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93% dos homens héteros que responderam a este estudo disseram já ter ficado de conchinha com outro cara!

Isso de acordo com o estudo britânico sobre mudanças nos hábitos sociais de homens heterossexuais. Publicado no periódico ‘Men and Masculinities’ de março, o estudo revelou que 98% dos pesquisados – todos branco, atletas e universitários – já dividiram uma cama com outro cara. Além disso, 93% disseram já ter ficado em um dos lados da conchinha com um homem.

O co-autor do estudo e sociólogico Mark McCormack, da Universidade de Durham, disse que os resultados da pesquisa exemplificam as mudanças de concepção da masculinidade na cultura contemporânea. Como a homofobia diminuiu nos últimos anos, diz McCormack, os homens heterossexuais estão agindo agora de forma “muito mais suave” do que os de gerações mais velhas – algo que ele e Eric Anderson, da Universidade de Winchester, se propuseram a examinar.

“Nós sabíamos que eles [os homens heterossexuais] estavam se abraçando e fazendo conchinhas, e queríamos entender este fenômeno com mais detalhes”, disse McCormack ao The Huffington Post por email. “Qual é o ganho desses homens que rejeitam a homofobia de suas gerações anteriores?”

Os dois sociólogos realizaram entrevistas detalhadas com 40 jovens atletas do sexo masculino – uma amostra que eles escolheram por causa da probabilidade do grupo estar em contato físico com o outro com maior frequência, e também em função de que os atletas encarnam o significado de ser tradicionalmente “macho” em nossa cultura. McCormack disse para o HuffPost que ele ficou surpreso pela forma como os participantes disseram ser comuns e extremamente banais seus hábitos.

“Eles não percebem que isso é algo que os homens mais velhos achariam chocante”, disse ele. “São as gerações mais velhas que pensam que os homens mais carinhosos é um tabu.”

Matt, um dos homens entrevistados para o estudo, explicou seu ponto de vista sobre os abraços com seu amigo do sexo masculino, chamado Connor. Os pesquisadores destacaram a resposta em seu estudo:

Eu me sinto bem ao lado do Connor e passamos muito tempo juntos. Ainda bem que posso descansar minha cabeça no ombro dele quando estou deitado no sofá ou abraça-lo na cama. Mas ele não é o único! Da forma como eu vejo, somos todos grandes companheiros e muito próximos. Temos sim um bromance , mas isso é dizer que estamos muito confortáveis ​​perto uns dos outros.

A história das relações homossociais*, ou amizades masculinas heterossexuais, é profundamente complexa e rica em dogmas sociais, mitos, rejeições e agressividade, explicam os autores em sua pesquisa. Mas os estigmas e os papéis tradicionais estão sendo jogados fora, à medida em que as gerações mais jovens estão se tornando mais abertas e receptivas.

“O tabu social contra o carinho entre homens acontece por que quando dois caras ficam perto um do outro isto ainda é visto como ‘gay’. Homens querem evitar ser alvos de abusos homofóbicos”, disse McCormack ao HuffPost. “Mas há um questão geracional aqui também: homens mais velhos que cresceram na década de 1980 ainda pode sentir a necessidade de apresentar-se em sua versão mais masculina. Enquanto isso, atitudes positivas em relação à homossexualidade na cultura contemporânea tem mais significado para homens mais jovens, que estão menos preocupados com a forma como outras pessoas vêem seus comportamentos.”

McCormack reconhece que o sentimento anti-gay ainda está por aí, mas que muitos caras não parecem se importar se expressar da forma que quiserem.

“A homofobia não desapareceu, mas o que é esperado dos homens heterossexuais hoje é não ser homofóbico como ainda era na década de 1980 e 1990”, disse ele. “Isso permite que eles estejam [envolvidos] em comportamentos como afagar e abraçar, usar roupas da moda, se preocupam com boa aparência, e abertamente declarar seu amor pelos amigos. ”

*Nota do editor: não confundir relações homosociais com homossexuais. A primeira não pressupões interesse amoroso ou sexo. Sendo assim, bromance é uma relação homosocial.

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