Contos

Príncipe Impossível – Capítulo 34 – Não Conto Se Você Não Contar

Algumas semanas se passaram desde que eu tinha voltado ao trabalho na Pegasus. Gray tinha ficado feliz por Morgan ter finalmente recuperado a razão. Seja lá quem for esse Jake está fazendo um bom trabalho com ela. Era bom estar de volta a ativa. Sentia falta da adrenalina que era estar no trabalho de campo perseguindo ladrões, desmascarando adúlteros, sentia falta de lutar a boa luta. Era bom estar de volta depois de tanto tempo parado.

Finalmente tive paz e sossego desde que Phil foi preso. Tenho medo de Roger? Tenho, mas ele deixou claro que se eu não procura-lo ele também não vai me procurar e eu fui sincero quanto a isso. Não preciso do dinheiro de volta.

– bom dia – falei entrando na sala de conferências. Todos estavam lá exceto Gray.

– bom dia – falou Morgan com um sorriso – Gray não veio com você?

– não – falei me sentando ao lado dela – ele tem plantão agora cedo, mas ele virá na parte da tarde.

– tudo bem então – falou ela se levantando – vou buscar os clientes.

– vocês sabem do que se trata esse caso? – perguntei para Holly, Kiff e Eve que estavam sentados a mesa comigo. Todos eles balançaram a cabeça negativamente. Todos ficamos em silêncio apenas aguardando a volta de Morgan, mas isso não aconteceu tão rápido quanto gostaríamos. Esperamos longos minutos e nada de Morgan aparecer com nossos clientes. Em fato ela entrou no elevador e desapareceu e não mais voltou com o nosso cliente.

– onde a Morgan se meteu? – perguntou Eve olhando no relógio – eu tenho um compromisso em trinta minutos.

– o que é? – perguntou Kiff – vai visitar sua mãe com a Ally?

– não tem nada a ver com minha mãe. Estou ajudando a policia com um caso.

– então voltou a trabalhar com o FBI? – perguntou Holly.

– não é com o FBI. Na verdade fui contratada como uma consultora pelo LAPD. Não tenho culpa de ser uma puta perita criminal.

– olha lá ela – falei vendo Morgan sair do elevador, mas ela não estava acompanhada com estranhos e sim com Gray.

– Gray? – perguntei surpreso vendo-os caminhar a sala.

– onde estão os clientes? – perguntou Eve.

Quando Morgan entrou na sala ela se sentou ao meu lado e em seguida Gray se sentou de frente para nos que é onde os clientes costumavam se sentar.

– o que é isso? – perguntou Holly confusa.

– onde estão os clientes? – perguntou Eve.

– está aqui – falou ela se acomodando na cadeira – Dr. Gray Kennedy Forbes. Ele precisa de nossa ajuda.

– o que é isso Gray? – perguntei confuso – pensei que você estaria no trabalho.

– Eu troquei de plantão hoje com um colega para poder resolver com problema. Só trabalharei no hospital a tarde.

– qual o seu problema? – perguntou Morgan.

– bom… como vocês devem saber eu tenho um namorado – falou Gray pegando a carteira – ele é uma pessoa maravilhosa. Em todos os sentidos – falou Gray rindo e procurando algo na carteira.

– obrigado – falei agradecendo a Gray. Minha vontade é de que ele fosse direto ao ponto.

– as vezes ele toma algumas decisões duvidosas e nem sempre é sincero comigo, mas eu não o culpo por isso. Ele não sente necessidade de me contar tudo o que acontece durante o dia com ele, mas as vezes ele me esquece de contar coisas importantes. Ele omite coisas que deveria dizer a mim – falou Gray colocando um cartão em cima da mesa – eu acho que ele está metido em alguma confusão que não me contou.

Deslizei a mão na mesa e peguei o cartão de visitas que Rupert me deu a algumas semanas quando esbarrou comigo na porta da Pegasus.

– onde você encontrou isso? – perguntei colocando o cartão de volta em cima da mesa.

