Veja 10 momentos incríveis das novelas sobre a comunidade LGBT
As novelas levam milhares de brasileiros a permanecerem em frente à televisão durante vários meses. Além do entretenimento, elas revelam bastante do momento social e político do país e também ditam modas e tendências.
O grupo LGBT esteve presente desde as primeiras tramas – ainda que as escondidas – e mostrou em diversos momentos avanços e recuos de autores, dos telespectadores e, sobretudo, das emissoras.
É com surpresa que muita gente recebe, por exemplo, a notícia que o primeiro beijo entre pessoas do mesmo sexo ocorreu em 1961, no teleteatro A Calúnia (TV Tupi), com as atrizes Vida Alves e Geórgia Gomide, sendo que a Globo só exibiu um em 2014.
Já rolou casamento entre pessoas do mesmo sexo, discussão sobre direitos LGBT, preconceito, aceitação familiar, adoção, armário… Assuntos que, ao serem levados para milhares de pessoa, ajudam a promover uma cidadania plena, bem podem prejudicar quando levados de maneira preconceituosa.
Confira abaixo 10 momentos mais incríveis das novelas sobre LGBT:
10) A importância dos direitos
Em 1988, período em que a comunidade LGBT não tinha o direito ao casamento civil e sequer podiam usufruir da união estável, as personagens lésbicas Cecília (Lala Dehelnzelin) e Laís (Cristina Prochaska), de Vale Tudo (Globo), abriram a discussão sobre a problemática da falta de direitos. Tudo porque uma morre, o irmão dela tenta ficar com a herança, e nem mesmo os 10 anos de união das duas facilitaram o processo.
9) Assumindo que é gay
A novela América (Globo), de 2005, abordou o drama de Junior (Bruno Gagliasso), que morava no interior com a mãe e que não entendia o motivo de não gostar de mulheres. Ele era reprimido e orientado a seguir os passos do pai, até que conhece o peão Zeca (Erom Cordeiro) e se apaixona. Na cena acima, Zeca ajuda Junior a se assumir.
8) Beijo de revolução
O SBT saiu na frente da Globo e exibiu em 2011 o primeiro gay entre pessoas do mesmo sexo. A cena ocorreu na novela Amor e Revolução, de Tiago Santiago, entre as personagens Marcela (Luciana Vendramini) e Marina (Giselle Tigre). O beijo durou quase 40 minutos, confere aí.
7) Travesti não é bagunça
Em 1995, a primeira cena em que Sarita Witt (Floriano Peixoto) apareceu na novela Explode Coração (Globo) já mostrou que “travesti não é bagunça”. Ela é alvo de piada dos moradores e não fica quieta diante de uma provocação. Sarita dá um soco no transfóbico, vê que quebrou a unha e alerta os curiosos: “Eu respeito todo mundo e gosto que me respeitem”.
6) Vilão gay se regenera com amor
Félix (Mateus Solano) começou a novela “Amor à Vida (Globo) fazendo maldades. Ele era casado com uma mulher e se encontrava às escondidas com Anjinho (Lucas Malvacini). Mas quando encontrou Niko (Thiago Fragoso) ele se regenerou e fez muita gente torcer por esse casal. Acabou protagonizando o primeiro beijo gay da Globo, tendo um filho adotivo e um final feliz e inesperado para qualquer vilão.
5) Vai ter casamento, sim – e bolo!
Em 2014, a novela “Amor à Vida” (Globo) promoveu o romance das personagens lésbicas Clara (Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Muller). Elas não só terminaram juntas, como deram beijos com direito a repeteco, se casaram e tiveram lua de mel. Pois é, quem ficou comeu até bolo!
4) Trans rebate preconceito com amor
Em sua reta final, Geração Brasil (Globo) trouxe em 2014 uma mensagem de aceitação. Quando a relações públicas Dorothy, personagem trans interpretada por Luis Miranda, é abandonada por Cidão (André Gonçalves) durante um programa de TV, ela disse:
“Deus nos fez a sua imagem e semelhança. Seres únicos como ele e diferentes entre nós, como mostram as nossas digitais. Mas acho que em cada um deles Ele colocou um coração, sinal de que para Ele este é o órgão que verdadeiramente importa. As pessoas devem se guiar pelos seus afetos, amar o semelhante e também o diferente. Na verdade, não existe homem, mulher, gay, lésbica, transgênero. Na verdade existe… Gente. Se você concorda comigo, repita”.
3) Filho conta com o respeito da mãe
Em 1995, Sandrinho (André Gonçalves) conta para a mãe, interpretada por Susana Vieira, que é gay. E ela, apesar de dizer não entender, respeita a orientação sexual do filho. Na novela “A Próxima Vítima” (Globo), ele tem um caso com Jefferson (Lui Mendes) e denuncia a violência que pais cometem contra LGBT.
2) Filho conta com respeito, aceitação e defesa da mãe
Sem em 1995, Susana Vieira encarnou uma mãe que respeita o filho, em 2014 foi ela quem afirmou para Félix (Mateus Solano) que ele é gay. Após uma briga da ex-nora, Pilar afirma: “Vamos falar a verdade. Eu sempre soube, mas não tinha coragem de admitir. Você é gay, filho”.
Félix chega a pedir perdão, mas a mãe interfere: “Pelo amor de Deus, não usa essa palavra. Não mudou nada na relação que temos… Eu te amo, você é normal e, se alguém disser que você é anormal, eu dou uma porrada e juro que vou te defender”. Assista aqui.
1) A cena numero 1
Difícil não deixar na primeira posição o discurso de Tieta (Betty Faria) na novela de Aguinaldo Silva de 1989. Ela rebate todo mundo que aparece com transfobia contra Ninete (Rogéria) e não se deixa levar nem mesmo quando um amor proibido diz que “homem é homem” e “mulher é mulher”.
Tieta questiona o que é normal e o preconceito baseado em religião: “Com qual direito você fala das leis de Deus? Que lei é essa? Onde está escrito? Por acaso Deus lhe passou procuração para agir em nome dele? É a roupa que importa, é a aparência? Aos olhos de Deus é a aparência que importa ou é o caráter?”
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