha superado ela e que você ainda achava que vocês voltariam. Isso é verdade?
– no começo sim, mas no fim das contas eu percebi que não tinha chance de nós voltarmos porque eu não queria – falou Gray tirando a aliança.
– não precisa tirar se não quiser.
– preciso sim – falou Gray se levantando e indo até o guarda-roupas. Ele abriu umas das gavetas que usava para guardar suas meias e tirou de lá uma caixinha.
– o que é isso?
– eu comprei pouco antes do incidente – falou Gray voltando a se sentar na cama – são anéis de compromisso – falou ele abrindo-a e me mostrando duas alianças prateadas – quando nós inteiramos um mês de namoro eu vi que nós éramos sérios e eu decidi compra-las para oficializar – falou ele com um meio sirrso – falou ele pegando umas das alianças e me entregando.
Peguei uma das alianças e vi que tinha algo gravado nelas.
– você escreveu nossos nomes?
– não – falou Gray pegando a outra aliança.
– “Príncipe” – falei lendo o que estava escrito na minha aliança – príncipe? – perguntei curioso para Gray – o que significa isso?
– é do que você me chama – falou Gray envergonhado – você me disse pouco depois que começamos a namorar que eu era seu ‘príncipe encantado’.
– e é mesmo – falei olhando curioso para a aliança dele – o que está escrito na sua?
– “Impossível” – falou Gray me mostrando.
– o que significa isso?
– Depois que me separei de Morgan eu achei que eu fosse me apaixonar outra vez e quando eu comecei a ter sentimentos por você eu achei que seria impossível que você me amasse da mesma forma.
– então significa a possibilidade de você me amar de novo?
– não – falou Gray rindo.
– então o que é?
– “Impossível” remete a sua teimosia. Você é teimoso e as vezes toma decisões duvidosas com resultados desastrosos, mas é isso que fez eu me apaixonar por você e é seu modo impossível de ser que me faz continuar te amando.
– então você me perdoa por ter prescrevido a receita pra mim mesmo? – perguntei me sentindo mal olhando para baixo envergonhado.
– perdoo sim – falou Gray levando a mão até meu rosto levantando-o – Olhe sempre para frente. Você cometeu um erro, supere e siga em frente.
– eu sei é que eu estou muito envergonhado, se o farmacêutico tivesse percebi a fraude você podia ter sua licença caçada por causa disso. Tudo pelo o que você batalhou a vida toda podia ter se perdido no vento por minha causa.
– esquece isso – falou Gray aproximando o rosto do meu dando um selinho na minha boca – você vale muito mais do que minha carreira. Eu ficaria puto se eu perdesse minha licença? Sim, mas eu ficaria mais puto ainda se perdesse você. Como nenhuma das duas coisas aconteceu não tem razão para ficarmos pensando nisso.
– OK – falei tentando me animar.
Gray pegou a aliança escrito “Príncipe” e em seguida pegou minha mão direita e colocou a aliança no meu dedo anular. Gray pegou a outra aliança e colocou no dedo anular da mão direita dele.
– um dia nós vamos substituir essas alianças de compromisso por alianças de noivado – falou Gray segurando minha mão direita entre suas duas mãos.
– eu não te mereço sabia?
– merece sim – falou Gray aproximando seu rosto para um beijo – cada centímetro de mim.
Nós demos um selinho demorado e em seguida Gray pegou o garfo e nós tomamos café da manhã juntos. Ele dividia as frutas então nós dois enquanto dávamos gole do suco que ele tinha feito.
– eu gostei muito da sua técnica para dormir – falei mordendo um pedaço de maça – funcionou bem até demais afinal dormi até quase onze horas.
– vai acontecer sempre – falou Gray comendo o último pedaço de fruta que tinha na vasilha de porcelana – você fez sexo pela primeira vez agora e vai acordar sempre no meio da noite querendo tranzar.
– posso te fazer uma pergunta?
– pode – falou Gray.
– eu achei que nós íamos usar preservativo sabe… já que era nossa primeira vez.
– nós podemos usar se você quiser, mas não precisamos. Nosso relacionamento está em um nível muito grande confiança. Amanhã eu vou pegar um pouco do nosso sangue para fazer alguns exames só para confirmar que estamos realmente limpos e faremos exames periodicamente por segurança. Eu sei que estou limpo afinal Scott fez todo tipo de exames em mim e eu fiz exame de sangue em você quando você foi roubado por Hugo lembra?
– OK.
– Mas se você se sentir mais confortável eu posso usar camisinha.
– Não precisa. Eu confio em você. Eu gosto de estar nesse nível de confiança.
– ótimo – falou Gray dando um selinho na minha boca e pegando a bandeja e indo até a cozinha.
Levantei-me da cama e depois de pegar uma toalha limpa fui até o banheiro e tomei um longo banho. Estava bem descansado e sentindo a água cair em meu corpo eu dei um sorriso. Nem acreditava em quão feliz estava. Olhei para minha mão e vi novamente o anel prateado sem acreditar que estava mesmo acontecendo. Como uma pessoa que veio de uma família disfuncional o meu maior medo foi nunca fazer parte de uma família de verdade e agora eu tinha Gray que queria construir uma vida comigo.