– dentro do terno que você usou no dia que saiu para fazer a entrevista de trabalho editora. Eu encontrei no mesmo dia, mas não disse nada. Decidi esperar para ver se você ia me contar alguma coisas, mas você não disse nada então decidi investigar. Na verdade eu acho que nenhum de vocês recebeu um caso tão fácil quanto o meu.

– não precisava ter feito tudo isso. Era só ter perguntando.

– eu posso perguntar se você quiser, mas você vai me contar a verdade? – perguntou Gray.

– claro. Nunca menti pra você. Eu procuro sempre dizer tudo o que acontece comigo eu só não senti necessidade de contar sobre isso.

– Gray deixa com a gente – falou Morgan para Gray. Em seguida ela olhou para mim. Holly, Kiff e Eve fizeram o mesmo e todos ficaram me encarando – não me faça perguntar duas vezes – falou Morgan me olhando sério.

– vocês estão me assustando – falei respirando fundo – eu conto, não precisa me ameaçar.

– desembucha – falou Eve.

– no dia da entrevista a Morgan me ligou dizendo que queria conversar comigo aqui na Pegasus e quando estava chegando eu esbarrei com Rupert na entrada do prédio.

– ele te reconheceu? – perguntou Morgan.

– claro. No começo eu tentei passar a perna nele para que ele achasse que tinha me confundido com outra pessoa, mas no fim das contas tão teve jeito. Ele lembrava até meu nome.

– o que ele te falou?

– ele me chamou para sair. Eu disse várias vezes que não, mas ele insistiu tanto que eu aceitei só para a conversa terminar. No fim das contas ele me deu o cartão de visitas dele. Eu devia ter jogado fora, mas eu esqueci.

– ele sabe onde você trabalha? – perguntou Eve.

– não. Ele sabe que trabalho nesse prédio, mas acha que trabalho na imobiliária logo acima de nós.

– só isso? – perguntou Gray.

– só. Não sei porque devia ter contado isso a vocês.

– isso envolve todos nós Griffin –falou Morgan – se ele descobrir onde você trabalha ele vai ligar os pontos e vai saber que a esposa estava espionando ele.

– quer saber? Pelo o que ele me falou ele não tá muito se importando com isso não. Enfim… podemos voltar ao trabalho?

– sim – falou Morgan se levantando – já que esclarecemos tudo – falou Morgan olhando para Gray – vai fazer o pagamento agora ou…

– isso não acabou – falou Gray.

– o que mais você quer? – perguntou Morgan.

– deixe-nos a sós por um momento por favor? – falou Gray parecendo irritado. Ele continuava sentado de frente para mim.

Todos saíram da sala e Gray eu ficamos a sós um de frente para o outro. Por alguns instantes ficamos em silêncio e Gray ficou me olhando com aquele olhar que ele tinha quando estava me julgando por algo que tinha feito.

– fala logo Gray. Você odiou eu não ter te contado.

– não. Não me importo de você não ter me contado, mas eu me importo de você ter dito que sairia com ele.

– então é isso? Ciúmes?

– só um pouco – falou Gray – Saber que outro homem te deseja faz meu estomago doer. Faz eu me sentir inseguro da forma que você se sentiu quando comprou aqueles remédios. Tenho medo que você me troque.

– pode ter certeza de que isso nunca vai acontecer. Quero deixar bem claro a você – falei segurando a mão de Gray por cima da mesa.

– eu quero que você aceite – falou Gray olhando para o cartão – ligue para ele e marque um encontro.

– pra que?

– nós precisamos encerrar essa história. Nós nunca vamos ter paz enquanto não recuperarmos esse dinheiro. Nós temos que aproveitar a vantagem que temos: Hugo… Roger não sabe que você conhece o irmão dele.

– já disse que não quero o dinheiro.

– eu sei, mas não se trata do que queremos, mas do que precisamos. Precisamos encerrar essa história. Foi por isso que convoquei essa reunião. Quero que a Pegasus ajude a desmascarar Roger da mesma forma que fizemos com Phil e você será a nossa isca.

– você quer mesmo fazer isso? Me usar como isca?

– é como eu disse Griff, eu não quero, mas precisamos fazer isso para encerrar de vez esse capítulo de nossas vidas porque não se trata mais de você. Se trata de nós dois. Quando me lembro da forma como Phil ameaçou minha filha naquela noite no restaurante me fez acordar. Não posso viver com esse medo. Não posso seguir com a vida normalmente sabendo que a qualquer hora você pode esbarrar com Rupert de novo ou até mesmo com Hugo. Não osso permitir que a vida das pessoas que eu amo estejam em perigo. Isso inclui meus filhos e você.

– tudo bem. Se você acha que podemos fazer isso.

– nós podemos. Pode levar algum tempo, mas vai dar certo.

Gray olhou para fora da sala e sinalizou com a mão para que todos entrassem.

– o que vocês resolveram? – perguntou Morgan.

– Griffin vai ligar para Rupert e marcar um encontro – falou Gray.

– porque? – perguntou Kiff – você tem um relacionamento aberto ou algo do tipo.

– claro que não – falou Gray olhando ara Kiff e depois para Morgan – Rupert é irmão do vigarista que roubou tudo de Griffin e nós vamos usar essa carta na manga para pegar tudo o que é de Griffin e colocar esse criminoso na cadeia.

– você quer usá-lo como isca? – perguntou Morgan.

– exato.

– você está disposto a fazer isso Griffin?

– estou. Eu não quero o dinheiro de volta, eu não preciso, mas eu devo admitir que no fundo eu gostaria de me vingar dele por tudo o que ele me fez. Vê-lo atrás das grades será meu ouro.

– tudo bem então – falou Morgan – ligue para Rupert hoje e marque um encontro.

– preciso usar uma escuta?

– não – falou Morgan – esse primeiro encontro é só para reconhecimento. Vá ao encontro e descubra formas de se aproximar de Roger, mas sem que ele perceba.

– por via das dúvidas Kiff e eu vamos estar lá – falou Holly – nós vamos estar jantando no mesmo restaurante apenas por segurança.

– tudo bem, hoje mesmo eu ligo para ele e marco esse encontro.

– acho que é bom aproveitar esse momento para dizer que vocês precisar de algumas regras – falou Gray.

– regras? – perguntei olhando para Morgan.

– isso é entre nós dois – falou Gray – eu vou estabelecer as regras desse relacionamento falso porque eu é que sou seu namorado.

– não estou entendo. Porque eu precisaria de regras se é só um jantar?

– Você vai se aproximar desse cara para tentar a confiança dele. Com sorte você vai descobrir algumas coisas sobre o irmão vigarista e pra isso você vai ter que namorar com ele – falou Gray.

– não precisamos namorar. Podemos ficar só nos encontros casuais.

– para isso dar certo você vai ter que interpretar esse papel Griffin – falou Morgan olhando seriamente para mim – você vai precisar se comprometer com esse papel.

– não tanto assim – falou Gray – não precisa se comprometer por completo.

– então quais são as regras? – perguntei olhando para Gray.

– nada de sexo – Gray foi direto a esse assunto – tente manter o namoro de vocês a um nível médio. Diga a ele o mesmo que disse a mim: você é virgem e está esperando pelo cara certo.

– OK – falei confirmando.

– sabe… – falou Eve tentando encontrar as palavras certas – muita gente não considera sexo oral como sexo – falou Eve.

– pois eu considero, não vou fazer isso nele.

– fala sério Griffin – falou Eve rindo – vai me dizer que antes de vocês irem para cama você não satisfazia Gray com a boca?

– não precisa responder! – falou Morgan brigando com Eve.

– olha vamos pular essa parte – falei sendo sincero. tentando mudar de assunto – Esse não é o primeiro trabalho que faço que preciso ser o namorado de alguém. Já fiz isso antes. Não preciso de regras ou limites porque eu sei onde fica a linha que separa tudo isso. Eu consigo conquistar um homem sem precisar ir pra cama com ele ou ter que usar minha boca – falei olhando para Eve.

– sabe mesmo – falou Gray sorrindo para mim.

– então é isso – falou Morgan – vamos capturar esse vigarista.