Depois de tomar meu banho e vestir uma roupa bem confortável fui até a sala. Gray estava na cozinha de pé próximo ao balcão.
– o que está fazendo?
– encontrei esse livro – falou ele mostrando um livro de culinário – estou aqui procurando algo para fazer para nós almoçarmos.
– antes de continuar eu preciso de contar uma coisa – falei indo até o armário da sala pegando a garrafa de bebida de The Last Drop que Hugo tinha roubado de mim.
– o que é? – perguntou Gray curioso.
– essa é a garrafa de bebida que Hugo… Roger!! Preciso parar de chamar ele de Hugo – falei respirando fundo – enfim… essa é a garrafa que Roger roubou de mim.
– se ele roubou como você a tem?
– ele deixou na minha porta com um bilhete.
– ele esteve aqui?
– sim, mas eu não o vi. Quando eu acordei eu vi essa embalagem na portado meu apartamento e tinha a garrafa com um bilhete de Roger.
– o que ele dizia no bilhete?
– ele basicamente me ameaçou de morte.
– OK – falou Gray pensativo. Por alguns instantes ele olhou para o nada e seus olhos azuis brilhavam enquanto ele pensava em algo – você vai vir morar comigo.
– o que? – perguntei confuso.
– você realmente acha que vou te deixar morar aqui depois de disso?
– mas você mora comigo.
– e quando eu estiver no hospital? E se eu fizer plantão a noite? Não vou deixar você aqui sozinho. Se ele deixou esse bilhete e a garrafa na sua porta ele quis te assustar. Ele quis te mostrar que pode entrar e sair desse prédio a hora que bem entender.
– eu sei – falei pensativo.
– você vai vir morar comigo.
– e o que eu faço com esse apartamento?
– ele não faz mais parte de você Griffin. É o seu passado. Muita coisa ruim aconteceu aqui.
– me responde uma coisa.
– sim?
– quando você e Morgan se separaram quem foi que saiu de casa?
– ela – respondeu Gray rindo. Ele sabia onde eu queria chegar.
– então você mora na casa que viveu com sua ex esposa por onze anos e agora quer que eu me mude para lá? Sem chance.
– vamos fazer um trato?
– qual?
– Eu vendo minha casa, você vende seu apartamento e nós compramos uma casa juntos. O que acha?
– combinado – falei pegando a garrafa e guardando ela no armário.
– você vai mesmo beber dessa garrafa mesmo depois dele ter ficado com ela por todos esses meses?
– claro. Ela continua lacrada, a caixa não foi violada e a pessoa que me deu essa garrafa disse que eu devia abri-la e beber com meu marido na minha lua de mel no dia do meu casamento então vai se acostumando com a ideia porque você vai beber dela também – falei colocando novamente a bebida no armário fechando a porta transparente.
Gray voltou seu olhar ao livro e eu me sentei no sofá. Não tinha acabado. Tinha mais uma coisa que precisava contar a ele.
– eu preciso te contar outra coisa Gray.
– o que é dessa vez? – perguntou Gray voltando sua atenção até mim.
– lembra daquele ex namorado que encontrei no aeroporto?
– sei. Aquele que eu disse que se você o visse nós iriamos a policia?
– eu o vi.
– amanhã cedo nós vamos a delegacia.
– não podemos Gray.
– porque não?
– porque ele está namorando a Eve.
– a Eve?
– sim. A Eve.
– mas ele não é gay?
– sim e ela acha que ele é outra pessoa. Ela acha que ele se chama George e é claro que ela nem sabe que eu o conheço.
– isso não nos impede de ir a delegacia.
– Ele insistiu que eu o ajudasse a pegar Roger.
– você prometeu que não faria isso.
– eu sei. Eu também prometi a ele que o ajudaria, mas eu Não ligo para as promessas que eu fiz a ele e sim a promessa que fiz a você e é por isso que estou te contando.
– quer saber? Vamos marcar um jantar nós três. Convide esse cara para um jantar.
– tem certeza? Ele pode parecer inofensivo, mas é um homem desequilibrado. Estamos falando de quarenta e seis milhões. Ele mataria por esse dinheiro.
– nós só vamos conversar Griffin – falou Gray pegando algumas panelas no armário e abrindo ao geladeira pegando algumas verduras e legumes – de homem para homem. Ele precisa te deixar em paz e esquecer esse dinheiro.
– tudo bem. Amanhã mesmo eu vou ligar para ele e marco esse jantar o quanto antes.
– e amanhã mesmo nós dois vamos anunciar nossos imóveis e essa semana vamos começar a procurar por um lugar só nosso.
– tudo bem – falei me levantando do sofá para ficar mais perto de Gray. Sentei-me próximo ao balcão e Gray voltou sua atenção ao livro de receitas. Estava feliz por ele querer resolver esse assunto com Phill. Não quero esse dinheiro de volta. Não preciso desse dinheiro. O meu bem mais precioso está de pé bem da minha frente cozinhando para mim. Gray me deu um meio sorriso e do outro lado do balcão se inclinando até mim e deu um selinho nos meus lábios antes de voltar a cozinhar.