Fiquei surpreso com a iniciativa de Gray. Ele queria encerrar de uma vez essa história do roubo e admito que fiquei feliz por ser a pessoa a decidir isso. Sinto que devo cumprir essa tarefa. Gray estava temendo pela segurança dos filhos. Acho que nunca passou pela cabeça dele estar em uma situação como essa. Não vejo a hora de dar o troco em Roger e fazer com que o destino dele seja o mesmo de Phil: atrás das grades.

O dia ocorreu normalmente sem nada fora do normal. Fiquei tão feliz com a iniciativa de Gray em capturar Roger que decidi fazer uma surpresa e visita-lo no trabalho para irmos embora juntos. O plantão dele acaba ás seis então sai um pouco mais cedo da Pegasus.

– já está indo embora? – perguntou Holly me vendo apagar a luz da minha sala. O relógio marcava pouco mais das cinco horas da tarde.

– estou sim. Vou visitar Gray no trabalho para nós irmos embora juntos.

– onde está Morgan? – perguntou Holly olhando na direção da sala dela.

– não sei. Ela saiu para resolver algum problema pessoal

– acho que também vou embora com você – falou Holly – eu precisava da assinatura dela nesses documentos, mas já que ela se foi pode esperar até amanhã – falou Holly indo até a sala de Morgan deixar os papeis. Entrei no elevador e segurei a porta até que Holly entrou.

Nós fomos no carro de Holly. Como ela morava na mesma região em que o hospital ficava ela decidiu ir comigo até lá. Ao chegarmos no hospital nós caminhamos até a recepção;

– boa tarde.

– boa tarde – falou a recepcionista com um sorriso no rosto.

– meu nome é Griffin e eu estou procurando o Dr. Forbes, pode me dizer me que área do hospital ele está?

– no momento ele está em uma cirurgia – falou a atendente olhando para a tela do computador – me deixa confirmar – falou ela dando alguns cliques com o mouse – é isso mesmo. Ele está em cirurgia, mas já deve estar finalizando. Em alguns minutos ele deve sair de cirurgia.

– obrigado, nós vamos aguardá-lo – falei indo até algumas cadeiras. Holly se sentou ao meu lado direito.

– então… – falou Holly pensativa – você acha mesmo que é uma boa ideia ir atrás de Roger?

– é um jogo de gato e rato Holly. Os papéis ainda não foram definidos e eu não pretendo ser o rato dessa vez. Vai dar tudo certo. Isso é o que nós fazemos. Será como qualquer outro trabalho, mas dessa vez Gray e eu somos os seus clientes.

– tudo bem então, mas assim que marcar esse jantar você me avisa porque eu vou avisar o Kiff.

– eu fiquei muito tempo Longe Holly… por acaso você e Kiff estão…

– Kiff e eu? Não – falou Holly – somos só amigos.

– você ainda está com o babaca do Jason?

– não. Ele é passado. Agora estou sozinha. Percebi que não preciso de ninguém especialmente alguém faça eu me sentir inferior. O dia que algum homem estiver a minha altura ele será o escolhido.

– fico feliz de ouvir você falar dessa forma.

Holly olhou para atrás de mim e em seguida deu um sorriso.

– o que foi Holly?

– disfarçadamente dá uma olhada para trás e veja aquele médico que não para de olhar para cá.

Pedir para alguém olhar “disfarçadamente” nunca dá certo e sem hesitar eu olhei para trás e vi um médico escorado em uma parede com o celular no ouvido conversando com alguém. Ele realmente olhava na nossa direção. O médico bonito de cabelos castanhos com alguns fios brancos. A barba dele era no estilo Short Boxer Beard. Era um homem bonito. Ao ver que Holly e eu olhávamos para ele o homem deu um sorriso.

– eu disse para olhar disfarçadamente – falou Holly olhando para ele. O homem desligou o celular e caminhou na nossa direção – ele está vindo pra cá – falou Holly envergonhada querendo se levantar.

– você não vai a lugar nenhum, fica aqui – falei segurando o braço dela.

– com licença eu não queria me intrometer, mas eu ouvi você se apresentando na recepção… – falou o médico chegando até onde estávamos – você é Griffin? – falou o médico com sotaque britânico.

– sou sim.

– ouvi falar muito de você – falou o homem estendendo a mão – meu nome é Gordon English.

– prazer – falei me levantando e apertando a mão dele – receio que nunca ouvi falar de você. Você é amigo do Gray?

– não. Na verdade eu só o vi poucas vezes. Sou ortopedista e comecei a trabalhar aqui faz poucas semanas, mas eu ouvi falar de Gray e de você.

– coisas boas ou ruins?

– isso depende – falou Gordon.

– como assim?

– você sabe como são as fofocas… – falou ele rindo sem graça – dizem que fisgou um homem casado e acabou com o casamento dele, mas eu acho que no meio disso tudo existe a história real.

– você está certo. Não tem nada de verdade nisso que você me disse. Quando eu conheci Gray ele estava separado a alguns meses e além do mais eu não fisguei ele. Gray é bi. O B em LGBT existe por um motivo.

– desculpa se te ofendi.

– não ofendeu. Só estou te dizendo que esses rumores são falsos. Você sabe como as pessoas são.

– só fico triste pelos rumores são serem totalmente falsos porque eu adoraria te levar para jantar qualquer dia desses.

– pois é, mas eu tenho namorado então…

– fica pra outra oportunidade – falou Gordon dando um sorriso e voltando de onde veio.

– meu deus – falou Holly rindo – o que você tem que atrai esses homens – falou Holly esfregando  abraço em mim – quero um pouco do seu perfume.

– acho que vou te dar o meu perfume porque eu não me sinto bem sendo cantado Nem por Rupert e nem por Gordon.

– você vai contar para Gray que o colega dele te chamou para sair?

– ficou doida? você viu como ele ficou ao saber que Rupert deu em cima de mim e me chamou para sair. Ele não precisa saber disso. O ciúme no relacionamento é bom, mas isso já é demais. Foi só um flerte ao qual eu não correspondi. Não vou contar algo que sei que vai chateá-lo. Aposto que ele leva cantadas a todo momento. De mulheres e homens mas não me diz nada porque sabe que eu vou ficar chateado. A confiança é a base do relacionamento e não importa quantas cantadas nós recebemos. Nós só temos um ao outro.

Antes que terminasse de dizer essa frase Gray veio caminhado por uma porta reservada apenas para funcionários.

– Holly? Griffin? o que estão fazendo aqui? – perguntou Gray quando se aproximou de nós.

– vim te fazer uma surpresa – falei me levantando e dando um selinho na boca dele.

– eu só vim fazer companhia – falou Holly.

– acabei de sair de cirurgia e tomar um banho. Vamos embora? – perguntou Gray abrindo a palma da mão.

– vamos – falei segurando na mão dele.

Nos já estávamos passando pela porta de entrada automática do hospital quando alguém correu até nós. Era a recepcionista.

– espera Dr. Gray – falou a recepcionista colocando a mão no ombro dele.

– o que foi? – perguntou ele.

– sua filha Stephanie acabou de dar entrada na emergência.

Gray olhou para mim e para Holly e nós corremos rapidamente para a emergência. Nós atravessamos ferozmente entre os pacientes que bloqueavam a passagem e ao chegarmos na emergência vi a filha de Gray sentada em uma maca e uma enfermeira fazia um curativo na cabeça dela. Bem próximo estava Morgan e um homem.

– Morgan?  Oque aconteceu? – perguntou Gray se aproximando e vendo um corte pequeno na cabeça de Stephanie e ele tinha também uma laceração no braço esquerdo.

– a escola me ligou – falou Morgan – parece que algumas colegas da classe de Stephanie estava intimidando ela e elas partiram para a violência.

– eu vou processar aquela escola – falou Gray olhando para a filha.

– Steph, você está bem? – perguntou ele segurando o rosto da filha entre as mãos – pode falar pro papai.

Ela sinalizou positivamente com a cabeça.

– estou sim – falou ela reclamando um pouco enquanto a enfermeira passava algum remédio.

– o que aconteceu? – perguntou Gray – porque elas te bateram?

– elas implicaram comigo.

– por que?

– por causa do senhor – falou Steph parecendo triste e perturbada pelas palavras que iria dizer – elas me disseram que o senhor não é homem de verdade – falou Steph olhando para Morgan e depois para mim – elas disseram que você não me ama de verdade porque deixou minha mãe para ficar com outro homem e que isso é nojento.

Gray não disse nada e apenas acariciou o rosto da filha.

– isso é verdade? O senhor não em ama mais?

– claro que amo filha. Você e Vincent são os maiores presentes que eu já tive na vida. O fato de eu gostar de outros homens não interfere nisso.

– essas garotas não tem mais do que onze anos – falou Morgan – elas com certeza ouviram  os pais fofocar sobre isso.

– isso é irresponsabilidade – falou o homem que estava com Morgan – os pais não deviam deixar as crianças ouvir conversa de adulto especialmente quando se está fofocando coisas tão horríveis.

– quem é você? – perguntou Gray.

– me desculpa – falou o homem alto de cabelos negros e olhos azuis vibrantes estendendo a mão para Gray – sou Jake Lennox eu sou namorado de Morgan.

– prazer – falou Gray apertando a mão dele e olhando novamente para a filha.

– esse daqui é Griffin – falou Morgan me apresentando ao homem.

– é bom finalmente te conhecer Jake. Tenho ouvido coisas ótimas sobre você – falei apertando a mão dele.

– igualmente – falou Jake.

– Jake estava comigo quando recebi a ligação da escola e como ele é advogado decidi leva-lo comigo.

– ótimo – falou Gray – você pode me ajudar a processar essa escola.

– não quero ser desrespeitoso Gray, mas você não caso aqui – falou Jake – vai por mim muitos pais já vieram até mim com a mesma intenção e nenhum deles venceu o caso contra a escola porque a culpa não foi dela. O que aconteceu aqui foi um desentendimento entre alunos de onze anos. O juiz não vai condenar nenhum colégio especialmente se for um caso isolado.

– além do mais a diretora decidiu punir as garotas – falou Morgan.

– olha você tem duas opções – falou Jake olhando para Gray – trocar Stephanie de colégio ou conversar com os pais das alunas que fizeram isso.

– nós vamos trocá-las de colégio – falou Morgan – não adianta conversar com os pais dessas garotas. Eu sei quem são. Será perda de tempo. Você não consegue dialogar com gente ignorante.

– concordo – falou Gray parecendo abalado pelo acontecimento.

Gray parecia realmente triste com o que tinha acontecido. ele não saiu de perto da filha todo o tempo em que ela foi tratada na emergência. Pude ver no rosto dele e dentro dos seus olhos o quanto tinha doido ouvir a filha dizer aquelas palavras. Me senti um pouco culpado por isso. Sei que não devia, mas era difícil não pensar que isso não teria acontecido se Gray e eu não estivéssemos juntos e que parte da culpa era minha e tenho certeza de que Gray nesse momento pensava a mesma coisa.

Obrigado as pessoas que estão comentando e mostrando que estão lendo 🙂 Quero agradecer muito porque vocês estão me motivando e muito a continuar. Um abração a todos.

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6 Comentários

  1. Estou lendo e cada capítulo uma supresa. A história nos prende de uma forma inimaginável. Quase me desmotivar com a possibilidade do Gray morrer. Cheguei a pensar que deveria ter feito como o Griff fala ” Começar lê o livro do último capítulo para poder não ter supresa” kkkkkkkkk. Eu disse que droga se eu soubesse eu não teria lido. E o que ele vai fazer se uma das personagens principal vai morrer. Enfim teve uma reviravolta. Meus parabéns e surpreendente, emocionante tô viciado desde que encontrei a página no Facebook e descobrir que tinha site. Já tô lendo o segundo conto é tô amando tem entretido meus tedioso dias. Valeu por nos dar acesso ao um conteúdo que é um livro gratuito. Continue assim. Meus parabéns

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